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“Será desastroso”, diz Nobel John Clarke sobre cortes de Trump que ameaçam pesquisas científicas

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 08/10/2025 às 17:28
Nobel John Clarke alerta que cortes de Trump podem paralisar pesquisas científicas e atrasar o avanço da ciência nos Estados Unidos.
Foto: IA
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Nobel John Clarke alerta que cortes de Trump podem paralisar pesquisas científicas e atrasar o avanço da ciência nos Estados Unidos.

O renomado físico John Clarke, vencedor do Nobel de Física de 2025, fez um forte alerta nesta terça-feira (07/10/2025) sobre o impacto das políticas do ex-presidente Donald Trump na ciência americana.

Em entrevista, Clarke afirmou que os cortes em pesquisa e as demissões de cientistas governamentais representam um risco sem precedentes para o futuro da inovação no país.

Segundo ele, as medidas “paralisarão grande parte da pesquisa científica nos Estados Unidos” e podem levar “uma década para recuperar o terreno perdido”.

O britânico, de 83 anos, recebeu a notícia de sua vitória durante a madrugada, quando uma ligação da Suécia o informou sobre o prêmio — momento que ele inicialmente pensou ser um trote. “Logo ficou claro que era real”, contou Clarke, emocionado.

O cientista, professor da Universidade de Berkeley, na Califórnia, dividiu o prêmio com os colegas Michel Devoret, da França, e John Martinis, dos Estados Unidos, por suas contribuições à mecânica quântica.

“Será desastroso se continuar”, alerta o Nobel John Clarke

Durante a coletiva, Clarke não poupou críticas às políticas científicas da gestão Trump, especialmente os cortes orçamentários e a reforma nas agências de pesquisa.

“Será desastroso se isso continuar […] pode levar uma década para voltar para onde estávamos há um semestre”, afirmou.

Ele destacou que seus trabalhos na década de 1980 só foram possíveis graças ao forte investimento público em ciência, que proporcionou estrutura, equipamentos e bolsistas de pós-graduação.

Hoje, segundo Clarke, “pessoas que conheço tiveram enormes cortes de financiamento”, o que está comprometendo a continuidade de estudos fundamentais para o avanço tecnológico.

O físico classificou a situação como um “enorme problema além de qualquer compreensão”, reforçando que a falta de apoio financeiro ameaça a base da pesquisa científica americana.

Pesquisa que revolucionou a mecânica quântica

O trabalho de John Clarke, Michel Devoret e John Martinis foi reconhecido pelo Comitê Nobel por demonstrar, de forma prática, os fenômenos do universo quântico.

Suas descobertas nos anos 1980 ajudaram a tornar concretas as propriedades “estranhas” da mecânica quântica, campo que estuda o comportamento da matéria e da energia em escalas extremamente pequenas.

Clarke e seus colegas conseguiram comprovar o chamado “efeito túnel”, no qual uma partícula atravessa uma barreira sólida — algo impossível em nosso mundo macroscópico, mas comum no universo quântico.

O Comitê destacou que o trio “tornou tangíveis as propriedades do universo quântico em um sistema grande o suficiente para caber na mão”.

Essas descobertas abriram caminho para tecnologias que hoje fazem parte da vida cotidiana, como os telefones celulares e, mais recentemente, o desenvolvimento dos computadores quânticos, considerados o futuro da computação.

A importância da ciência básica e o risco dos cortes

Durante o anúncio do Nobel, Clarke fez questão de defender o investimento contínuo em ciência básica, aquela que busca compreender os princípios fundamentais da natureza, muitas vezes sem aplicação imediata.

“É muito importante fazer essa ciência básica porque você não sabe qual será o resultado”, disse.

O pesquisador lembrou que, na época de suas descobertas, “Michel, John e eu não tínhamos como compreender a importância que esse trabalho teria”.

Hoje, ele vê o financiamento à pesquisa como um investimento estratégico, capaz de gerar avanços tecnológicos que transformam sociedades inteiras.

Outros ganhadores do Nobel também compartilharam da mesma preocupação. Mary Brunkow, vencedora do Nobel de Medicina de 2025, ressaltou que o financiamento público é essencial para o progresso da ciência.

Sem ele, advertiu, os Estados Unidos correm o risco de perder liderança global em inovação.

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08/10/2025 17:34

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Fonte
Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia, Geopolítoca, Econômia. Apaixonada por leitura e escrita.

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