Ocorrido no fim do mês de abril deste ano, a operação de navio de ‘break bulk’ com café marca o retorno da modalidade no transporte pelo Porto do Rio de Janeiro, gerido pela Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ).
Derivado da frase ‘breaking bulk’, o ‘break bulk’ significa carga geral ou carga de projetos. Importante termo da indústria naval e também chamado de Project Cargo, é a modalidade marítima utilizada para transportar mercadorias mais leves, em cargas individuais, como sucedeu no Porto do Rio de Janeiro, com carga de café, além de: matérias-primas e materiais do segmento de construção, indústria e higiene (hélices de avião, motores, componentes de turbinas eólicas, equipamentos de grandes dimensões, celulose, aço, carvão, fertilizantes, etc.). Nesse caso, a carga é transportada em volumes próprios, e não acondicionados em contentores.
‘Break Bulk’ no Rio
O embarque, de 6.500 toneladas de café, no Rio de Janeiro realizou-se com pleno sucesso. A mercadoria tinha como destino a Europa. Foi o operador logístico UNSLOG que tratou de negociar com o terminal de contêineres ICTSI RIO, a fim de levar a operação à capital carioca.
Como já dito, na modalidade ‘break bulk’ pode-se armazenar a carga individualmente no porão do navio, em vez de em contêineres. Segundo Leandro Lima, superintendente de Gestão Portuária do Rio de Janeiro e Niterói, a carga em contêineres é hoje o padrão logístico para transporte de cafés; mas, explica ele, “o ‘break bulk’ ajuda a superar a escassez [de carga conteinerizada] e a consequente alta global no preço”, devido à pandemia de Covid-19, entre outros fatores.
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Mais informações
Os navios de carga solta (‘break bulk’ ou project cargo) são versáteis, multifuncionais. Transportam variados tipos de mercadorias. Por outro lado, seu design facilita as transações de embarque e desembarque. Além de tudo, pelas suas características particulares, tal modalidade de transporte pelo mar é menos burocrática do que o transporte tradicional via contêiner.
O ‘break bulk’ é acessível à maioria dos portos, visto que nem todos têm a devida preparação para receber contentores, ao passo que até os portos menos modernos e de países menos desenvolvidos recebem mercadorias em ‘break bulk’.
Demanda, no entanto, mais tempo e mais mão de obra, pois o processo é menos automatizado. Portanto, exige coordenação logística mais bem delineada, além de recursos humanos e técnicos. Isso porque cada item tem de ser transportador, um por um, geralmente em caixas, tambores, barris, caixas, etc. Deve existir, para tudo correr sem prejuízos, maior atenção na gestão de risco de danos nos materiais. Nesse sentido, é comum que os navios especializados venham com guindastes embutidos para ajudar.
Os cuidados adotados na maior parte dos portos pela indústria naval brasileira são:
- Ter ciência do lugar de coleta e de entrega do material, endereço completo e a estrutura;
- Possuir em mãos fotos e desenhos técnicos da carga para o planejamento;
- Conhecer a espécie de material de construção das cargas e seus pontos frágeis;
- Considerar o ponto de gravidade e içamento da peça, de maneira que se garanta segurança;
- Atentar, com antecedência, às normas de trânsito. É necessário se informar se há algum tipo de limite de transporte de carga no local, bem como acerca dos horários permitidos para movimentações. Fora isso, deve-se sondar a utilidade de escolta e de fechamento ou liberação de ruas e rodovias.
‘Break bulk’ no Brasil
Desde a década de 80, o ‘break bulk’ estava em desuso por parte do setor cafeeiro do país. Contudo, dado o problema da escassez global de contêineres, por conta também da pandemia de Covid-19, as empresas da indústria naval brasileira reconsideraram a volta da modalidade como uma estratégica para colaborar na estabilização do fluxo logístico internacional.