Em entrevista, Luciano Hang revela os bastidores financeiros da Havan, detalha o faturamento bilionário, o peso dos impostos e defende a importância de reinvestir tudo no negócio.
Uma conversa descontraída, com tom provocativo e respostas diretas. Foi nesse clima que o influenciador digital Albertoni Cavalcante entrevistou Luciano Hang, fundador da Havan, uma das maiores redes de varejo do Brasil.
O empresário falou sobre o crescimento da companhia, os números bilionários que movimenta, a carga tributária que enfrenta e a visão que mantém sobre trabalho, problemas e sucesso.
Os números incríveis da Havan
Hang não poupou números. Ao ser questionado sobre o faturamento da empresa, disparou: “R$ 50 milhões por dia”. Segundo ele, hoje, a empresa fatura R$ 1,5 bilhão por mês.
-
Haddad diz que ‘melhor sistema tributário do mundo’ no Brasil será 156 vezes mais ágil que o Pix
-
O paradoxo de R$ 0,50: O motivo inacreditável que impede o Brasil de lucrar com terras raras
-
Nova regra do INSS elimina exigência presencial e corta burocracia que prejudicava milhares de beneficiários
-
O Brasil industrial de duas caras: Enquanto um estado despenca 21%, outro dispara 17%. Saiba quais.
O número impressiona, mas ele vai além. Segundo o empresário, a Havan deve fechar o ano de 2025 com um faturamento de R$ 18 bilhões. Para o próximo ano, a previsão é de R$ 20 bilhões.
Impostos maiores que a folha salarial
Na mesma linha, o empresário comentou sobre o valor que paga em impostos. Segundo ele, em 2024, a Havan desembolsou cerca de R$ 4 bilhões só em tributos.
Para este ano, a estimativa é de R$ 5 bilhões. “Ano que vem, uns 6 bilhões”, afirmou. Apesar do peso, Hang tem uma visão objetiva sobre o tema: “É bom pagar imposto. Quem paga imposto é porque está vendendo”.
Folha de pagamento: Em contraste com os impostos, a folha de pagamento mensal da Havan gira em torno de R$ 120 milhões, somando mais de R$ 1 bilhão por ano. A empresa tem hoje cerca de 22 mil colaboradores.
Valuation bilionário da Havan e expansão agressiva
Outro dado que chamou atenção foi o valuation da Havan. Segundo Hang, com base no lucro de R$ 3 bilhões registrado no último ano e utilizando um múltiplo de 15 vezes, a empresa estaria avaliada em torno de R$ 45 bilhões. “Não é que eu tenho esses 45 bilhões”, explicou. “É que ela vale aquilo que entrega de resultado multiplicado pelo valor do mercado.”
Hang também comentou sobre o custo para abrir uma nova unidade: entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões por loja.
Em seu auge de expansão, a rede chegou a inaugurar 25 lojas por ano. O investimento anual nesse período chegava a R$ 2 bilhões.
Origens humildes e cultura de esforço
Ao relembrar o início da Havan, Hang destacou que começou sem dinheiro. “Se você esperar ter alguma coisa pra começar, não começa nunca”, disse.
Para viabilizar os primeiros passos, recorreu a empréstimos de amigos, crédito de fornecedores e bancos. Segundo ele, a chave do início foi a credibilidade. “Eu nunca atrasei uma duplicata”, afirmou com orgulho.
Hang também revelou que fez dois consórcios no começo da carreira e passou por dificuldades para pagá-los. “Hoje ainda tem dificuldades. Não é porque você é grande que você não tem problema. Eu sou um descascador de abacaxi.”
Filosofia de gestão: gostar de resolver problemas
Um dos pontos mais repetidos por Hang na conversa foi a relação com os problemas. “Eu adoro problema. Vem problema, eu resolvo”, disse diversas vezes.
Para ele, a habilidade de resolver situações difíceis é parte essencial da liderança. “Se você é gerente, diretor, proprietário… problema é normal.”
Hang acredita que o segredo está na postura. Reclamar não resolve, agir sim. “Vem problema, vem problema, vem problema. Vem problema, tem dinheiro. Que negócio é esse?”, brincou.
Conselho para quem está começando: “empresa rica de um dono pobre”
No encerramento da entrevista, Albertoni perguntou qual conselho Luciano Hang daria para quem está começando um negócio do zero. A resposta foi direta e baseada em sua própria trajetória.
“Invista na empresa. Você começa pequeno, sonhe grande. Tem que ser uma empresa rica de um dono pobre”, afirmou.
Ele explicou que, durante os 40 anos da Havan, todo o dinheiro que ganhou foi reinvestido no próprio negócio. “Eu pegava mais dinheiro de banco, mais crédito de fornecedor, tudo para a Havan.”
Para ele, um erro comum de empreendedores iniciantes é confundir o faturamento com o lucro. “Muita gente começa o seu negócio e vê aquele volume de dinheiro e pensa que é dele. Não é. É do fornecedor, é do imposto. O que sobra é pouco”, alertou.
A recomendação é clara: reinvestir sempre. Segundo Hang, o segredo do crescimento está na disciplina de fortalecer a empresa antes de pensar em ganhos pessoais. “Empresa rica de um dono pobre. Esse é o caminho.”
Assista ao vídeo: