Segundo João Lorenzi, analista da gestora Encore do mercado de petróleo e gás, diz que o motivo que explica o desconto da Petrobras é o risco político e a queda no chamado EV/Ebitda que se deu ao longo da mudança de governos e controles no país.
O EV/Ebitda é um dos indicadores mais observados pelo mercado para fazer avaliações de uma ação, para saber se a mesma está cara ou barata. Esse indicador mostrou que as ações da Petrobras atualmente possuem o maior desconto entre as maiores empresas do mercado de petróleo e gás ao redor do mundo, dentro do setor offshore. O EV/Ebitda da Petrobras é de 3,1 vezes, contra 6,8 vezes das petrolíferas americanas Chevron e ExxonMobil, consideradas líderes de mercado. Em seguida, está a britânica Shell, com 4,6, a francesa Total, com 3,8, empatada com a British Petroleum (BP). Vale ressaltar que o EV é o Enterprise Value (o valor da empresa), cujo papel é mostrar o valor de mercado da companhia. Já o Ebitda fica com a responsabilidade de mostrar a geração de caixa, ou seja, quanto maior for o indicador, mais longe está o valor das ações do que ela gera em caixa.
Petrobras tem EV/Ebitda baixo
Tudo isso significa dizer que com o menor valor do EV/Ebitda, é possível dizer que a petrolífera Petrobras é uma empresa que possui ações com um valor muito baixo, dada a sua capacidade de geração de caixa.
A Chevron e a ExxonMobil, por outro lado, possuem um valor de longo alcance na produção de dinheiro. Com isso, a Petrobras, portanto, possui ação altamente e reduzida e as fabricantes de óleo e gás americanas altamente expandidas, de acordo com análise de especialistas.
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O analista de petróleo da gestora Encore, João Lorenzi, disse que o principal motivo do desconto da Petrobras é o chamado risco político. Lorenzi relatou que viu um movimento de “derating” na Petrobras, onde a empresa começa a ver seu EV/Ebitda em queda no setor offshore.
“Antes da era Dilma, a Petrobras costumava a ter EV/Ebitda médio de 5,5 vezes. Esse número passou a 4,5 vezes na era Temer e caiu para algo próximo de 2 vezes, se considerarmos os dividendos, na era Bolsonaro. O movimento foi visto em todas as ações de petróleo devido à transição energética, mas foi muito mais intenso na Petrobras porque o risco de interferência está sempre pairando no ar”, acrescentou o analista.
Mudança de poder ocasionou o menor valor, de acordo com analistas
Ou seja, o mercado passou a pagar menos à empresa de óleo e gás porque, entre diversos outros motivos, vê um alto risco de investimento.
O analista destacou ainda que bem antes da ‘Era Dilma’, a Petrobras tinha uma média de EV/Ebitda de 5,5 vezes. Esse número inicialmente caiu para 4,5 vezes no período Temer e caiu para algo beirando à 2 vezes, considerando as ações, no período Bolsonaro.
O movimento foi extremamente visível em todos os estoques de petróleo do setor offshore, isso devido às mudanças de poder, porém isso foi mais intenso na Petrobras, justamente por causa daquele clima de risco de ruptura ou rompimento, que sempre paira no ar, dentro da petrolífera.
Para investidores, analista dá conselho com relação as ações da Petrobras
A Encore tem muitas ações da Petrobras em seu portfólio, entretanto, João Lorenzi achou importante frisar que aqueles que pensam em investir na Petrobras devem ter em mente que as ações da petrolífera são extremamente voláteis, devido aos riscos de interferência política.
Mesmo com o desconto em relação aos pares, Paulo Bittencourt, atual consultor financeiro, não recomenda a aquisição de ações da Petrobras pela sua maior flexibilidade que a disfunção governamental criou.
Segundo ele, o investidor médio precisa considerar se estará no meio de um grande processo de compra e venda, especialmente o ADR executado por estudiosos e especialistas em bolsa. Para Paulo Bittencourt, há melhores alternativas de investimentos a longo prazo no setor de petróleo e gás, como a Chevron e ExxonMobil, pois alguns deles estão agora sendo vendidos no Brasil como BDRs.
Créditos: CNN Brasil