Construção de nova ‘grande hidrelétrica’ no Brasil é discutida entre Lula e Silveira. Ministro de Minas e Energia afirma que governo avalia projeto inspirado na Itaipu, com foco no Rio Madeira e no complexo do Tapajós.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou em entrevista ao O Globo que está em diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a construção de nova “grande hidrelétrica” no Brasil, nos moldes de Itaipu. A iniciativa busca retomar investimentos em usinas de grande porte, reforçando a matriz energética brasileira em meio ao crescimento da demanda e à necessidade de estabilidade frente às fontes intermitentes, como solar e eólica.
Silveira destacou que o Rio Madeira, em parceria com a Bolívia, e o complexo do Tapajós, na Amazônia, estão entre os projetos em análise. Segundo ele, a inspiração vem da Itaipu Binacional, referência mundial em produção de energia limpa e integração regional.
Por que o governo fala em nova hidrelétrica?
O ministro argumenta que o Brasil precisa garantir segurança energética em um momento de expansão econômica e transição verde. Apesar do crescimento das renováveis, fontes como eólica e solar ainda são intermitentes e precisam de suporte constante. Nesse cenário, grandes hidrelétricas funcionam como “baterias” do sistema, oferecendo estabilidade ao abastecimento.
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Além disso, a cooperação internacional é um dos pontos centrais da proposta. O acordo já firmado com a Bolívia, para ampliar o aproveitamento do potencial hidrelétrico do Rio Madeira, reforça a possibilidade de uma nova usina binacional, nos moldes de Itaipu, que hoje fornece energia a milhões de brasileiros e paraguaios.
Quais os entraves para a construção?
Apesar do entusiasmo do governo, a construção de nova “grande hidrelétrica” no Brasil enfrenta desafios relevantes. O complexo do Tapajós, por exemplo, está parado há anos por causa de entraves ambientais e de licenciamento, uma vez que a região envolve áreas sensíveis da Amazônia.
Outro ponto é o alto custo dos investimentos. Segundo Silveira, só em pequenos projetos o setor elétrico já movimentou R$ 5,5 bilhões em leilão recente, que viabilizará 65 usinas em 13 estados. Uma grande hidrelétrica exigiria valores muito superiores, além de negociações complexas com comunidades locais e órgãos ambientais.
Como isso impacta o futuro energético do Brasil?
Se o projeto avançar, a expectativa é que o Brasil fortaleça sua posição como potência em energia limpa, combinando hidrelétricas de grande porte com fontes renováveis. A aposta é que uma nova usina possa, assim como Itaipu, reduzir riscos de apagões, atrair investimentos e garantir estabilidade de preços no mercado regulado, que abastece famílias e pequenas empresas.
No entanto, especialistas alertam que é necessário conciliar desenvolvimento e preservação ambiental, já que grandes empreendimentos podem impactar populações ribeirinhas e áreas de floresta.
A possibilidade de construção de nova “grande hidrelétrica” no Brasil recoloca o tema no centro do debate energético e político. Enquanto o governo vê na proposta uma oportunidade de integração regional e reforço da matriz, críticos apontam para desafios ambientais e financeiros.
E você, acha que o país deve apostar em novas usinas como Itaipu ou investir mais em fontes renováveis descentralizadas? Deixe sua opinião nos comentários.