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Novo foco da Petrobras! Sem poder explorar jazida de ‘ouro negro’ que vai gerar 350 MIL empregos, estatal volta a investir na Bacia de Campos visando elevar reservas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 03/11/2024 às 14:53
Petrobras aposta na Bacia de Campos e investe em tecnologia para ampliar produção de petróleo em campos maduros e garantir reservas futuras.
Petrobras aposta na Bacia de Campos e investe em tecnologia para ampliar produção de petróleo em campos maduros e garantir reservas futuras.

A Petrobras volta seu foco para a Bacia de Campos, investindo pesado em revitalização de poços maduros. Com tecnologias avançadas, a estatal pretende aumentar a produção e compensar impasses ambientais em áreas como a Foz do Amazonas.

A Petrobras volta seus olhos para o passado enquanto o futuro da exploração de petróleo no Brasil se mostra incerto.

Com um histórico de décadas na exploração em águas profundas, a estatal agora aposta na revitalização da Bacia de Campos, localizada entre os litorais do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Essa decisão, no entanto, não é movida apenas por nostalgia: há uma estratégia de sobrevivência e crescimento em jogo, já que a licença para explorar novas áreas no litoral norte, como a Foz do Amazonas, segue sem aprovação ambiental.

A estratégia da Petrobras com a Bacia de Campos se destaca no momento em que a estatal enfrenta dificuldades para expandir suas operações no litoral norte do país.

A Margem Equatorial, que inclui a Foz do Amazonas, já foi negada uma vez pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), bloqueando um projeto que poderia gerar 350 mil empregos.

Segundo O Globo, a companhia então decidiu redirecionar seus esforços para os campos de produção mais maduros, apostando em tecnologias de ponta e técnicas de recuperação para extração de petróleo ainda presente em áreas exploradas desde a década de 1970.

Uma retomada ambiciosa para a Bacia de Campos

Sob a liderança de Magda Chambriard, presidente da Petrobras e engenheira de reservatórios, a estatal pretende investir massivamente na Bacia de Campos, com um planejamento de longo prazo para ampliar as reservas.

De acordo com a executiva, há um potencial significativo de produção na região, com a possibilidade de retirar até a mesma quantidade de óleo e gás já extraídos nos últimos 50 anos.

Para a revitalização da Bacia de Campos, a Petrobras tem apostado em técnicas modernas de recuperação de poços e no reaproveitamento de plataformas antigas, que tiveram sua aposentadoria suspensa.

Hoje, estima-se que a região possua um fator de recuperação de apenas 17%, o que sugere um volume considerável de petróleo ainda disponível para extração.

“A produção de Campos tem um fator de recuperação de 17%. Com as técnicas atuais, a expectativa é manter a produção por mais 40 a 50 anos, extraindo o mesmo volume produzido até hoje,” afirmou Magda Chambriard durante evento recente.

Metas e investimentos bilionários até 2028

A Bacia de Campos, responsável atualmente por cerca de 20% da produção própria da Petrobras — o equivalente a 450 mil barris por dia —, deve ganhar ainda mais importância.

De acordo com O Globo, a meta é aumentar a produção para 600 mil barris diários até 2028, um salto considerável que exigirá investimentos estimados em mais de US$ 22 bilhões.

No novo plano de negócios da Petrobras, com vigência de 2025 a 2029, a Bacia de Campos se consolida como prioridade máxima, com a companhia planejando um conjunto de nove áreas que devem receber aportes e novas oportunidades de exploração.

Esses investimentos serão direcionados tanto para a reativação de campos maduros quanto para o desenvolvimento de novas técnicas de extração.

A Petrobras aposta em tecnologias como sísmica 3D e 4D para mapear em detalhes as reservas, além do uso de inteligência artificial e reinjeção de gás e água para facilitar a extração.

Segundo especialistas, a eficiência dessas tecnologias pode elevar o índice de recuperação para até 40%, aproximando a Bacia de Campos de níveis observados em outras regiões produtoras no mundo, como o Golfo do México e o Mar do Norte.

Petrobras: desafios e alternativas para um futuro incerto

Apesar do potencial de recuperação, a Petrobras enfrenta desafios significativos na execução dessa estratégia.

Custos elevados e a falta de novos equipamentos são entraves apontados por analistas da indústria.

Segundo Luiz Hayum, analista da Wood Mackenzie, as novas plataformas ficaram cerca de 40% mais caras desde 2021, o que dificulta a contratação de equipamentos essenciais para as operações.

Outro problema é o longo prazo dos contratos de plataformas que foram reativadas.

Plataformas como a P-51 em Marlim Sul, que produz 30 mil barris diários, terão sua vida útil prolongada até 2052, apesar da previsão inicial de encerramento das operações em 2034.

O custo da extensão, orçado em US$ 600 milhões, é mais uma demonstração do compromisso da Petrobras com a região, mas ao mesmo tempo representa um risco financeiro.

Especialistas observam que as margens de lucro para campos maduros são menores, o que aumenta a pressão sobre a Petrobras.

Conforme Rodrigo Almeida, analista do Santander, a revitalização da Bacia de Campos é parte de uma tendência crescente no Brasil, onde empresas de petróleo estão sendo incentivadas a otimizar seus campos maduros em meio ao impasse ambiental em novas áreas exploratórias.

Para Almeida, essa estratégia de revitalização é um “movimento inevitável” devido ao desafio em obter licenças e aos custos crescentes.

Um projeto em escala global e as novas fronteiras tecnológicas

Segundo o programa de revitalização divulgado pela Petrobras, a Bacia de Campos representa o maior projeto de recuperação de ativos maduros em águas profundas do mundo.

Essa magnitude é um diferencial competitivo para a estatal e, ao mesmo tempo, uma aposta em um modelo de produção mais sustentável, que exige menos infraestrutura de base e reaproveita poços antigos.

Na visão de consultores da indústria, um dos principais pontos fortes da Petrobras é a experiência em águas profundas, aliada ao uso de tecnologias de ponta para prolongar a vida útil dos campos.

Com técnicas avançadas de análise de reservatórios, como a sísmica 3D e 4D, a empresa consegue acompanhar a movimentação do óleo no subsolo, identificando áreas de potencial aumento de produtividade.

Essa frente tecnológica, destacada pelo jornal O Globo, também conta com o uso de inteligência artificial para otimizar processos e reduzir desperdícios, além da reinjeção de gás para aumentar a pressão dos poços.

O caso do campo de Marlim é um exemplo prático: a Petrobras estima que a revitalização permitirá a extração de 860 milhões de barris adicionais até o fim da concessão, em 2048.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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