Por Rotem Hershko, diretor de Plataformas de Negociação da A.P. Moller – Maersk
18 de julho de 2022 – Lockdowns, contêineres retidos, navios esperando semanas fora dos terminais enquanto as cadeias de suprimentos lutam para manter o ritmo. Esse é o cenário do comércio global desde o início de 2020, quando a pandemia de Covid-19 atingiu fabricantes de todo o mundo e desencadeou uma demanda recorde por parte dos consumidores, sobrecarregando a capacidade da cadeia de suprimentos. Como resultado, empresas em todo o mundo enfrentam atrasos no fornecimento e prateleiras vazias.
É hora de repensar e reestruturar as cadeias de suprimentos globais para facilitar o fluxo de mercadorias. No momento, estamos vendo algumas mudanças monumentais no transporte e na logística, pois a pandemia e o aumento maciço na demanda por eletrônicos, móveis e materiais de construção aceleraram a necessidade de soluções omnichannel. Na Maersk, também sentimos esse efeito; o valor em reservas feitas em nosso site saltaram para 38 bilhões de dólares, quase 2/3 do nosso faturamento, fazendo do nosso site um dos maiores B2B do mundo.
Essa transformação digital permite que os operadores logísticos atendam melhor seus clientes, otimizando as cadeias de suprimentos de canal único, liberando recursos e permitindo que os clientes se concentrem em seus negócios. Hoje é possível reservar um contêiner usando um smartphone, o que era impensável há alguns anos, quando vários pontos de contato, como e-mail e telefonemas, eram necessários para confirmar um pedido.
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Um avanço
A Covid-19 também mudou a prioridade da logística na comunidade empresarial. Antes da pandemia, a gestão da cadeia de suprimentos era uma questão de “just in time” (na hora certa, em tradução livre), enquanto a gestão de estoque era forçada a evoluir para ter suprimentos suficientes para atender à demanda. A tendência era buscar redução de custos, mas a pandemia tornou as empresas vulneráveis às menores interrupções.
Hoje, a segurança do abastecimento e a gestão de estoques estão entre as principais prioridades e fazem parte dos relatórios de resultados trimestrais em quase todas as empresas. A força da cadeia de suprimentos molda o potencial de lucro e a resposta dos mercados financeiros.
Embora a comunidade empresarial tenha adotado a digitalização das cadeias de suprimentos, falta ainda o uso de dados e a inteligência artificial. Operar uma cadeia de suprimentos manualmente torna quase impossível coletar todos os dados, pois eles estão espalhados por até 30 “atores” diferentes. A coleta de dados é uma tarefa enorme em um momento em que a capacidade de tomar decisões rápidas é crucial para garantir o fluxo de mercadorias.
A Maersk recebe e compila feedback de mais de 100 mil clientes, fornecendo uma visão única de suas necessidades e movimentos nos mercados globais. Por isso, é fundamental continuar investindo no desenvolvimento de novas ferramentas e produtos digitais que integrem melhor as soluções logísticas e facilitem aos clientes encontrar meios de transporte alternativos quando houver uma interrupção na cadeia de suprimentos.
A situação atual do mercado reforçou e sustentou a necessidade de repensar e otimizar as cadeias de suprimentos globais. A rápida ascensão do comércio eletrônico e das compras online, onde os consumidores esperam entregas diárias, aumentou a necessidade de um relacionamento de longo prazo entre as empresas de logística e seus clientes. Os consumidores querem visibilidade e prazos de entrega precisos ao fazer compras online.
Transição cultural
A nova realidade é muito exigente. Não é nenhum segredo que os negócios de transporte marítimo há muito são marcados como conservadores e análogos, com muitos processos manuais. O envio de um contêiner pode envolver 100 documentos diferentes.
Para a A.P. Moller – Maersk, o processo de se tornar um integrador logístico líder incluiu repensar a cultura empresarial, quebrar alguns velhos hábitos e iniciar novas formas de fazer negócios. Desde 2016, o número de funcionários de tecnologia, que hoje é parte fundamental do dia a dia dos negócios, triplicou.
O ritmo da tecnologia está remodelando o mundo, e as empresas de logística devem adotar a mudança e a digitalização para evitar serem deixadas para trás. Líder mundial no transporte de contêineres, a Maersk está comprometida em desenvolver a cadeia de suprimentos global para operar em escala, com eficiência e com a capacidade de gerenciar as interrupções inerentes que podem surgir a qualquer momento.
Fonte: Sherlock Commons | Via Flávia Soares