Nubank tem alta na inadimplência no Brasil, mas mantém planos de expansão do crédito até o fim do ano. Fintech registrou aumento nos atrasos acima de 90 dias, mas aposta em ajustes no modelo de crédito para sustentar crescimento
O Nubank tem alta na inadimplência no Brasil, mas afirma que seguirá com a estratégia de expansão da oferta de crédito até dezembro. No segundo trimestre, a taxa de atrasos acima de 90 dias subiu para 6,6%, avanço de 10 pontos-base em relação aos três primeiros meses do ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (14) pela instituição. Apesar da deterioração, a empresa destacou que os indicadores permanecem dentro do previsto pelos analistas.
Os atrasos entre 15 e 90 dias caíram para 4,4%, enquanto o cenário macroeconômico considerado desafiador não teria impactado de forma relevante a carteira de crédito. A fintech opera no Brasil, México e Colômbia e vê espaço para ampliar limites e atender mais clientes, principalmente no seu maior mercado: o brasileiro.
Qualidade do crédito sob pressão
A elevação da inadimplência acompanha um movimento mais amplo no Brasil. Segundo o Banco Central, o atraso de pessoas físicas chegou a 4,3% em junho, 0,7 ponto percentual acima do registrado no ano anterior. Cartões de crédito e empréstimos pessoais, dois dos principais produtos do Nubank, lideram a piora dos índices.
-
Apple é condenada a indenizar brasileiro por tela trincada de MacBook Pro após 3 anos de disputa
-
Aprovada em comissão, isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil pode entrar em vigor já no próximo exercício fiscal
-
Com meta de 17 milhões de famílias atendidas, gás de cozinha de graça será distribuído em todos os municípios do país até 2025
-
Empresas brasileiras receberam em reais, mas o Brasil amarga o calote de R$ 8 bilhões da Venezuela em obras do BNDES
Mesmo com o cenário adverso, a empresa afirma que “todas as classes de ativos estão performando igual ou melhor do que o esperado” nos três países em que atua. Para sustentar essa resiliência, a instituição ajustou seu modelo de concessão de crédito para cerca de um terço da base de clientes no Brasil, permitindo ampliar limites de forma seletiva.
Estratégia de crescimento
A meta é aplicar esse novo modelo a toda a carteira brasileira até o final do ano. A abordagem busca equilibrar expansão e controle de risco, mantendo a rentabilidade e evitando aumentos abruptos nas provisões para perdas.
Apesar da alta na inadimplência, o Nubank mantém perspectiva positiva de negócios. Com valor de mercado de US$ 57,6 bilhões, a fintech perdeu recentemente o posto de banco mais valioso da América Latina para o Itaú, mas segue entre as instituições financeiras mais relevantes da região.
Mudanças na liderança e reações do mercado
O ano de 2025 também tem sido marcado por saídas de executivos de alto escalão, incluindo o diretor de tecnologia (CTO), Vítor Olivier, e o diretor de operações (COO), Youssef Lahrech. Essas mudanças geram atenção entre investidores, mas não alteraram a recuperação das ações, que acumulam alta de 15% no ano.
Os papéis se recuperam de fortes quedas registradas em fevereiro, quando a fintech perdeu US$ 12 bilhões em valor de mercado após resultados abaixo das expectativas no quarto trimestre de 2024. Desde então, a confiança vem sendo reconstruída com a entrega de números alinhados às projeções.
Na sua opinião, a estratégia do Nubank de seguir expandindo o crédito mesmo com alta na inadimplência é um sinal de confiança ou um risco desnecessário? Compartilhe sua visão nos comentários.