Aclamado pela crítica, o novo powertrain do SUV Renault Kardian gera debate entre mecânicos devido a problemas no câmbio, levantando dúvidas sobre sua confiabilidade a longo prazo.
O Renault Kardian chegou ao Brasil como um divisor de águas para a marca, trazendo um moderno e premiado conjunto mecânico. No entanto, o motor 1.0 turbo de 3 cilindros, apesar de elogiado, trabalha com uma transmissão de dupla embreagem que já apresenta problemas graves. Isso gera uma polêmica no mercado: seria este um bom negócio ou uma futura dor de cabeça para os proprietários?
Um motor 1.0 turbo de linhagem nobre e premiada
O lançamento do Kardian sinaliza uma nova fase para a Renault no Brasil. No centro dessa estratégia está o seu conjunto motriz. O motor 1.0 turbo TCe, com código de projeto HR10, foi rapidamente aclamado. Ele recebeu o prestigioso prêmio de “Motor a Combustão do Ano” da revista Autoesporte, um feito notável para a marca.
Fabricado no Brasil pela Horse, uma parceria entre Renault e a chinesa Geely, este propulsor de três cilindros entrega números impressionantes. São 125 cv com etanol e 220 Nm de torque. É o torque mais alto entre os SUVs compactos com motor 1.0 turbo no país.
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Sua engenharia é moderna. O motor compartilha cerca de 70% de seus componentes com o motor 1.3 TCe, projeto desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz. Isso significa que ele herda tecnologias avançadas. Entre elas estão o revestimento especial nos cilindros (Bore Spray Coating) e bronzinas com polímero, que visam reduzir o atrito e aumentar a durabilidade. É fundamental não confundir este motor com o antigo e problemático 1.2 TCe europeu, que pertence a outra geração.
A transmissão que preocupa mecânicos e donos
Se o motor é a estrela, a transmissão é o centro da controvérsia. O Kardian estreia no Brasil o câmbio automatizado de dupla embreagem (EDC) de seis velocidades, com o código DW23. Este câmbio possui embreagem úmida, banhada a óleo, um sistema projetado para ser mais robusto que sistemas de embreagem seca, como o problemático PowerShift da Ford.
Contudo, a realidade tem sido preocupante, de acordo com a reportagem realizada pelo portal Mobiauto, a maioria das reclamações graves sobre o Kardian converge para a transmissão. Proprietários relatam “estalos” e trancos metálicos altos em manobras de baixa velocidade. Além dos ruídos, falhas eletrônicas surgem com alertas de “verificar câmbio” no painel.
A substituição do conjunto da transmissão tem um custo alarmante, variando entre R$ 40.000 e R$ 48.000. Por enquanto, a garantia de fábrica cobre os custos. No entanto, isso cria uma “bomba-relógio” para o mercado de seminovos, onde uma falha pode representar perda total financeira para o futuro proprietário.
O que dizem os testes e a oficina?
A análise de especialistas e mecânicos revela um padrão claro. O motor 1.0 turbo HR10 tem se mostrado confiável. Segundo o portal Autoo, as reclamações sobre ele são raras e tratadas como incidentes isolados pela Renault, como uma falha na vedação de um injetor ou uma mangueira de combustível solta. Em desmontagens técnicas, o motor foi elogiado pela robustez e pelo bom espaço para manutenção.
Em contraste, conforme o portal Mobiauto, a transmissão EDC é o foco de quase todas as críticas. A resposta da Renault sobre os ruídos tem sido variada, desde a troca de peças até a afirmação de que seria uma “característica” do sistema. Nos casos de falha total, a marca realiza a troca completa para análise técnica posterior, sem dar uma explicação pública sobre a causa do defeito.
Conforme o portal Carros na Web, a frustração dos donos é agravada por outros relatos, como a escassez de peças de reposição e ruídos no acabamento interno.
A saída segura para aproveitar o motor 1.0 turbo?
Diante da incerteza com a transmissão EDC, a chegada de uma versão com câmbio manual de 6 marchas é vista como uma alternativa segura. Essa configuração une o elogiado desempenho do motor 1.0 turbo com a confiabilidade e o menor custo de manutenção de uma transmissão manual tradicional.
Para o comprador que busca os benefícios do novo projeto da Renault, mas tem aversão ao risco, a versão manual se apresenta como um verdadeiro “porto seguro”. Ela permite desfrutar da potência e eficiência do motor sem a principal vulnerabilidade do veículo.
O Renault Kardian com motor 1.0 turbo vale a pena?
O powertrain do Kardian é um estudo de contrastes. O motor 1.0 turbo é, sem dúvida, um salto de qualidade, potente e eficiente. Isoladamente, ele não é uma dor de cabeça. O problema está em seu parceiro, o câmbio EDC, que concentra todo o risco.
Para a versão com câmbio automático (EDC): Sim, há um alto potencial para dor de cabeça. O risco de falha, o custo de reparo fora da garantia e a inconveniência são significativos. É uma compra de alto risco, especialmente no mercado de usados.
Para a versão com câmbio manual: Não, é improvável que esta versão se torne uma dor de cabeça. Ela oferece o melhor dos dois mundos: o excelente motor aliado a um câmbio confiável. Esta é a escolha mais racional e recomendada para quem deseja o Kardian.
Quem faz o test drive leva o kardian. Dirigibilidade e conforto muito superiores. Carro feito pro Brasil, aguenta 30km/h em lombada. Enquanto isso a vw mete nivus e tera cheios de plástico, motor aspirado manco na primeira versão e que raspa em qualquer coisa esses gol bombado! Ainda por cima mais caros! E dizer que a chance de dor de cabeça com o kardian é alta, é muita falta de imparcialidade.
Uso o câmbio da Mercedes-Benz!
Tenho um Stepway 2015 manual com motor K7M e não troco por esse “Sandero” disfarçado nem a ****. Faltou pouco para ser considerado uma tempestade perfeita. Combinaram tudo de ruim ( bloco de alumínio, turbo, três cilindro) só faltou a famigerada correia banhada em óleo.