Nos últimos anos, a demanda da China por milho cresceu exponencialmente, e os Estados Unidos continuam exportando milhões de toneladas para o país. No entanto, o Brasil continua crescendo no mercado de milho, e não aparenta diminuir seu avanço tão cedo.
Em novembro do ano passado, o mercado chinês se abriu para o milho brasileiro, permitindo que agricultores e exportadores aproveitem a abertura, em um cenário onde os EUA perdem o controle do mercado que tanto dominavam.
Há um mês, Brasil e China fecharam um acordo para permitir o comércio de milho entre os países, contudo, o mercado já está explodindo. Isso ocorreu devido ao desinteresse chinês pelo milho americano, permitindo que muito milho brasileiro seja exportado para o país asiático.
Segundo Collin Waters, diretor de exportações e logística da Illinois Corn Marketing Board e da Illinois Corn Growers Association, o cenário realmente permitiu que o mercado de milho brasileiro fosse valorizado no âmbito internacional.
- BRICS amplia poder global: expansão histórica desafia dólar e redefine economia com Brasil em destaque
- Investimento de 75 BILHÕES pode tornar estado muitas vezes esquecido pelos brasileiros em uma potência econômica mundial com desenvolvimento e milhares de empregos
- Elon Musk pode levar a SpaceX a impressionantes US$ 350 bilhões e torná-la a startup mais valiosa do planeta
- Líder global de laticínios investe R$ 250 milhões em fábricas de Minas Gerais
Mercado de milho brasileiro mostra seu poder no segmento
Na última semana, 22 navios embarcaram para a China portando 1,2 milhão de toneladas de milho brasileiro, segundo aponta Luiz Carlos Pacheco, análise sênior da TF Agro Econômica. Além disso, o Brasil já se prepara para embarcar mais 800 mil toneladas de milho para atender a um pedido da COFCO, uma estatal chinesa de grãos.
Recentemente, a COFCO realizou um pedido de 2 milhões de toneladas de milho brasileira para entrega em fevereiro, sendo que ainda cogita comprar muito mais. Antes da parceria China-Brasil ser efetuada no ano passado, as principais opções da China para importações de milho eram os EUA, Argentina e Ucrânia. Agora, com o mercado do milho em declínio na Argentina, e a Ucrânia sendo uma opção pouco viável devido à invasão russa, o preço do milho subiu consideravelmente nos EUA, tornando essa opção pouco viável para a China.
No último mês, o Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA afirmou que as exportações agrícolas dos EUA para a China atingiram recordes para o ano de 2022, contudo, o milho foi uma commodity que caiu consideravelmente.
Por outro lado, é necessário mencionar que os totais do ano fiscal de 2022 ainda tiveram um ótimo desempenho, sendo o segundo maior de todos os tempos. No entanto, o ano fiscal terminou em 30 de setembro, antes que o mercado de milho brasileiro fosse amplamente consumido e valorizado pela China.
Apesar das exportações cumulativas de milho dos EUA para a China no ano comercial de 2022-23 até agora superarem o ano passado, dados da FAS mostram que a China reduziu consideravelmente seus compromissos no mercado de milho para o restante do ano.
No fim de dezembro, as vendas pendentes de milho dos EUA para a China eram de 292 mil toneladas. Contudo, na mesma época, a China havia prometido comprar quase 10 milhões de toneladas de milho dos EUA. Isso indica que a China está comprando bastante milho brasileiro, e não planeja parar com isso tão cedo.