Gigante asiático vai participar da Navalshore no Rio e já iniciou conversas para disputar licitação de navios da estatal
O maior estaleiro chinês especializado em navios para transporte de gás e amônia, o Jiangnan Shipyard Group, está de olho no mercado brasileiro. A empresa vem ao Brasil pela primeira vez para participar da Navalshore 2025, principal feira naval da América Latina, e já iniciou contatos para disputar a nova licitação da Petrobras para renovação da frota de gaseiros.
Segundo informações do jornal Estadão, o grupo chinês quer marcar presença no segundo ciclo de contratações da estatal, que prevê a compra de oito embarcações — cinco pressurizadas e três semi-refrigeradas — com capacidades entre 7 mil e 14 mil metros cúbicos, destinadas ao transporte de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e amônia.
Quem lidera a missão chinesa no Brasil?
A delegação será chefiada por Lin Qingshan, vice-presidente do Jiangnan Shipyard Group, que vê no Brasil uma oportunidade estratégica, tanto pelo momento da Petrobras quanto pela aproximação geopolítica dos países do Brics. A presença na Navalshore é considerada simbólica, segundo Wagner Freitas, representante da empresa no Brasil.
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“Participar pela primeira vez de uma feira da magnitude da Navalshore é um marco. As conversas com possíveis parceiros locais já começaram”, afirmou Freitas, diretor comercial da WSS Express.
O que está em jogo na renovação da frota?
A nova fase do programa da Petrobras mira reforçar sua capacidade logística no transporte de combustíveis estratégicos. A demanda por gaseiros de médio porte (pressurizados e semi-refrigerados) atende à necessidade da estatal de modernizar a frota com embarcações mais eficientes, seguras e ambientalmente adequadas.
A concorrência internacional por esses contratos tende a ser acirrada. Além do Jiangnan, outros estaleiros europeus e asiáticos também estão de olho na licitação, mas os chineses contam com escala industrial, agilidade de produção e preços altamente competitivos, fatores que podem pesar na decisão da estatal brasileira.
Qual o impacto da Navalshore nesse contexto?
A Navalshore 2025, que acontece de 19 a 21 de agosto no Rio de Janeiro, contará com 144 expositores representando mais de 400 marcas da cadeia naval e offshore. A expectativa é que a feira movimente cerca de R$ 12 bilhões em negócios, incluindo contratos, parcerias e conexões estratégicas entre estaleiros, armadores, fornecedores e representantes do governo.
A participação do Jiangnan é vista como sinal do interesse chinês em ampliar presença no setor naval brasileiro, especialmente num momento em que o país volta a investir em sua indústria marítima por meio da Petrobras e possíveis projetos de conteúdo local.
Vale a pena abrir o mercado brasileiro aos estaleiros chineses?
A entrada de estaleiros estrangeiros pode trazer inovação, capacidade técnica e redução de custos, mas também levanta discussões sobre conteúdo nacional, transferência de tecnologia e soberania industrial. Especialistas alertam que parcerias com empresas brasileiras podem ser uma alternativa estratégica para equilibrar os interesses.
Caso avance, a aliança com o Jiangnan poderá representar uma nova fase de cooperação sino-brasileira no setor naval, com impacto direto na cadeia produtiva do petróleo e gás, na geração de empregos e na competitividade da indústria local.
Você apoia a entrada de estaleiros estrangeiros nas licitações da Petrobras? A presença do maior estaleiro da China em solo brasileiro pode acelerar a renovação da frota da Petrobras, mas também pressiona a indústria naval nacional. Você acredita que parcerias internacionais fortalecem ou enfraquecem o setor naval brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários — sua experiência faz parte desse debate.