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Nordeste reativa megaprojeto bilionário que vai cortar o Brasil de norte a sul: hidrovia de 1.371 km com integração ferroviária deve movimentar R$ 5 milhões já no 1º ano, diz Codeba

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 04/09/2025 às 13:23
Hidrovia do São Francisco é reativada pela Codeba, com 1.371 km e integração ferroviária. Estimativa inicial é de R$ 5 milhões.
Hidrovia do São Francisco é reativada pela Codeba, com 1.371 km e integração ferroviária. Estimativa inicial é de R$ 5 milhões.
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Projeto de reativação da Hidrovia do Rio São Francisco prevê integração com ferrovias e rodovias, reforçando o escoamento de cargas e conectando o interior baiano ao litoral. Estimativas apontam movimentação de R$ 5 milhões logo no primeiro ano.

Assim como publicou o CPG, a Autoridade Portuária da Bahia (Codeba) apresentou recentemente a reativação da Hidrovia do Rio São Francisco, corredor de 1.371 km que será integrado a ferrovias e rodovias para reforçar o escoamento de cargas no país.

Já nesta semana, a entidade revelou que a projeção de movimentar até R$ 5 milhões no primeiro ano de operações da Hidrovia do Rio São Francisco.

Apresentação e objetivo do projeto

De acordo com a Codeba, a estratégia será devolver a navegabilidade comercial ao São Francisco e conectá-lo a trechos ferroviários e rodoviários com acesso ao litoral.

A autarquia classificou a hidrovia como a maior em extensão territorial contínua sob controle de uma autoridade portuária no continente, condição que amplia o alcance logístico da iniciativa e cria novas rotas para competir com corredores exclusivamente terrestres.

Integração multimodal para reduzir custos

A proposta se apoia na combinação de modal hidroviário, ferroviário e rodoviário.

A navegação interior concentra os grandes volumes pelo leito do rio, enquanto as rodovias fazem a ligação entre polos produtores e terminais fluviais.

Em seguida, as cargas acessam a rede ferroviária e seguem para áreas portuárias com capacidade de armazenagem e atracação.

A expectativa é ganhar previsibilidade de prazo e sensibilidade de custo por tonelada, além de aliviar congestionamentos sazonais nas estradas.

Conexões-chave com FCA, FIOL e Porto de Aratu

Três eixos formam o núcleo da integração. O primeiro prevê a requalificação do trecho da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) conectando Juazeiro ao Porto de Aratu, na Região Metropolitana de Salvador.

O segundo estabelece a conexão com a Ferrovia de Integração Oeste–Leste (FIOL) em Bom Jesus da Lapa (Cariacá), utilizando o sistema rodoferroviário associado à ponte ferroviária sobre o Rio São Francisco.

O terceiro liga a malha da FIOL à FCA, criando rota direta entre Jequié e o Porto de Aratu. Em conjunto, esses trechos abrem caminho para que o fluxo iniciado no médio e no baixo São Francisco alcance o litoral sem descontinuidades.

O que muda para a logística de cargas

Com a reativação, a autarquia projeta rotas mais competitivas para granéis, semimanufaturados e insumos.

O arranjo multimodal permite distribuir volumes ao longo do ano e ampliar a resiliência frente à sazonalidade de safras.

Além disso, o uso da hidrovia tende a reduzir a dependência de longos percursos rodoviários, com potencial de diminuir custos operacionais e ampliar a segurança do transporte.

Estimativa de movimentação e revisão de demanda

A Codeba trabalha com estimativa de até R$ 5 milhões movimentados no primeiro ano, patamar inicial a ser incrementado conforme as conexões entrem em operação plena.

De acordo com a apresentação, novas frentes de demanda foram incorporadas aos estudos mais recentes e não constavam nas curvas avaliadas até o ano passado.

Esse ajuste projeta uma base de clientes mais diversificada, ancorada em origens do interior baiano e de áreas vizinhas conectadas à bacia do São Francisco.

Declarações e diretrizes da autoridade portuária

O presidente da Codeba, Antonio Gobbo, afirmou que a reativação deve alterar de forma relevante a matriz de transporte na região. Em suas palavras, “essa hidrovia vai gerar uma revolução na logística de cargas”.

Ele acrescentou que a equipe trabalha “com a possibilidade de implantação de uma teia ferroviária para Aratu”, orientada a ampliar a capilaridade e a regularidade das janelas de escoamento.

As falas indicam prioridade para conexões que entreguem ganho imediato de escala e sustentem a expansão do corredor.

Fases de implementação e interoperabilidade

As etapas de reativação foram desenhadas para que a infraestrutura entre em serviço de forma escalonada, priorizando trechos com maior potencial de carregamento inicial.

A interoperabilidade entre sistemas — terminais fluviais, pátios ferroviários e áreas portuárias — aparece como requisito central.

A proposta é sincronizar obras, serviços e autorizações para que a oferta de transporte cresça na mesma cadência da demanda contratada, permitindo contratos de médio e longo prazos com previsibilidade de preço e de capacidade.

Abrangência territorial e conexão com polos produtivos

Ao reativar um eixo de 1.371 km, a Codeba sinaliza capacidade de atendimento a polos agroindustriais e minerários abastecidos por rodovias que convergem para o São Francisco.

A ligação com o Porto de Aratu dá acesso a retroáreas e a terminais aptos a acomodar cargas diversas, o que favorece a formação de cadeias logísticas com transbordos mapeados e menor risco de gargalos operacionais.

Impacto esperado e próximos passos

A autarquia descreveu uma governança com participação de operadores ferroviários e órgãos de transporte para padronizar procedimentos, segurança e cronogramas.

Ainda sem detalhar o calendário completo, a orientação é iniciar por ligações que garantam regularidade de viagens e custos estáveis, premissas vistas como essenciais para atrair novos embarcadores.

Marcos estruturantes para a retomada

O trecho Juazeiro–Aratu, a conexão em Bom Jesus da Lapa (Cariacá) e a ligação FIOL–FCA com acesso por Jequié foram destacados como marcos estruturantes do corredor.

Esses pontos permitem montar percursos contínuos do interior ao litoral, minimizando transbordos e preservando a eficiência econômica típica de comboios hidroviários e ferroviários em grandes volumes.

Como a reativação da Hidrovia do São Francisco, combinada às conexões FCA, FIOL e Porto de Aratu, pode redesenhar a competitividade do transporte de cargas no Nordeste nos próximos anos?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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