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Marinha dos EUA tomou uma medida extrema ao destruir todos os F-14 Tomcat, para impedir que fossem adquiridas por adversários, como o Irã

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 12/11/2024 às 05:51
Marinha dos EUA tomou uma medida extrema ao destruir todos os F-14 Tomcat, para impedir que fossem adquiridas por adversários, como o Irã
A origem do F-14 Tomcat: uma resposta à Guerra Fria (Imagem: Reprodução)

Após uma carreira notável, o caça F-14 Tomcat, um dos aviões mais icônicos da Força Aérea dos EUA, foi aposentado oficialmente em 2006. Mas a história dessa poderosa aeronave não terminou aí.

Em uma medida incomum, a Marinha dos EUA decidiu destruir todos os exemplares remanescentes do F-14 Tomcat, cortando-os em pedaços e eliminando qualquer possibilidade de reaproveitamento. O motivo para essa ação extrema? Garantir que nenhuma peça do F-14 caísse em mãos hostis, principalmente no Irã, o único país além dos EUA a operar esse modelo.

A criação do F-14 Tomcat foi motivada pela crescente rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética durante a Guerra Fria.

A Força Aérea dos EUA precisava de um caça de longo alcance para interceptar bombardeiros soviéticos equipados com mísseis antinavio, uma ameaça real às frotas de porta-aviões americanos.

Após tentativas frustradas com modelos como o Douglas F6D e o F-111B, a Marinha lançou o programa VFX, que buscava uma aeronave de superioridade aérea com asas de geometria variável. Em 1969, a Grumman foi escolhida para desenvolver o modelo, que viria a se tornar o lendário F-14 Tomcat.

Tecnologia avançada e papel histórico do F-14 Tomcat

O F-14 Tomcat era uma obra-prima da engenharia militar. Equipado com o sistema de radar AN/AWG-9 e capaz de rastrear até 24 alvos simultâneos, ele carregava mísseis AIM-54 Phoenix, com alcance de até 200 km.

Essa capacidade transformava o F-14 Tomcat em um defensor essencial das frotas navais dos EUA. Operacional desde 1974, ele substituiu o F-4 Phantom e rapidamente demonstrou seu valor.

Na década de 1980, durante um confronto com caças líbios no Golfo de Sidra, o F-14 foi crucial em missões de defesa e combate, consolidando sua reputação.

Aposentadoria e o risco de proliferação de tecnologia

Com o passar dos anos, a complexidade e os custos de manutenção do F-14 Tomcat tornaram-se um fardo, levando a Marinha a substituí-lo pelo F/A-18 Super Hornet em 2006.

No entanto, uma preocupação maior surgiu: o Irã ainda operava 79 F-14 comprados nos anos 1970, quando o país era um aliado dos EUA.

Após a Revolução Iraniana, as relações entre os dois países se deterioraram, mas o Irã manteve suas aeronaves e continuou a usá-las extensivamente, especialmente durante a guerra Irã-Iraque.

Por que destruir o F-14 Tomcat?

A decisão de destruir o F-14 Tomcat foi impulsionada pela possibilidade de o Irã obter peças de reposição para prolongar a vida útil de suas aeronaves.

Investigações revelaram que agentes iranianos estavam adquirindo peças em leilões de excedentes militares dos EUA. Em resposta, o Departamento de Estado decidiu eliminar todos os F-14 restantes.

Em 2007, o Pentágono contratou uma empresa para desmontar as aeronaves, triturando-as em pedaços de 60 cm, de modo a inutilizar qualquer componente reaproveitável.

Um legado de poder e controvérsia

O F-14 Tomcat foi mais do que uma simples aeronave; ele representou o ápice da defesa aérea da Força Aérea dos EUA durante décadas.

Sua destruição simboliza a importância que o governo americano dava a essa tecnologia e o receio de que potências inimigas pudessem usá-la contra os interesses dos EUA.

Essa medida drástica é um lembrete de como a geopolítica e a segurança nacional podem levar a decisões surpreendentes, ainda que dolorosas para os admiradores da aviação.

Assim, o F-14 Tomcat, que marcou gerações, permanece na história como um ícone, mesmo após sua destruição.

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Rafaela Fabris

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