Nova argamassa sustentável utiliza plástico reciclado, oferecendo melhor isolamento e contribuindo para a redução do desperdício na construção civil
Pesquisadores da Universidade de Newcastle desenvolveram uma nova argamassa de cimento que promete se destacar na construção civil. Produzido com plástico reciclado e aerogel de sílica, o material proporciona melhor isolamento térmico e contribui para reduzir o desperdício de plástico.
A inovação, publicada na revista Construction and Building Materials, pode diminuir as contas de aquecimento e resfriamento, oferecendo uma solução ecologicamente correta.
Argamassa inovadora combina leveza e isolamento térmico
A nova mistura foi desenvolvida para substituir a areia convencional por aerogel de sílica e plástico PET reciclado. O resultado é uma argamassa mais leve e com desempenho superior em isolamento térmico.
-
Isolado há décadas, Jalapão só agora iniciou a construção de um novo aeroporto para atender turistas e moradores
-
Túnel subaquático brasileiro vai usar mesma tecnologia da megaobra que conecta Dinamarca e Alemanha — entenda os planos da nova infraestrutura
-
As 10 melhores cores para pintar a parede externa e ter uma fachada incrível
-
Com motor robusto e potente, a motoniveladora John Deere 670G tem a troca de marchas mais suave da indústria e cabine confortável para ser operada por horas
O aerogel é reconhecido por suas propriedades isolantes e vem sendo cada vez mais utilizado em setores como construção civil e indústria aeroespacial. O estudo mostrou que a argamassa inovadora reduz em até 55% a perda de calor quando comparada às misturas tradicionais, mantendo a resistência essencial para construções em alvenaria.
Essa tecnologia pode transformar práticas de construção sustentáveis, reduzindo a perda de calor em áreas vulneráveis de construções, como os espaços entre tijolos que necessitam de argamassa.
Redução de resíduos plásticos e eficiência energética
A professora Lidija Šiller, especialista em Ciência em Nanoescala na Escola de Engenharia da Universidade de Newcastle e coautora do estudo, destacou o potencial da nova fórmula.
“Este estudo demonstra que nossa formulação de resíduos plásticos de PET reciclados pode ser usada para produzir argamassas à base de cimento, e é uma maneira eficaz de reduzir seu impacto no meio ambiente. Não seria maravilhoso reduzir as contas de aquecimento em todas as nossas novas construções e, ao mesmo tempo, reduzir significativamente os resíduos plásticos no mundo?”, afirmou.
Sete formulações testadas e resultados promissórios
Os pesquisadores testaram sete formulações diferentes da nova argamassa, juntamente com a tradicional. A mais eficaz foi composta por 7% de aerogéis de sílica não tratados com mistura de areia natural e 3% de plástico PET reciclado.
As partículas de PET, provenientes de garrafas plásticas trituradas, tinham formato irregular e espessura entre 2,5 mm e 3,5 mm. Após o processo de trituração, foram lavadas com água e secas à temperatura ambiente por 24 horas.
Os testes avaliaram propriedades essenciais, incluindo tempo de aderência, fluidez, densidade, resistência e condutividade térmica. A nova formulação impede em até 55% a condutividade térmica da argamassa em relação às amostras padrão.
Desafios futuros e testes em larga escala
O pesquisador Kaniaw Marof, Ph.D., principal autor do estudo, ressaltou a importância da descoberta. A melhoria do desempenho térmico de edifícios de alvenaria pela redução da energia necessária para aquecimento e resfriamento em edifícios para atender ao conforto dos usuários é um dos principais tópicos considerados no setor de construção moderno.
Em seu trabalho, a modificação da superfície das partículas de aerogel de sílica foi um passo crucial para implementar com sucesso as partículas de aerogel de sílica dentro do ligante de cimento e do plástico PET.
Agora, a equipe busca testar a argamassa em um ambiente real e em larga escala. Segundo a professora Šiller, o objetivo é encontrar parceiros da indústria da construção para construir uma casa usando uma nova mistura.
Com informações de Tech Xplore