Segundo Renato Feder, a falta de responsabilização histórica criou uma cultura em que a rede pública não demite, mas mudanças recentes em São Paulo começam a alterar esse cenário.
O debate sobre a qualidade da educação ganhou força após declarações do secretário da Educação de São Paulo, Renato Feder. Ele afirmou que, por muito tempo, prevaleceu a lógica de que a rede pública não demite professores, mesmo em casos de baixo desempenho ou faltas frequentes. Esse modelo, segundo ele, gerou uma cultura de acomodação em algumas escolas, apesar do esforço da maioria dos docentes.
A situação, no entanto, está mudando. Em São Paulo, foram implementadas medidas de avaliação de desempenho e bônus por mérito, o que cria diferenciação entre quem entrega bons resultados e quem não consegue engajar os alunos. A lógica é simples: professores que conseguem melhorar a aprendizagem ganham mais, enquanto os que não atingem as metas podem perder benefícios ou até serem desligados.
Por que a rede pública não demite?
Historicamente, a estabilidade do serviço público fez com que a percepção fosse de que a rede pública não demite professores, independentemente de seu desempenho em sala de aula. Feder explicou que, nesse ambiente, muitos docentes comprometidos se desmotivavam ao perceber que recebiam o mesmo que colegas que não se dedicavam.
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Esse modelo criou uma contradição: enquanto escolas particulares demitem professores que não cumprem expectativas, na rede pública nada acontecia. Para o secretário, essa realidade prejudicou a valorização da boa prática docente e atrasou avanços na qualidade da educação.
O que mudou em São Paulo
Segundo Feder, a Secretaria implementou avaliações periódicas de desempenho, que consideram o trabalho pedagógico, o engajamento do professor e até indicadores de aprendizagem dos alunos. Além disso, foi criado o bônus individual, que pode dobrar o salário de quem entrega bons resultados.
Essa lógica gerou um novo comportamento entre os professores. Agora, quem dá uma boa aula e melhora o aprendizado dos alunos é reconhecido financeiramente, enquanto quem não se esforça perde espaço. Em casos extremos, contratos podem ser rescindidos ou o docente transferido de escola.
Impacto para os professores e para os alunos
O secretário afirma que as mudanças já geram resultados práticos. Professores passaram a valorizar ainda mais a qualidade das aulas, já que o desempenho dos alunos impacta diretamente em sua renda. Além disso, a Secretaria oferece apoio com materiais, provas padronizadas, formações contínuas e recursos digitais.
Apesar de enfrentar turmas desafiadoras, especialmente em áreas vulneráveis, os docentes relatam maior reconhecimento. Para Feder, o segredo é claro: aula boa é o centro da educação, e a rede pública precisa premiar quem faz esse trabalho com dedicação.
O debate sobre se a rede pública não demite professores mostra um dilema entre estabilidade e meritocracia. As mudanças em São Paulo indicam que é possível equilibrar segurança profissional com cobrança por resultados, beneficiando tanto docentes quanto alunos.
E você, acredita que a rede pública deve adotar cada vez mais mecanismos de avaliação e meritocracia, ou a estabilidade precisa ser preservada a qualquer custo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir a sua visão sobre esse tema.