Descubra como o aquecimento global e a urbanização intensificam a proliferação de ratos, especialmente nos EUA, causando prejuízo bilionário
As mudanças climáticas estão provocando impactos cada vez mais evidentes no planeta, desde eventos climáticos extremos até o derretimento das calotas polares. Agora, cientistas apontam mais uma consequência alarmante: o aumento expressivo da população de ratos em ambientes urbanos, especialmente nos Estados Unidos da América (EUA).
Ratos em ascensão: O custo bilionário para os EUA
Segundo um estudo recente publicado na revista Science Advances, os ratos urbanos estão se proliferando em ritmo acelerado, impulsionados pelo aquecimento global.
Nos Estados Unidos, essas pragas já causam prejuízos de aproximadamente US$ 27 bilhões anuais, seja por danos à infraestrutura, contaminação de alimentos ou destruição de plantações.
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O ecologista urbano Jonathan Richardson, da Universidade de Richmond, liderou um estudo que analisou as tendências da população de ratos em 16 cidades norte-americanas ao longo de um período de até 17 anos.
A pesquisa baseou-se em registros de chamadas de reclamação feitas pelos moradores, já que muitas prefeituras carecem de recursos para monitorar diretamente esses animais.
Aquecimento global e o crescimento dos roedores
Os resultados confirmaram o que muitos urbanistas suspeitavam: o aumento da temperatura tem uma relação direta com a expansão da população de ratos.
As cidades que estão esquentando mais rápido registram aumentos significativamente maiores na quantidade de roedores.
Isso ocorre porque invernos mais amenos prolongam a disponibilidade de alimentos e ampliam o período reprodutivo desses animais, possibilitando um ciclo de procriação mais intenso.
Entre as cidades com maior crescimento de ratos, Washington D.C. lidera o ranking, seguida por São Francisco, Nova York, Toronto e Amsterdã.
Outras cidades norte-americanas que registraram aumentos consideráveis incluem Oakland, Buffalo, Chicago, Boston, Kansas City e Cincinnati.
As exceções: Cidades que reverteram a tendência
Apesar do cenário preocupante, algumas cidades conseguiram conter ou mesmo reduzir suas populações de ratos. Em Nova Orleans, Louisville (Kentucky) e Tóquio, os números diminuíram ao longo dos anos.
Segundo Richardson, a abordagem agressiva dessas cidades no controle de pragas pode ter sido determinante.
Na cidade de Tóquio, por exemplo, a cultura de extrema exigência por higiene fez com que a população se tornasse muito mais vigilante em relação à presença de ratos.
Urbanização e o efeito colateral dos espaços verdes
Além das mudanças climáticas, outro fator que contribui para a proliferação dos ratos é a crescente urbanização. A pesquisa sugere que quanto mais densamente populada e urbanizada uma região, maior a tendência de aumento de roedores.
Entretanto, os cientistas observaram um dado curioso: enquanto algumas pesquisas indicam que os ratos evitam espaços verdes, outras sugerem que eles se proliferam justamente nessas áreas.
Um estudo paralelo publicado na revista Ecosphere indicou que os ratos são mais abundantes em regiões com grande concentração de restaurantes, devido à farta disponibilidade de lixo orgânico.
Como resultado disso, a relação entre urbanização, espaços verdes e população de ratos ainda precisa de mais investigações.
Os desafios da convivência com os ratos
Richardson destaca que os ratos são incrivelmente adaptáveis e bem-sucedidos em coexistir com os seres humanos, tornando o controle de sua população um grande desafio.
Além disso, fatores como diferenças socioeconômicas e confiança na gestão pública podem influenciar diretamente a quantidade de registros de infestações.
Os cientistas enfatizam a necessidade de mais estudos para entender os impactos ecológicos e sociais do aumento das populações de ratos e desenvolver soluções eficazes para mitigar esse problema.
Com o avanço das mudanças climáticas e o crescimento urbano, a luta contra os ratos urbanos será cada vez mais desafiadora.