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O foguete movido a oxigênio e hidrogênio que precisa gerar explosões controladas a -250°C sem falhar uma vez sequer

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 22/06/2025 às 07:32
O foguete movido a oxigênio e hidrogênio que precisa gerar explosões controladas a -250°C sem falhar uma vez sequer
Foto: Reprodução/Youtube
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Com tecnologia criogênica avançada, os Motores RS-25 do foguete SLS operam com oxigênio e hidrogênio líquidos a temperaturas extremas, garantindo desempenho máximo em missões da NASA sem margem para erro

No centro do programa Artemis da NASA está um dos motores mais sofisticados e confiáveis já desenvolvidos pela engenharia aeroespacial: o RS-25. Este é o motor que impulsiona o foguete SLS (Space Launch System), um foguete movido a oxigênio e hidrogênio líquidos operando em temperaturas extremas de até -250°C. Para suportar condições tão severas, esses motores precisam funcionar com precisão absoluta, gerando explosões controladas que não podem falhar.

Por que os Motores RS-25 do foguete SLS são tão importantes?

Os motores RS-25, também conhecidos como SSME (Space Shuttle Main Engines), são heranças do programa do ônibus espacial e foram reaproveitados, atualizados e adaptados para o foguete SLS. Eles representam um marco em eficiência e segurança, sendo fundamentais para o sucesso das missões Artemis que pretendem levar humanos de volta à Lua e, futuramente, a Marte.

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Cada motor RS-25 pode gerar cerca de 512 mil libras de empuxo (cerca de 2,28 MN), e o foguete SLS é equipado com quatro desses motores em sua configuração principal. Juntos, eles fornecem a força necessária para colocar mais de 95 toneladas de carga em órbita baixa.

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Combustível criogênico no foguete movido a oxigênio e hidrogênio

O foguete é movido a oxigênio e hidrogênio líquidos, armazenados a temperaturas criogênicas extremas: o hidrogênio a -253°C e o oxigênio a -183°C. Esses combustíveis são escolhidos por sua eficiência e pelo altíssimo desempenho específico (Isp), superior a 450 segundos no vácuo.

Porém, operar a essas temperaturas exige materiais e componentes que possam resistir à contração térmica extrema, à formação de gelo e às diferenças de pressão.

Qualquer falha, por menor que seja, pode comprometer toda a missão. O uso de tanques pressurizados, válvulas criogênicas de alta precisão e isolamento térmico especializado é essencial.

O funcionamento dos motores RS-25 do foguete SLS

Os RS-25 operam no chamado ciclo de combustão em estágio duplo, em que parte do hidrogênio e oxigênio é queimada em pré-combustores para acionar turbobombas que, por sua vez, alimentam a câmara principal de combustão. Esse sistema permite maior eficiência e controle da mistura de combustível, otimizando o empuxo gerado.

Esse tipo de motor é altamente sofisticado. O controle da pressão, da temperatura e do fluxo de combustível é feito por um sistema digital integrado, chamado de Engine Controller Unit (ECU), que foi completamente reformulado para o foguete SLS. A ECU é responsável por monitorar mais de 50 parâmetros em tempo real.

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Testes rigorosos garantem a confiabilidade

Antes de serem utilizados no foguete SLS, os motores RS-25 passam por diversos testes no Stennis Space Center, no Mississippi. Durante essas campanhas, cada motor é submetido a condições operacionais reais, incluindo queimas de longa duração e testes de desligamento automático.

Na missão Artemis I, em novembro de 2022, os quatro motores RS-25 funcionaram de forma impecável, sustentando uma queima de mais de 8 minutos sem qualquer falha. A confiabilidade desse sistema é um dos pilares do sucesso das futuras missões tripuladas da NASA, como Artemis II, que levará astronautas à órbita lunar.

Reutilização e modernização dos motores RS-25

Os motores RS-25 utilizados nos ônibus espaciais eram reutilizáveis. No entanto, para o foguete SLS, que é descartável, os motores estão sendo produzidos com foco em eficiência de custo e desempenho. A Aerojet Rocketdyne, empresa responsável pela fabricação, está desenvolvendo novos motores com componentes impressos em 3D, reduzindo o tempo de produção e os custos.

O foguete movido a oxigênio e hidrogênio que precisa gerar explosões controladas a -250°C sem falhar uma vez sequer
Foto: Foguete subindo para espaço – IA

A versão modernizada do RS-25 inclui melhorias na câmara de combustão, bicos injetores e controles eletrônicos, adaptando a tecnologia às demandas do século XXI. Os novos motores são otimizados para suportar maiores pressões de câmara e operar com menor tolerância a falhas.

Comparativo com motores modernos de empresas privadas

Enquanto os RS-25 são conhecidos por sua eficiência, motores como o Raptor da SpaceX e o BE-4 da Blue Origin priorizam outros fatores, como a reutilização e a produção em larga escala.

O Raptor, por exemplo, utiliza metano e oxigênio líquidos, com foco na reutilização para viagens interplanetárias e na capacidade de aterrissagem vertical.

Mesmo assim, os RS-25 ainda são considerados entre os motores mais confiáveis e eficientes em operação, sendo ideais para missões onde a margem de erro é praticamente zero. Sua precisão e histórico de desempenho continuam sendo diferenciais importantes em missões críticas.

O foguete SLS e seu papel na nova era espacial

O foguete movido a oxigênio e hidrogênio representa mais do que um avanço tecnológico: é uma ponte para a próxima fase da exploração espacial.

Os motores RS-25 do foguete SLS garantem que a NASA possa realizar missões com alto grau de segurança, confiabilidade e desempenho.

Além disso, o conhecimento acumulado na operação desses motores tem sido compartilhado com parceiros comerciais e internacionais, expandindo o impacto dessa tecnologia além das fronteiras dos Estados Unidos. Agências como a ESA (Agência Espacial Europeia) e a JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial) acompanham e colaboram em testes e desenvolvimento de tecnologia.

Engenharia de precisão que molda o futuro espacial

Os motores RS-25 do foguete SLS representam o que há de mais avançado em propulsão espacial criogênica. Funcionando em temperaturas extremas e exigindo explosões controladas com precisão absoluta, eles simbolizam a interseção entre engenharia de ponta, confiabilidade e visão de futuro.

O sucesso da missão Artemis I e os planos para Artemis II e III reforçam a importância desses motores na retomada da exploração tripulada do Sistema Solar. A combinação de hidrogênio e oxigênio líquidos não é apenas uma escolha técnica: é uma afirmação de que a precisão é vital quando se trata de avançar os limites do que é possível no espaço.

À medida que a humanidade se prepara para construir bases lunares e, eventualmente, alcançar Marte, os RS-25 continuarão sendo uma peça central na engrenagem que sustenta essa ambição. A confiança nos motores do foguete SLS é, em essência, a confiança no sucesso da próxima grande era da aventura espacial.

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Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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