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Nova lei fará com que o Brasil perca R$ 3,7 TRILHÕES

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 05/12/2024 às 13:27

Reforma tributária ameaça desestimular o setor de petróleo e gás no Brasil, impactando diretamente a economia e a produção nacional. Projeções apontam perdas bilionárias na arrecadação e um futuro dependente de combustíveis importados.

Um projeto de reforma tributária desperta controvérsias e preocupações em várias frentes. Especialistas alertam para um cenário preocupante: o Brasil pode perder trilhões de reais em arrecadação nas próximas décadas, enquanto o setor estratégico de petróleo e gás enfrenta um possível colapso.

Ao tentar equilibrar sustentabilidade ambiental e arrecadação, o governo pode acabar sacrificando sua soberania energética em um dos momentos mais críticos da história econômica do país.

No cerne do debate está o Imposto Seletivo (IS), que foi projetado para desestimular atividades prejudiciais ao meio ambiente e à saúde.

No entanto, especialistas do setor energético apontam que a incidência desse imposto sobre a produção de petróleo e gás pode gerar um efeito oposto ao desejado.

José Roberto Afonso, economista e pesquisador, trouxe à tona números alarmantes: o Brasil poderá perder cerca de R$ 3,7 trilhões em arrecadação até 2055 caso essa medida seja implementada.

Os dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que, atualmente, o Brasil caminha para atingir o auge da produção de petróleo em 2030, com cerca de 5 milhões de barris por dia.

Porém, as projeções indicam que, sob a nova tributação, a produção poderá despencar para apenas 500 mil barris por dia até 2055.

Isso significa uma redução de 86%, colocando o Brasil na posição de importador líquido de combustíveis, ao invés de exportador.

Exportação em risco: da abundância à dependência

Além de ser um dos pilares da balança comercial brasileira, o petróleo responde por uma parcela significativa do superávit comercial do país.

Entre janeiro e agosto de 2024, as exportações de petróleo e derivados representaram cerca de 40% do superávit total, compensando quedas no desempenho do agronegócio.

Com a possível queda na produção e o aumento da importação de combustíveis, a balança comercial brasileira pode se desestabilizar, levando a um impacto direto no câmbio e nas contas públicas.

Esse cenário é agravado pelo fato de que os combustíveis importados não seriam tributados com o IS, enquanto a produção nacional estaria sobrecarregada com a nova taxação.

“Isso é um paradoxo”, afirma Afonso, destacando que o imposto prejudicaria a competitividade brasileira enquanto favoreceria fornecedores internacionais.

O peso para os cofres públicos e os investidores

Em 2023, a Petrobras arrecadou cerca de R$ 240 bilhões em impostos, representando uma fatia importante do orçamento público.

A redução dessa arrecadação poderia comprometer investimentos em setores estratégicos, como saúde, educação e infraestrutura.

Além disso, o imposto seletivo traria incertezas para investidores, diminuindo a atratividade do setor energético brasileiro.

Conforme o estudo apresentado por Afonso, uma alíquota de apenas 1% sobre a receita de projetos de extração poderia reduzir em 0,35 pontos percentuais a taxa de retorno dos empreendimentos, afugentando investidores nacionais e estrangeiros.

Isso ocorreria em um momento em que o Brasil precisa de capital externo para impulsionar sua economia.

Sustentabilidade ambiental ou estratégia econômica?

A justificativa para a aplicação do IS no setor de petróleo e gás é sua contribuição para as emissões de gases de efeito estufa. Globalmente, o setor energético é o maior emissor de CO₂.

Contudo, a realidade brasileira é diferente: o setor energético no Brasil representa apenas 18% das emissões totais do país, graças à matriz energética predominantemente renovável.

Especialistas questionam se a inclusão do setor no imposto seletivo seria eficaz no combate às mudanças climáticas ou se traria mais prejuízos do que benefícios.

O papel do Congresso e os próximos passos

A proposta da reforma tributária ainda está sendo analisada pelo Congresso Nacional.

Líderes do setor de petróleo e gás, juntamente com especialistas, têm feito esforços para excluir o segmento da lista de atividades sujeitas ao IS.

Segundo informações recentes, o Senado deverá votar ajustes no texto ainda em 2024​. A pressão para alterar o projeto aumentou após os resultados de estudos que destacaram o impacto econômico negativo.

Parlamentares buscam encontrar um equilíbrio entre arrecadação fiscal, sustentabilidade ambiental e competitividade internacional, mas o desafio é enorme.

O futuro da soberania energética brasileira

O debate sobre a reforma tributária traz à tona uma questão central: como o Brasil pode manter sua soberania energética e, ao mesmo tempo, avançar em direção a uma economia mais sustentável?

Com trilhões de reais em arrecadação e milhares de empregos em risco, as decisões tomadas pelo Congresso nas próximas semanas serão cruciais para definir o futuro do país.

Será que o Brasil conseguirá encontrar um equilíbrio entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico sem comprometer sua liderança no setor energético global?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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