A multinacional Stellantis planeja lançar no mercado automotivo brasileiro um novo motor turbo 100% movido a etanol que pode revolucionar o segmento. Entenda todos os detalhes e configurações e como o novo propulsor funcionará.
Em 2019, na época da inauguração de sua nova fábrica de motores em Betim (MG), a multinacional Stellantis revelou ao mercado automotivo um novo projeto de novo motor turbo a etanol de alta eficiência, que recebeu o nome de E4, com base no propulsor 1.3 GSE T4 turbo flex que, nos carros Fiat e Jeep, ficou conhecido como Turbo 270 ou T270.
O projeto do novo motor turbo a etanol foi engavetado tempo depois, mas ressurgiu em 2023, quando a Stellantis divulgou a jornalistas o interesse de apostar mais no biocombustível derivado da cana-de-açúcar, seja por meio de motores híbridos flex, de acordo com a recém-lançada família Bio-Hybrid, ou de conjuntos motrizes alimentados apenas por etanol.
Durante o lançamento da plataforma Bio-Hybrid, que será formada por três tipos diferentes de motorização híbrida, executivos da Stellantis deram pequenas atualizações sobre como vem avançando o desenvolvimento do novo motor turbo a etanol da empresa. Aparentemente, o projeto tomou rumos surpreendentes no mercado automotivo global.
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Entenda a estratégia da Stellantis no mercado automotivo com o desenvolvimento do seu novo motor turbo a diesel
Se as informações estiverem corretas, o novo motor turbo a etanol não está mais sendo desenvolvido para tracionar as rodas, mas sim para servir como gerador de energia para um motor elétrico, aos moldes do sistema e-Power da Nissan.
Contudo, o conjunto ainda conta com um microrreformador com o objetivo de otimizar o funcionamento do motor e a geração de energia. O objetivo seria oferecer a tecnologia não para carros de passeio, mas sim, para utilitários de maior porte, que precisam de maior autonomia para rodar.
Como vai funcionar o novo motor turbo a etanol da Stellantis?
Diferente do sistema da Nissan e-Power, usado em carros de passeio de porte compacto, que conseguem rodar com volume de energia relativamente pequeno, utilitários como vans de passageiros e furgões de carga de maior parte, necessitam de mais torque e elasticidade para operar.
Consequentemente, precisam de mais energia simultânea para rodar e de maior autonomia para grandes distâncias. Isso justificaria o uso do motor GSE de quatro cilindros, e não o de três, com sobrealimentação por turbo. Já o reformador serviria para a chamada Reforma e Recirculação de Gases do Escape (REGR), uma evolução do sistema EGR de recirculação de gases presente em motores a diesel.
Através deste motor turbo a etanol da Stellantis, haveria a chamada catálise desses gases e de pequenas quantidades de etanol, transformando os gases que seriam eliminados pelo escapamento em outros quatro: Hidrogênio (H2), Monóxido de carbono (CO), Dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). O hidrogênio e o monóxido de carbono seriam devolvidos à câmara de combustão. Esse H2 permite que se trabalhe com uma ignição por plasma, menos agressiva, gastando menos energia e melhorando o consumo de combustível, além de reduzir ainda mais as emissões.
Stellantis também planeja novo motor híbrido flex
Além do motor turbo movido a etanol, a Stellantis também está desenvolvendo um novo motor híbrido flex, do qual será possível usar outros biocombustíveis em combinação com motores elétricos, reduzindo custos e a pegada de carbono.
Para o executivo da Stellantis, Antonio Filosa, o Brasil conta com amplas alternativas para reduzir rapidamente as emissões de CO2 dos veículos através da combinação de seus biocombustíveis com a eletrificação, mas é necessário o incentivo para que essa transição aconteça.
O executivo, em relação às recentes críticas da imprensa sobre o etanol estar atrasando a eletrificação e o progresso tecnológico do país, comentou que no exterior, essa vantagem brasileira única no mundo é muito bem reconhecida, mas parece que os brasileiros desmerecem as imensas alternativas que só existem aqui.
Etanol e uma realidade antiga em nosso pais! Nosso povo nao valoriza! Tecnologia esta ai pronta.. vao pra cima e mostrem a capacidade desse combustível renovável que poucos dão valor!
Não é bem assim!
A própria indústria sucroalcoleira não inspira confiança ao mercado, já tivemos cerca de 90% da frota movida exclusivamente a álcool e simplesmente os produtores causaram desabastecimento passando a produzir açúcar para exportação por ter este preço melhor que o do álcool!
Tínhamos 90% da indústria produzindo motores a álcool. Diferente de toda a frota movendo-se a álcool. Mas mesmo assim a dúvida não é na indústria alcooleira mas no governo e suas tendências que afetam a indústria. Resolvido isso. O álcool é a melhor opção para redução de emissão. Quem tem idade lembram do cheiro do ar em grandes centros no Brasil. E compraram com hoje. E muito diferente e melhor. Tem os catalisadores com certeza mas o etanol tem muita importância nesta equação.
Sabe dizer se existe alguma usina de etanol que funcione sem consumir óleo diesel em sua operação?
Quase todas. Elas se utilizam do bagaço da própria cana para tocar as caldeiras e fazer o vapor tocar toda a indústria.
Stellantis só está correndo agora após chineses destronarem as vendas e reduzir preços,o que demonstra que economia de mercado ainda é a melhor formação para o consumidor…..
A questão é saber se temos “massa crítica” intelectual suficiente para explorar o etanol com mais profundidade.