1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / O irmão mais poderoso da GBU-57/B: EUA planejam ogiva cinco vezes mais pesada para destruir bunkers fortificados
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

O irmão mais poderoso da GBU-57/B: EUA planejam ogiva cinco vezes mais pesada para destruir bunkers fortificados

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 25/06/2025 às 13:36
GBU-57/B, bunkers
Foto: Reprodução
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Pentágono revela planos para uma bomba ainda mais pesada e precisa que o MOP, capaz de destruir instalações subterrâneas fortificadas com impacto cirúrgico.

A Força Aérea dos Estados Unidos deu um novo passo na corrida por armamentos de alta precisão e destruição massiva. A revelação recente do uso operacional da bomba GBU-57/B, também conhecida como Massive Ordnance Penetrator (MOP), marcou uma mudança significativa na postura militar dos EUA diante de alvos fortificados.

Agora, os planos apontam para uma arma ainda maior e mais poderosa: o Penetrador de Próxima Geração (NGP), que promete elevar a capacidade de penetração e destruição a um novo patamar.

Primeiro uso em combate do MOP

O MOP, pesando cerca de 13.667 quilos, foi lançado pela primeira vez em operação real no último fim de semana. Durante a ação, chamada de Operação Midnight Hammer, bombardeiros furtivos B-2 lançaram 14 bombas contra instalações nucleares iranianas. Doze atingiram o complexo de Fordow e outras duas foram direcionadas a Natanz.

A arma carrega uma ogiva de cerca de 2.270 kg e foi criada para romper estruturas profundamente enterradas, como bunkers reforçados. Estima-se que consiga atravessar mais de 60 metros de concreto armado.

Apesar do peso e tamanho, os ataques mostraram precisão, com imagens pós-operação confirmando que os alvos foram atingidos com exatidão.

Atualmente, apenas o bombardeiro B-2 Spirit está autorizado a transportar e lançar o MOP. Testes também foram feitos com o B-52, mas o futuro da arma está ligado ao bombardeiro B-21 Raider, ainda em desenvolvimento.

Nova geração de ogivas em andamento

Apesar da eficácia demonstrada, o MOP possui limitações. Uma das principais é a falta de propulsão, o que exige aproximação direta do alvo, aumentando o risco para as aeronaves.

Por isso, o Pentágono já trabalha em um sucessor mais avançado: o Penetrador de Próxima Geração.

Segundo documentos divulgados em fevereiro de 2024, a Força Aérea solicitou propostas para uma ogiva com até 10 toneladas, capaz de causar impactos múltiplos: explosão, fragmentação e penetração profunda. O peso total e o tamanho exato do novo sistema ainda não foram revelados.

Mais precisão, mais resistência

O novo projeto não foca apenas em peso e poder destrutivo. A precisão da nova bomba também deve superar os padrões atuais.

A exigência da Força Aérea é que o NGP tenha um erro circular provável (CE90) de apenas 2,2 metros, o que significa acertar o alvo com 90% de chance a menos de 2,2 metros do ponto desejado.

É um salto considerável em relação a outros sistemas, como os JDAMs convencionais, que podem ter erro de até 30 metros sem sinal de GPS.

Além disso, a arma deve ser equipada com fusíveis inteligentes capazes de resistir ao impacto e de acionar a explosão no momento exato, dentro da profundidade ideal.

Espoletas com sensores para contar andares ou detectar espaços internos são consideradas essenciais para atingir alvos compartimentados e protegidos.

Inspiração em estudos anteriores

A base do projeto NGP está em análises feitas desde 2012, com atualizações em 2019. Diferente do MOP, criado inicialmente como resposta emergencial pela Agência de Redução de Ameaças de Defesa, o novo armamento é planejado como um sistema completo e com potencial de uso prolongado.

Entre os objetivos está a inclusão de sistemas de propulsão, possivelmente foguetes, o que daria maior alcance à bomba e reduziria a necessidade de aproximação das aeronaves.

A ideia é que o NGP possa ser lançado a partir de longas distâncias, oferecendo mais segurança e flexibilidade nas operações.

Família de armas para ataques profundos

O NGP pode não ser apenas uma arma, mas uma nova família de sistemas com diferentes configurações, todos integrados à estratégia de Ataque de Longo Alcance dos EUA. Essa estratégia inclui outras plataformas modernas como o míssil AGM-181A Long Range Stand Off (LRSO) e o bombardeiro B-21 Raider.

O objetivo é manter a superioridade norte-americana contra alvos altamente protegidos, incluindo complexos subterrâneos, até pelo menos a década de 2030.

O uso recente do GBU-57/B mostrou que armas de penetração profunda deixaram de ser apenas ferramentas de dissuasão.

Agora, com o desenvolvimento do Penetrador de Próxima Geração, os EUA deixam claro que pretendem expandir suas capacidades ofensivas com armas de precisão extrema, grande poder destrutivo e adaptáveis aos desafios do campo de batalha moderno.

A próxima geração de bombas não será apenas maior — será também muito mais inteligente.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x