Em meio a discussões estratégicas, a Marinha do Brasil explora opções para aquisição de um novo porta-aviões, visando reforçar sua capacidade ofensiva e de projeção de poder no cenário internacional.
A Marinha do Brasil, sem um porta-aviões de grande porte desde a aposentadoria do São Paulo, considera seriamente adquirir uma nova unidade para sua frota. O Comandante da Marinha, Almirante Olsen, destacou a importância estratégica de tal aquisição, apesar das restrições orçamentárias atuais.
Historicamente, o Brasil possuía o porta-aviões São Paulo e, após sua desativação, incorporou o HMS Ocean como um navio aeródromo multipropósito, conhecido como NAM Atlântico. Contudo, este não atende plenamente às necessidades de operação de aeronaves de ataque, levando à consideração de novos porta-aviões.
Construção de porta-aviões
O Plano de Articulação e Equipamento da Marinha (PAEM), criado em 2011, já previa a construção de porta-aviões, alinhados com as futuras escolhas de aeronaves da Força Aérea Brasileira. O Naval Group (anteriormente DCNS) propôs um porta-aviões baseado no Charles de Gaulle, com propulsão diesel-elétrica, apto a operar caças Rafale ou uma versão adaptada do Gripen pela Saab.
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A Marinha do Brasil enfrenta o dilema de construção própria ou investir em um novo e mais moderno porta-aviões. O alto custo e os riscos técnicos dificultam a decisão, ressaltando a necessidade de recursos financeiros adequados para tal empreendimento.
Aquisição de um novo porta-aviões pela Marinha do Brasil
O interesse em porta-aviões permanece vivo globalmente, com países como Japão e Coreia do Sul reavaliando suas capacidades navais. No Brasil, o apoio governamental pode ser crucial para avançar na aquisição de um novo porta-aviões, semelhante aos precedentes com os navios aeródromos Minas Gerais e São Paulo.
O Brasil tem opções que vão desde aquisições de grandes porta-aviões, que exigiriam investimentos significativos em escoltas, até opções menores e mais econômicas, como os porta-helicópteros da classe Cavour ou Juan Carlos I, que podem operar com aeronaves modernas como os caças F-35B.
A Marinha do Brasil está diante de um momento crucial para definir sua capacidade naval futura, com a possibilidade de adquirir um novo porta-aviões. Esse movimento estratégico, contudo, depende da alocação de recursos suficientes e do apoio governamental, para assegurar que a frota brasileira possa manter sua operacionalidade e expandir sua influência no mar.
E a história do NAM Atlântico?
O NAM Atlântico (A140), o porta-helicópteros anfíbio que hoje lidera a frota da Marinha do Brasil, foi originalmente comissionado como HMS Ocean pela Royal Navy em 1998. Sua transição para a Marinha do Brasil em 2018, após ser adquirido por £84,6 milhões, marcou um novo capítulo em sua jornada como um elemento vital da força naval brasileira.
Com um deslocamento de 21.578 toneladas e um comprimento de 203,43 metros, o Atlântico tem capacidade para transportar até 18 helicópteros e 40 veículos, operando com uma tripulação total de 1.295 pessoas. Essa composição permite que o navio desempenhe uma variedade de funções, desde operações anfíbias até missões de comando e controle.
Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) em 2020
Reclassificado como Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) em 2020, o Atlântico expandiu suas capacidades para incluir a operação de aeronaves de asa fixa de média altitude de longa duração e aeronaves com decolagem e pouso vertical (VTOL). Em 2023, o navio demonstrou sua importância estratégica ao servir como hospital de campo e centro de coordenação durante as operações de resgate nas enchentes e deslizamentos em São Paulo.
Baseado no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, o NAM Atlântico não apenas reflete a capacidade da Marinha do Brasil em operações navais e humanitárias, mas também destaca a versatilidade e a importância dos porta-helicópteros anfíbios na segurança e no auxílio à população em tempos de crise.