Nova análise geoquímica revela que pedras azuis foram transportadas manualmente por povos neolíticos do País de Gales até a planície de Salisbury
Um dos enigmas arqueológicos mais antigos da humanidade acaba de ganhar uma resposta concreta. O mistério de Stonehenge, especialmente sobre a origem das enigmáticas pedras azuis do círculo interno do monumento, foi esclarecido por meio de novas evidências científicas publicadas na Journal of Archaeological Science: Reports.
Pesquisadores da Universidade de Aberystwyth comprovaram, com análises microscópicas e geoquímicas, que as pedras foram levadas por humanos, e não por geleiras, desde Craig Rhos-y-Felin, no País de Gales — a mais de 200 km de distância do local onde está erguido Stonehenge, na Inglaterra.
Análise científica desmonta teoria da origem glacial
O novo estudo usou amostras de uma rocha chamada “pedra de Newall”, descoberta há cerca de um século, comparando sua composição química com afloramentos rochosos no norte de Pembrokeshire. O resultado apontou que os níveis de zircônio e tório são idênticos aos encontrados em Craig Rhos-y-Felin, provando sua origem galesa.
-
O segredo das ‘estradas submersas’ do Ceará não é a maré
-
Lucro de 17.000.000%: investidores que seguraram bitcoins desde 2011 realizam maior ganho da história
-
Quanta água potável realmente temos? O dado que revela como a maior riqueza da Terra é, na verdade, escassa
-
Trump ordenou hoje o envio de dois submarinos nucleares após ex-presidente da Rússia falar em ‘apocalipse’
A equipe também observou que os padrões geológicos da pedra — um tipo de riolito foliado — não apresentam marcas de abrasão glacial, o que descarta a hipótese de que tenham sido arrastadas por geleiras, como defendiam alguns geólogos, como Brian John.
Além disso, fragmentos semelhantes são encontrados apenas em Stonehenge, e não em outros pontos da planície de Salisbury, o que reforça a tese do transporte proposital por comunidades neolíticas.
Transporte manual envolveu logística complexa
O mistério de Stonehenge também envolvia dúvidas sobre o método de transporte. Segundo os pesquisadores, povos antigos podem ter usado cordas, trenós de madeira e esteiras para deslocar blocos de até 3,5 toneladas por longas distâncias. Um feito notável, mas tecnicamente possível.
A “Pedra do Altar”, por exemplo — a maior do círculo central — teria vindo do norte da Escócia, a cerca de 1.000 km do local. O transporte das pedras azuis desde o País de Gales teria exigido uma jornada de cerca de 385 km, combinando trechos por terra e por rios como o Avon e o Frome.
Esse processo mostra um grau elevado de planejamento, organização social e mobilização coletiva, o que transforma Stonehenge em mais do que um monumento — possivelmente um símbolo político e espiritual de unificação na Grã-Bretanha pré-histórica.
Monumento continua cercado de fascínio e simbolismo
Embora o mistério de Stonehenge sobre a origem das pedras tenha sido resolvido, ainda permanecem dúvidas sobre o propósito exato do monumento. Estudos anteriores sugerem que ele foi construído em quatro fases, ao longo de mais de 1.500 anos, e serviu a rituais religiosos, astronômicos e políticos.
A estrutura final, datada de cerca de 1500 a.C., organiza as pedras azuis em uma formação circular com alinhamento ao nascer do sol no solstício de verão. Parte delas permanece enterrada ou em formato de tocos abaixo da superfície.
Apesar dos avanços científicos, a razão exata da escolha das pedras, o significado simbólico dos alinhamentos e os detalhes da construção continuam sendo objeto de estudo.
Você acredita que os povos neolíticos realmente transportaram as pedras de Stonehenge por centenas de quilômetros? O que esse feito diz sobre nossa história antiga? Comente abaixo.