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Metal com poder regenerativo é descoberto por acaso e pode revolucionar a engenharia de agora em diante

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 21/07/2023 às 12:08
Metal com poderes regenerativos é descoberto por acaso e pode revolucionar a engenharia de agora em diante
Crédito da foto: bionerd23 em https://www.flickr.com/photos/68816401@N00/4318132383/

Cientistas estavam testando a resistência do metal, com um microscópio quando perceberam que o fragmento regenerava suas rachaduras automaticamente.

Imagine um futuro onde um metal rachado ou danificado se regenere espontaneamente. Parece surreal? Graças a uma descoberta inesperada, essa fantasia pode se tornar realidade, abrindo novos caminhos na engenharia e transformando nosso relacionamento com materiais que usamos diariamente.

Sempre associamos metais a características como condutividade, durabilidade e pontos de fusão e ebulição elevados. Agora, imagine adicionar “auto-regeneração” a essa lista. Em uma descoberta que pode marcar uma nova era na engenharia, cientistas observaram um metal se regenerando automaticamente, um fenômeno que, se bem compreendido e controlado, poderia revolucionar o modo como fabricamos e usamos inúmeras estruturas.

Fragmento de platina com a espessura de 40 nanômetros “Curou” suas rachaduras em alguns minutos

Esta incrível descoberta ocorreu durante um experimento realizado pelos pesquisadores da Sandia National Laboratories e da Texas A&M University. Estavam testando a resistência do metal, usando um microscópio eletrônico de transmissão. Nele, um fragmento de platina com a espessura de 40 nanômetros foi suspenso no vácuo e puxado 200 vezes por segundo.

Esse estresse contínuo acabou criando pequenas rachaduras, conhecidas como danos por fadiga. Geralmente, esses danos levam à quebra de equipamentos e estruturas. Mas, para surpresa de todos, após 40 minutos de teste, a platina começou a se regenerar, mesclando-se e se reparando em escala minúscula.

Brad Boyce, um cientista de materiais, descreveu a experiência à ScienceAlert, afirmando que foi surpreendente testemunhar em primeira mão essa autocura.

As possibilidades da auto-regeneração do metal

As condições exatas que levaram à autocura da platina ainda são desconhecidas, assim como a possibilidade de replicação desse fenômeno. No entanto, a existência de metais com essa habilidade poderia revolucionar diversos campos da engenharia, desde a manutenção de pontes até a reparação de smartphones.

Embora seja a primeira vez que se vê tal processo em ação, uma pesquisa anterior, realizada em 2013, já havia previsto a autocura de nanorachaduras em metais, graças aos minúsculos grãos cristalinos em seu interior que alteram sua resposta ao estresse.

Outro ponto notável é que a autorregeneração do metal aconteceu à temperatura ambiente. Uma explicação possível é a ocorrência de um processo chamado solda a frio, que acontece quando as superfícies metálicas se aproximam o suficiente para que os átomos se entrelacem. Esse fenômeno é ainda mais provável em metais puros e no vácuo, o que levanta a questão: poderá esse processo ser replicado em metais comuns e em ambientes típicos?

Michael Demkowicz, um dos cientistas de materiais envolvidos na pesquisa, expressou seu entusiasmo pela descoberta, esperando que ela incentive outros pesquisadores a considerar que, sob as circunstâncias corretas, os metais podem surpreender-nos com comportamentos nunca antes vistos.

Com essa descoberta, esperamos ansiosamente por uma revolução na maneira como percebemos e usamos os metais, embarcando em um futuro onde os materiais podem ser tão resilientes quanto a própria vida.

Geovane Souza

Geovane Souza é especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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