A publicação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) tem despertado mais atenção desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a criticar o chefe do BC, Roberto Campos Neto.
Por isso, os diretores do Banco Central decidiram escrever nove parágrafos a mais na ata divulgada na manhã desta terça-feira (7). O documento traz detalhes de como foi tomada a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) e contém pistas sobre o que esperar daqui para frente.
Ao todo, foram 32 parágrafos, contra os 23 da última ata do Copom. O texto abrange informações sobre cenários e análise de riscos, além da discussão sobre a condução da política monetária.
O que esperar da primeira reunião do Copom do ano de 2023?
O que o Copom disse na ata
O Banco Central (BC), que desde 2021 possui autonomia formal, reafirmou na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) seu compromisso com as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esta atitude reforça o compromisso do BC em buscar a estabilidade de preços no país.
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O Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, pelo quarto mês consecutivo, comunicando que a incerteza fiscal e o afastamento das expectativas de inflação da meta em prazos mais longos têm um custo significativo para controlar a inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) também reconheceu que o pacote fiscal anunciado recentemente pelo novo governo pode atenuar os estímulos fiscais sobre a demanda e, consequentemente, reduzir o risco de alta na inflação.
Economia vai esfriar
De acordo com o Banco Central, os dados recentes indicam uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira e que esse desempenho deve se intensificar nos próximos trimestres.
Além disso, os diretores constataram que houve alguma recomposição parcial dos salários reais, mas que isso vem acompanhado da desaceleração dos ganhos nominais, que será mais evidente à frente. A política de manutenção dos juros altos também foi mencionada, pois ela pode ter reflexos importantes na economia.
O Comitê do Banco Central acompanhará de perto os desenvolvimentos do mercado de trabalho, avaliando constantemente qual o impacto da inflação defasada e das pressões no mercado de trabalho sobre os reajustes salariais.
Sendo assim, o BC espera que essa desaceleração possa esfriar as pressões inflacionárias. Membros do comitê salientaram que é necessário que a desaceleração continue, para que os canais da política monetária tenham efeito e a inflação volte às suas metas. O BC reconhece o caráter restritivo da taxa Selic para o crescimento econômico, mas entende que é necessário controlar a inflação elevada fora da meta.
Fonte: Estadão Conteúdos
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