Motorola V3 marcou época com seu design elegante e preço alto. Duas décadas depois, seu valor ajustado revela contrastes curiosos com os smartphones atuais e mostra como o mercado de celulares evoluiu desde os anos 2000 até hoje.
Um dos celulares mais emblemáticos dos anos 2000, o Motorola Razr V3, marcou uma geração com seu design futurista e acabamento metálico.
Lançado originalmente em 2004 e popularizado no Brasil em 2005, o aparelho se destacou não apenas pela aparência, mas também pelo alto valor cobrado na época, o que o transformou em símbolo de status entre os brasileiros.
Passadas duas décadas, uma estimativa com base na inflação mostra quanto custaria hoje adquirir o icônico modelo.
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Quanto custaria o Motorola V3 em 2025 com inflação
No período de seu auge, entre 2005 e 2006, o Motorola V3 era vendido no Brasil por aproximadamente R$ 999.
Esse valor, quando atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal medidor da inflação no país, corresponde a R$ 2.915 em abril de 2025, segundo cálculo feito com base na ferramenta oficial do Banco Central.
O celular chegou ao país em meio a uma explosão de popularidade dos modelos flip, sendo vendido frequentemente em parceria com operadoras de telefonia, que ofereciam descontos mediante contratos de fidelidade.
Apesar disso, o preço ainda era considerado elevado em comparação ao salário mínimo da época, que era de R$ 300.
Motorola V3 e o poder de compra em 2005
Quando se compara o valor do Motorola V3 ao salário mínimo vigente em 2005, constata-se que o consumidor precisava trabalhar mais de três meses para adquirir o aparelho.
Mais precisamente, era necessário destinar 3,33 salários mínimos à compra do celular.
Se essa mesma lógica fosse aplicada ao salário mínimo atual, de R$ 1.518, o valor equivalente do V3 saltaria para cerca de R$ 5.054, mais de 70% acima da estimativa baseada apenas na inflação.
Embora essas simulações sirvam apenas para efeitos comparativos e não configurem um cálculo oficial de precificação, elas evidenciam o impacto que o Motorola V3 causou no mercado de telefonia móvel.
Na prática, fatores como a evolução tecnológica, os novos modelos de negócios e as mudanças na cadeia produtiva e tributária tornam inviável uma comparação direta de preços ao longo de décadas.
Ainda assim, os dados ajudam a entender o contexto econômico da época e o quanto o V3 era considerado um bem de consumo de alto valor.
Linha Razr atual custa mais que o valor corrigido do V3
Curiosamente, o valor corrigido do V3 em 2025 não é suficiente para adquirir os smartphones da atual linha Razr, considerada sua sucessora espiritual.
A nova geração de dobráveis da Motorola começa em R$ 4.949 com o Razr 60 intermediário, e pode ultrapassar os R$ 8.999, no caso do Razr 60 Ultra, modelo topo de linha lançado recentemente no mercado brasileiro.
Mesmo com um preço ajustado para padrões atuais, o V3 não conseguiria competir com os smartphones contemporâneos em termos de especificações técnicas.
Especificações técnicas do Motorola V3
Na época de seu lançamento, o aparelho era considerado avançado por trazer uma tela interna colorida de 2,2 polegadas com resolução de 220 x 176 pixels e uma câmera VGA, com 0,3 megapixels (640 x 480 pixels), suficiente para fotos básicas.
Também contava com uma pequena tela externa monocromática e uma bateria de apenas 680 mAh, que durava pouco mais de um dia com uso moderado.
Para os padrões de 2025, essas características são extremamente defasadas.
Hoje, mesmo celulares de entrada oferecem câmeras múltiplas, sensores superiores a 50 megapixels, baterias de 5.000 mAh e processadores capazes de rodar aplicativos pesados e jogos em alta definição.
Isso demonstra como o salto tecnológico nos últimos 20 anos foi exponencial.
Motorola V3 e seu legado no mercado de celulares
Ainda assim, o Motorola V3 mantém um legado importante na história dos celulares.
O aparelho foi um fenômeno de vendas global, com mais de 130 milhões de unidades comercializadas até sua descontinuação, sendo um dos poucos modelos da era pré-smartphone a alcançar esse marco.
Quem buscasse hoje um celular com desempenho razoável na mesma faixa de preço corrigido do V3 poderia investir em modelos intermediários premium.
Entre os exemplos estão o Motorola Edge 60 Fusion, com tela de alta resolução e resistência a quedas, o Samsung Galaxy S24 FE, conhecido como uma versão mais acessível da linha premium da marca, e o Redmi Note 14 Pro Plus, que inclui câmera principal de 200 megapixels e alto desempenho gráfico.
Todos custam entre R$ 2.900 e R$ 5.000 no varejo nacional.
O acesso à tecnologia evoluiu com o tempo
Vale lembrar que, além da evolução dos componentes e do desempenho, o acesso à tecnologia também se democratizou.
O que antes era um produto restrito a uma parcela da população, hoje está presente em quase todos os lares brasileiros.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país conta atualmente com mais de 250 milhões de linhas móveis ativas, superando a quantidade de habitantes.
Com tantos avanços, o Motorola V3 permanece vivo na memória como um símbolo de uma era.
O modelo marcou a transição dos celulares básicos para os multifuncionais, ainda que de forma limitada, e ajudou a pavimentar o caminho para a era dos smartphones dobráveis que volta a ganhar espaço em 2025.
E você, chegou a ter um Motorola V3 ou sonhava em ter esse celular icônico dos anos 2000?