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Novo concreto promete mudar a construção para sempre: usando resíduos industriais, reduz pela metade o uso de cimento e, em vez de água, utiliza CO2, o que o torna ainda mais ecológico

Escrito por Noel Budeguer
Publicado em 05/09/2024 às 15:43
construção - carbono - concreto - construção civil - emissões de carbono
Este concreto promete mudar a construção para sempre: usando resíduos industriais, reduz pela metade o uso de cimento e, em vez de água, utiliza CO2, o que o torna ainda mais ecológico

Revolução na construção! CO2-SUICOM captura carbono e reduz emissões. Descubra como este concreto inovador está mudando o setor para melhor!

O setor da construção civil está passando por uma verdadeira revolução com o desenvolvimento de materiais mais sustentáveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. Um dos avanços mais notáveis é o concreto CO2-SUICOM, o primeiro do mundo capaz de capturar carbono em seu processo de fabricação. Desenvolvido por uma colaboração entre empresas como Kajima, The Chugoku Electric Power Co., Denka e Landes Co., esse material inovador promete reduzir drasticamente as emissões de carbono na construção e pode se tornar um marco no caminho para a neutralidade de carbono.

Uma nova abordagem para a construção sustentável

O concreto CO2-SUICOM tem como característica principal a capacidade de capturar dióxido de carbono (CO2) durante seu processo de produção, substituindo o cimento tradicional por resíduos industriais e outros materiais mais ecológicos. Cada mistura de CO2-SUICOM reduz o uso de cimento em mais de 50%, o que resulta em uma diminuição significativa das emissões de gases de efeito estufa, associadas principalmente ao processo de fabricação do cimento convencional. Além disso, em vez de água, o concreto utiliza CO2 como agente de mistura, permitindo que o carbono seja capturado e aprisionado enquanto o concreto endurece.

Esse novo processo de produção se destaca por permitir que o concreto seja fabricado diretamente nos locais de construção, capturando as emissões de CO2 liberadas por plantas industriais e outras fontes de gases de escape. Essa abordagem não só diminui as emissões, como também transforma o concreto em um material que ajuda a limpar o ar ao capturar o dióxido de carbono, indo além do conceito de emissões líquidas zero e alcançando emissões negativas.

Impacto ambiental do CO2-SUICOM na construção civil

O impacto ambiental do CO2-SUICOM é impressionante. Enquanto o processo tradicional de fabricação de concreto gera cerca de 288 quilos de emissões de carbono por metro cúbico, o CO2-SUICOM tem a capacidade de capturar 18 quilos de carbono por metro cúbico. Isso representa uma redução total de 306 quilos de emissões por metro cúbico de concreto, levando a emissões negativas de carbono (-18 quilos), o que significa que o concreto capta mais carbono do que emite.

De acordo com estimativas, o Japão consome anualmente 91 milhões de metros cúbicos de concreto. Se essa quantidade fosse substituída pelo CO2-SUICOM, seria possível reduzir em 27,84 milhões de toneladas as emissões de carbono. Esse volume equivale a aproximadamente um terço da quantidade de dióxido de carbono que as florestas japonesas capturam em um ano. Além disso, o concreto capturaria cerca de 1,64 milhões de toneladas de carbono, contribuindo significativamente para a estratégia de neutralidade de carbono do governo japonês, que almeja alcançar esse objetivo até 2050.

A inovação tecnológica por trás do CO2-SUICOM também é um importante avanço na gestão de resíduos industriais. Ao utilizar subprodutos gerados por outros setores industriais em vez do cimento tradicional, esse concreto reduz não apenas as emissões de carbono, mas também a demanda por recursos naturais, promovendo uma economia circular.

O futuro da construção com captura de carbono

Com a crescente urbanização e a necessidade de infraestrutura em diversas partes do mundo, espera-se que o mercado de materiais de concreto atinja a impressionante marca de 364 bilhões de dólares até 2028. No entanto, em vez de eliminar o uso de concreto, a inovação representada pelo CO2-SUICOM oferece uma alternativa viável e mais sustentável para o setor da construção. Ao capturar dióxido de carbono e reduzir o uso de cimento, esse material não só minimiza o impacto ambiental, mas também oferece uma solução prática para a continuidade da construção civil em um mundo que busca reduzir suas emissões de carbono.

O processo de endurecimento do CO2-SUICOM é outro fator interessante. Diferente do concreto convencional, que endurece por meio de uma reação química entre o cimento e a água, o CO2-SUICOM utiliza um material chamado γ-C2S, que reage com o dióxido de carbono presente no ar para endurecer. Isso significa que o concreto pode ser exposto a locais com altos níveis de emissões de CO2, como usinas térmicas, onde gases ricos em carbono podem ser redirecionados para uma câmara de captura, aprisionando o CO2 no concreto à medida que ele endurece.

Perspectivas para o uso do CO2-SUICOM na construção global

A inovação do CO2-SUICOM abre portas para o futuro da construção sustentável em uma escala global. À medida que governos e empresas ao redor do mundo buscam reduzir suas pegadas de carbono, esse novo concreto pode ser um importante aliado na luta contra as mudanças climáticas. Países que estão se comprometendo com metas de neutralidade de carbono, como o Japão, já estão implementando estratégias para incorporar materiais de construção que capturam dióxido de carbono em suas políticas de sustentabilidade.

Além disso, com o potencial de ser utilizado em grandes projetos de infraestrutura, como pontes, edifícios e estradas, o CO2-SUICOM tem a capacidade de se tornar uma solução padrão para a construção civil em um futuro próximo. A combinação de captura de carbono, redução de emissões e o uso de resíduos industriais posiciona esse concreto como uma das inovações mais importantes do setor nos últimos anos.

O mundo está cada vez mais atento à necessidade de reduzir emissões de carbono e minimizar o impacto ambiental das atividades humanas. Com o CO2-SUICOM, o setor da construção civil, um dos maiores emissores de carbono, pode finalmente dar um passo significativo em direção a um futuro mais verde e sustentável.

Fonte: www.kajima.co.jp

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Noel Budeguer

De nacionalidade argentina, sou redator de notícias e especialista na área. Abordo temas como ciência, petróleo, gás, tecnologia, indústria automotiva, energias renováveis e todas as tendências no mercado de trabalho.

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