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Motores a combustão devem ‘morrer’ em 2027, afirma CEO da Stellantis

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/10/2022 às 12:15
Motores a combustão devem 'morrer' em 2027, afirma CEO da Stellantis
Foto: Jeep/Divulgação

A Stellantis se pronunciou sobre o fim dos motores a combustão e afirma que os mesmos devem ‘morrer’ mais cedo que o previsto, tendo em vista que as empresas estão investindo cada vez mais em tecnologias renováveis.

Enquanto o mercado automotivo foca em 2035, ano em que a Europa planeja abolir os veículos com motor a combustão, as regras de emissões se tornarão cada vez mais rígidas no Velho Continente. Nesse contexto, a Stellantis acredita que esses motores poluentes a gasolina ou diesel podem desaparecer devido à chegada dos carros elétricos antes do limite já estabelecido.

Motores a combustão serão extintos em 2027, afirma Stellantis

Tudo começa com o Euro 7 e a chegada das novas metas mais rigorosas de redução de emissões na Europa em 2027. Davide Mele, vice-presidente sênior de assuntos corporativos da Stellantis na Itália, falou sobre esse tema durante uma mesa redonda ligada à transição ecológica dentro do concelho nacional de Uilm.

O executivo afirma que a transição energética pode ser antecipada de 2035 para 2027 devido aos novos regulamentos europeus de emissões.

Na prática, Mele ressalta algo que está sendo enfrentado não apenas pela Stellantis, mas sim, pela maioria das montadoras que atuam na Europa. 

O ponto central é que, com o Euro, as produtoras terão que realizar grandes investimentos nos atuais motores a combustão para que os mesmos consigam estar dentro das rígidas normas de emissões. Neste caso, o pensamento é de que os carros com motor a combustão de gasolina e diesel se tornarão inviáveis por conta de seu alto custo de produção para as montadoras.

Montadoras fazem esforço duplo para manter carros com motor a combustão e carros elétricos

De acordo com o executivo, a Stellantis abraça a transição, mas não esquece que há uma legislação Euro 7 que obriga as empresas a investirem nos motores a combustão que em 2035 morrerá. Desta forma, se realmente focarmos em um raciocínio que está sendo feito, na realidade 2027 já será um ano em que o motor térmico morrerá.

A partir desse ponto de vista, a empresa pede uma revisão do Euro 7. Mele ressalta ainda que, durante a transição energética do mercado de automóveis, os produtores são obrigados a fazer um duplo esforço e de alto custo, como desenvolver novos carros elétricos, plataformas, infraestruturas, baterias e, ao mesmo tempo, continuar aplicando melhorias aos atuais motores a combustão. Já voltando ao Euro 7, diversas montadoras têm questionado os limites muito rigorosos.

O valor é de 30 mg de NOx por veículo e emissões de CO2 entre 100 e 300 mg por km, sendo que o valor atual fica entre 500 e 1000. Sendo assim, os carros com motores a combustão não conseguiriam atingir esses números, precisando obrigatoriamente ter alguma eletrificação, híbrida, híbrida plug-in ou totalmente elétrica.

Como isso se encaixa no mercado automotivo brasileiro?

Isso tudo é visto na Europa, onde a transição energética está no centro do debate e a velocidade com que ela deve acontecer gera intensos debates.

O Brasil, por outro lado, ainda não possui um plano estratégico para evoluir com os carros elétricos. Ainda assim, esses veículos vêm ganhando espaço pouco a pouco no mercado nacional.

A mudança de paradigma na Europa e em outros mercados como os Estados Unidos e China deve gradualmente forçar uma mudança de pensamento no Brasil. As matrizes das grandes montadoras estão nesses mercados e podem começar a impactar mais as decisões nos países que ainda estão começando a aderir os carros elétricos.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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