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Jogada de mestre da Petrobras: estatal se junta à WEG para iniciar a operação da maior turbina eólica do Brasil, com 220 metros de altura e 1830 toneladas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/09/2025 às 18:12
Petrobras e WEG inauguram na Bahia a maior turbina eólica do Brasil, com 220 metros de altura e 7 MW de potência.
Petrobras e WEG inauguram na Bahia a maior turbina eólica do Brasil, com 220 metros de altura e 7 MW de potência.
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Petrobras, WEG e Statkraft inauguraram na Bahia o maior aerogerador do Brasil, com 220 metros de altura e 1.830 toneladas, em um investimento de R$ 130 milhões que promete reduzir custos e impulsionar a matriz energética nacional.

A Petrobras, em parceria com a WEG e a Statkraft, iniciou em nesta quinta-feira (18) a operação do maior aerogerador já instalado no país, de 7 MW de potência, localizado no complexo eólico da Statkraft na Bahia.

O projeto recebeu R$ 130 milhões da estatal, com recursos vinculados à cláusula de PD&I da ANP, além de apoio do BNDES e do governo federal por meio do Ministério do Meio Ambiente.

De acordo com o canal CNN Brasil, o equipamento atinge 220 metros do solo à ponta da pá e pesa 1.830 toneladas.

Localização e financiamento do projeto

O aerogerador foi adquirido e instalado pela Statkraft no Parque Eólico de Seabra, no Complexo de Brotas de Macaúbas (BA).

A Petrobras aportou os recursos previstos em contratos de exploração que exigem investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, mecanismo que destina parte da receita de campos de alta produção a tecnologias de interesse do setor energético.

O financiamento do BNDES e o suporte institucional do governo federal complementam a engenharia financeira do projeto.

Dimensões e capacidade da turbina

Resultado de acordo firmado em 2023, o equipamento desenvolvido pela WEG reúne dimensões incomuns para o parque eólico brasileiro: 220 metros de altura total e 1.830 toneladas.

Segundo as empresas, a turbina tem 7 MW de potência instalada e pode gerar cerca de 2.500 MWh por mês, volume equivalente ao consumo anual aproximado de 15 mil residências em padrão brasileiro.

As parceiras classificam o modelo como o maior aerogerador onshore das Américas, o que reforça o caráter de demonstração tecnológica do empreendimento.

Redução de custos na geração de energia

A aposta conjunta mira a redução do custo da energia.

Com potência unitária mais alta, o aerogerador entrega mais eletricidade por área ocupada e diminui a necessidade de múltiplas máquinas no mesmo sítio.

Esse ganho de densidade tende a otimizar o uso do terreno e a cortar despesas associadas à infraestrutura civil, à conexão elétrica e à manutenção, elementos que pesam na formação do custo médio de longo prazo.

Em termos operacionais, menos unidades para inspecionar e reparar também significam janelas de indisponibilidade potencialmente menores.

O que dizem Petrobras e WEG

No anúncio, a Petrobras vinculou o projeto à estratégia de diversificação tecnológica.

Em nota, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi, afirmou:
A Petrobras, ao direcionar parte de seus investimentos para co-criar uma nova geração de equipamentos de energia eólica adquire conhecimentos que poderão subsidiar a empresa em futuros projetos, além de contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira”.

A companhia também destacou que o desenvolvimento conjunto acelera o domínio de soluções que podem ser aplicadas em empreendimentos futuros.

A WEG, responsável pelo desenvolvimento, informou que poderá produzir o equipamento em série, condicionando a decisão à demanda do mercado por novos projetos eólicos.

A avaliação é pragmática: apesar do avanço tecnológico, o ciclo recente no Brasil mostrou contratações mais fracas, com impacto na cadeia fabril e fechamento de linhas de produção em alguns elos.

Mercado eólico no Brasil

Nos últimos anos, a indústria eólica nacional enfrentou menor ritmo de contratação em alguns mercados, especialmente fora dos grandes leilões regulados.

Essa dinâmica contribuiu para desmobilização de fornecedores e maior seletividade em investimentos.

Ainda assim, a Bahia mantém condições de vento favoráveis, infraestrutura já estabelecida e projetos em modernização, cenário em que turbinas de maior porte podem elevar a produtividade dos parques existentes.

Importância do novo aerogerador

O novo aerogerador funciona como plataforma de aprendizado.

Para a Petrobras, participar do desenvolvimento amplia o repertório técnico para decisões em renováveis e acelera a compreensão de custos, riscos e requisitos de operação.

Para a WEG, o protótipo cria capacidade industrial em máquinas de grande porte e abre caminho a uma eventual escala comercial quando o ambiente de contratação se fortalecer.

Para a Statkraft, há ganho de eficiência no complexo baiano ao incorporar uma unidade de alta potência em seu programa de modernização.

Instalação no complexo de Brotas de Macaúbas

Instalado no Complexo de Brotas de Macaúbas, o equipamento aproveita regime de ventos reconhecido e infraestrutura já conectada ao sistema elétrico.

Ao concentrar mais geração em uma única turbina, o projeto racionaliza obras civis e permite comparar, na prática, indicadores de fator de capacidade, disponibilidade e custos operacionais com aerogeradores menores.

Esses dados são essenciais para avaliar a curva de aprendizagem e orientar decisões sobre replicação.

Perspectivas e próximos passos

A possibilidade de produção em série permanece ligada ao pipeline de projetos.

Sem compromissos públicos de cronograma, a indústria monitora preços de componentes, câmbio, demanda contratada e marcos regulatórios.

Enquanto isso, o protótipo passa a operar em ambiente real, oferecendo evidências sobre performance, confiabilidade e manutenção em condições brasileiras.

Esse histórico será decisivo para definir se máquinas de 7 MW se consolidam como novo padrão onshore no país.

Como a adoção de turbinas de maior porte pode redefinir custos e acelerar a modernização dos parques eólicos brasileiros ao longo dos próximos leilões e contratos no mercado livre?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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