Uma startup de Nova Iorque criou uma máquina do tamanho de uma geladeira que promete revolucionar a energia, mas seu alto custo e a baixa eficiência tornam seu uso em carros inviável por enquanto, a promessa? Gasolina sem petróleo .
Imagine uma máquina que você pode ter em casa e que produz gasolina usando apenas três ingredientes: ar, água e eletricidade de fontes renováveis, como a solar. Essa é a promessa da Aircela, uma startup de tecnologia que desenvolveu um equipamento capaz de criar gasolina sem petróleo.
A tecnologia é real e cientificamente comprovada, mas a ideia de substituir o posto de gasolina ainda está distante. A análise de seu funcionamento e de seus custos revela que, embora seja uma conquista de engenharia, o verdadeiro futuro dessa inovação pode não estar nos carros, mas sim nos oceanos.
A tecnologia por trás da gasolina sem petróleo: Como a Aircela funciona?
A Aircela, fundada em 2019, desenvolveu sua tecnologia com a ajuda de um dos maiores especialistas do mundo no assunto, o Dr. Klaus Lackner. Em uma demonstração pública em Nova Iorque, no dia 20 de maio de 2025, a empresa mostrou sua máquina em pleno funcionamento. O processo da gasolina sem petróleo ocorre em três etapas principais:
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Captura de CO2 do ar: a máquina suga o ar do ambiente e, usando uma solução química, captura o dióxido de carbono (CO2).
Produção de hidrogênio: ao mesmo tempo, um processo de eletrólise, alimentado por energia renovável, quebra as moléculas de água (H2O), separando o hidrogênio.
Síntese da gasolina: o CO2 capturado é combinado com o hidrogênio em um reator. Isso primeiro cria metanol, que é então convertido em uma gasolina líquida através de um processo chamado Metanol-para-Gasolina (MTG).
O produto final: Uma gasolina de alta octanagem e livre de impurezas
A gasolina sem petróleo produzida pela Aircela tem características impressionantes. O combustível final tem uma octanagem entre 90 e 95, o que equivale à gasolina premium vendida nos postos.
Por ser produzida a partir de matérias-primas puras (ar e água), ela é livre de contaminantes como enxofre e metais pesados. Além disso, ela é totalmente compatível com qualquer motor a combustão padrão, podendo ser usada sem a necessidade de qualquer adaptação no veículo.
A conta que não fecha para o consumidor: O alto custo da gasolina sem petróleo
Apesar da inovação da gasolina sem petróleo, a viabilidade econômica para o consumidor comum é o maior obstáculo. O preço de uma única máquina da Aircela é estimado entre US$ 15.000 e US$ 25.000. Ao diluir esse custo ao longo de 10 anos, só o valor do equipamento já faz com que o combustível custe mais de US$ 5 por galão (cerca de 3,7 litros).
Somando o alto consumo de eletricidade, o preço final do combustível pode chegar a mais de US$ 13 por galão. Além disso, o processo é muito menos eficiente que o de um carro elétrico. Enquanto um veículo elétrico a bateria (BEV) aproveita mais de 75% da energia que vem da tomada, o sistema da Aircela, considerando a queima no motor, tem uma eficiência de apenas 12,5%.
Por que uma gigante de navios investiu na Aircela?
Se não é viável para carros, por que a Aircela atraiu tanto investimento? A resposta está em um de seus principais investidores: a Maersk, uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo. A Maersk está em um processo para descarbonizar sua frota e sua principal aposta é o uso de metanol verde.
O processo da Aircela, como vimos, produz metanol como um passo intermediário antes de convertê-lo em gasolina. Para a Maersk, o interesse não está na gasolina, mas sim na capacidade de produzir e-metanol de forma descentralizada em portos ao redor do mundo. O mesmo se aplica a outros setores difíceis de eletrificar, como a aviação.
Um nicho promissor, mas com um obstáculo regulatório
O caminho da Aircela parece ser focado em nichos de alto valor, como o transporte marítimo, a aviação, ou locais remotos como bases militares e mineradoras, onde o custo do combustível tradicional já é muito alto. A empresa planeja iniciar seus primeiros testes de campo no outono de 2025.
No entanto, antes de pensar no mercado de consumo, a empresa enfrenta um grande obstáculo regulatório. Para ser vendida como “gasolina”, o combustível precisa obter a certificação ASTM D4814, um processo caro e complexo que garante a qualidade e a segurança do produto. Sem essa certificação, usar o combustível em um carro comum poderia anular a garantia do motor, um risco que a maioria dos consumidores não está disposta a correr.
Nossa, impressionante, como não pensaram nisso antes?
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Bergius_process
Com tanta terra no Brasil para plantar cana e produzir etanol a baixo custo, usar qualquer outro combustível é desrespeitar a natureza. O carro elétrico ainda vai levar tempo por falta de infraestrutura de recarga, que depois das baterias de estado sólido e dos motores radiais vai passar a ser o principal obstáculo para a disseminação dessa tecnologia. Em alguns estados o preço do etanol não compensa e isso realmente deixa muito a desejar, pois o etanol tem infraestrutura já consolidada e os carros flex estão em toda parte. Falta inteligência na diminuição do preço do etanol para tornar as cidades mais respiráveis…
Produzir só o hidrogenio para um carro movido a hidrogenio já fica mais caro que a gasolina.
Ainda o carro híbrido é a melhor solução, porém a mais cara.