Diante da complexa teia de desafios apresentados pelo roubo de combustíveis de embarcações na Amazônia, ações coordenadas, engajamento entre setores e medidas legislativas eficazes emergem como peças essenciais para reverter essa situação alarmante e assegurar a integridade das operações logísticas e da segurança das comunidades que dependem desses recursos vitais.
A região amazônica tem sido palco de uma série de roubos de combustíveis, com cerca de 4 milhões de litros desviados de embarcações nos últimos 18 meses. Grupos criminosos organizados têm operado para saquear esses produtos essenciais, vitais tanto para o abastecimento de cidades quanto para a geração de energia elétrica em áreas desconectadas da rede nacional. Essa alarmante informação foi revelada através de um estudo realizado pelo Instituto Combustível Legal (ICL) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Ambas as instituições estão mobilizadas para reprimir essa atividade criminosa e defender a implementação de ações coordenadas das forças de segurança a fim de combater efetivamente os crimes na região.
Embarcações na Região Amazônica sofrem com roubos de 4 milhões de litros de combustíveis em 18 meses
Com seus impressionantes 6.571 quilômetros de extensão, o Rio Amazonas é uma hidrovia crucial, considerada um percurso natural para o transporte de diversos produtos.
Anualmente, aproximadamente 11 bilhões de litros de combustíveis são negociados nessa área.
- Conheça o maior, mais perigoso e mais profundo oceano do mundo: cobre quase um terço da superfície da Terra, tem ventos 110 km/h e sua profundidade ultrapassa 11 mil metros
- Construção naval ganha força com a volta das obras no Estaleiro Enseada: 80 novas barcaças, 1,2 mil empregos e um investimento bilionário!
- Transatlântico SS United States será afundado para se tornar o maior recife artificial do mundo
- Nova York despeja mais de 2.500 vagões de metrô no oceano e o resultado surpreende!
No entanto, o transporte de mercadorias na região enfrenta desafios significativos devido à precária segurança vigente.
Valéria Lima, Diretora Executiva de Downstream do IBP, destaca a complexidade da questão de segurança no Rio Amazonas, que abrange não somente o transporte de combustíveis, mas também afeta embarcações de passageiros.
Ela explica que os combustíveis são alvos frequentes para o crime organizado devido à sua aplicação em setores diversos, como aviação e garimpo irregular.
No entanto, enfatiza que é crucial compreender o impacto disso na sociedade em geral, destacando que o roubo de cargas é uma preocupação que vai além dos derivados de petróleo.
Em resposta a esse cenário crítico, os institutos ICL e IBP estão propondo uma série de iniciativas para conter a prática criminosa.
Entre as estratégias propostas, destaca-se a integração de dados de inteligência entre as autoridades competentes e os órgãos de fiscalização.
Além disso, a criação de forças-tarefa especializadas no combate aos crimes na região é vista como uma medida essencial.
Juntamente com a implementação de leis mais rigorosas e o fortalecimento dos recursos das forças de fiscalização.
Recentemente, essas entidades promoveram um evento em Brasília para discutir essas medidas e sensibilizar para a urgência do problema.
A diretoria do IBP enfatiza a importância da colaboração entre o setor produtivo e as forças de segurança nacionais.
Segundo eles, a segurança é uma responsabilidade compartilhada e todos os setores devem se unir para enfrentar esse desafio crescente.
Instituto Combustível Legal e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás unem forças para combater crimes na Amazônia e propõem medidas de segurança
Em meio à espera pela implementação de medidas estruturais para conter o problema, as empresas de transporte têm recorrido a serviços de segurança privada para proteger os comboios fluviais.
O ICL e o IBP desenvolveram um manual orientativo para auxiliar as empresas que optam por contratar escoltas armadas.
Carlo Faccio, diretor do ICL, destaca que essas ações já têm contribuído para reduzir o número de ocorrências.
Até julho deste ano, houve nove tentativas de roubo, com três casos efetivamente consumados, e um deles resultou na recuperação da carga pouco depois do roubo.
No ano anterior, foram registradas as mesmas nove tentativas, mas sete roubos foram concretizados.
Entretanto, a segurança privada também gera custos adicionais para as empresas e aumenta o risco de confrontos violentos durante os roubos, incluindo possíveis tiroteios e derramamento de combustíveis nos rios.
O presidente do ICL, Emerson Kapaz, alerta que as entidades comunicam as autoridades há meses sobre a gravidade dos desvios de combustíveis.
Ele destaca que esse tema tem sido objeto de diversas reuniões com representantes do governo federal, visando estabelecer compromissos entre o setor e as autoridades para construir parcerias a fim de combater essa prática.
Kapaz também salienta a importância do Congresso Nacional no enfrentamento desse problema.
Ele menciona a tramitação de um projeto de lei datado de 2017, que tem em vista definir os crimes de furto, roubo e receptação de produtos de unidades de produção, instalações de armazenamento e dutos, enquanto aumenta as penalidades.
A intenção é ampliar o escopo do projeto para incluir modalidades adicionais de transporte, incluindo o aquaviário.