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Jovens brasileiras de 17 anos desenvolvem filtro de água com sementes de moringa. A inovação recebeu premiação nacional e levou as estudantes para a na maior Feira de Ciências do mundo, representando o Brasil no exterior.

Escrito por Sabrina Moreira Paes
Publicado em 02/08/2022 às 23:46
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Jovens foram brilhantes e criaram filtro de água inovador e barato | Foto: Arquivo Felina Bulhões

Descoberta inovadora trouxe prêmio importante para o Brasil e pode levar água para famílias carentes

É o Brasil trazendo à tona seus talentos na ciência. Três estudantes de 16 e 17 anos, da escola Sesi de Barreiras, na Bahia, desenvolveram um novo filtro de água inovador a partir de semente de moringa. O projeto trouxe tanta inovação que recebeu premiação na 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) e um grande convite para participar da Feira de Ciências nos Estados Unidos, uma das maiores do mundo.

A ideia revolucionária consiste no uso de pastilhas feitas a partir da semente de moringa que podem ser colocadas diretamente na água e promovem a purificação. As estudantes pensaram nessa ideia a partir da necessidade de produzir uma forma de filtrar a água rapidamente e sem custos elevados para a comunidade onde vivem. Quer saber mais? Continue a leitura.

Saiba mais sobre o filtro de água criado pelas alunas com o vídeo abaixo

A moringa tem uma capacidade filtrante impressionante e pode ajudar muitas famílias carentes a terem acesso à água | Reprodução – YouTube: Supren

A moringa está presente na sabedoria popular da região como um ótimo filtro de água e as jovens aprofundaram os testes

A pastilha criada pelas estudantes tem uma capacidade filtrante realmente impressionante. Uma única pastilha de 1 gm consegue filtrar até 500 mL de água. Ademais, as pastilhas são feitas em um período de 12 a 24 horas, o que torna muito rápido todo o processo necessário para filtragem da água. Todavia, essa ideia surgiu a partir da sabedoria popular na região de Barreiras (BA).

“A moringa é uma espécie muito comum aqui na região. A gente ouvia falar dos seus benefícios para a saúde e que também servia como filtro. Como aqui tem muitas comunidades ribeirinhas que não têm acesso à água potável, buscamos uma solução que fosse acessível a essa população”.

Maria Eduarda, uma das autoras da pesquisa, ao Correio (2022)

Os primeiros testes foram realizados durante a pandemia, no ambiente em uma das casas das meninas. Todavia, como as primeiras análises deram certo, os estudos foram conduzidos a uma segunda fase laboratorial buscando a comprovação científica e documental. As estudantes encontraram apoio com o professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), o senhor Enoc Lima do Rego.

Testes laboratoriais do filtro de água conseguiram eliminar coliformes, o que evita diarreia causada pela água contaminada

Um dos grandes problemas encontrados durante a filtragem da água é a presença de coliformes que podem trazer quadros de diarreia a quem consome a água contaminada. Contudo, a boa notícia é que o estudo desenvolvido pelas estudantes gerou um filtro de água que consegue eliminar a totalidade de coliformes e deixar o líquido viável para consumo sem causar problemas de saúde.

“Nossa meta é que todas as populações carentes tenham acesso a esse tipo de tratamento, que esse estudo possa ajudar a vida de outras pessoas ao redor do país e, quem sabe, até do mundo”.

Maria Eduarda, uma das autoras da pesquisa, ao Correio (2022)

Sendo assim, devido a esse grande feito, o trabalho recebeu premiação inédita de primeiro lugar na 20ª edição da Febrace. Além disso, o estudo trouxe reconhecimento como prêmio destaque Unidades da Federação e prêmio da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq). Ademais, a boa colocação ainda garantiu uma vaga na feira de ciências internacional, a International Science Engineering Fair – Regeneron ISEF, em Atlanta, nos Estados Unidos.

“Ficamos muito felizes, nunca viajamos de avião e ainda teremos a oportunidade de conhecer pessoas do mundo todo, em uma experiência maravilhosa. Estamos resolvendo os processos de formulários, passaporte e documentação, mas toda essa correria tem uma satisfação muito especial”

Ana Luíza, autora do estudo, em entrevista ao Correio (2022).

Sabrina Moreira Paes

Moradora da Grande São Paulo, 25 anos, formada pela UFPR com MBA em marketing pela USP. Possui mestrado pela Unicamp e doutorado em andamento na USP. Profissional de marketing, Copy, SEO e Ghost Writer certificada pelas Universidades de Stanford, California, Northwestern e Toronto. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos.

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