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Joe Biden viu algo que chamou muito a sua atenção enquanto sobrevoava a Amazônia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 17/11/2024 às 22:45
Joe Biden, Amazônia
Foto: Reprodução

Durante um sobrevoo pela Amazônia, o presidente Joe Biden foi surpreendido por algo que chamou a atenção do mundo inteiro

No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou um sobrevoo de 35 minutos sobre o entorno de Manaus, capital da Amazônia brasileira, a bordo do helicóptero Marine One. Acompanhado por outros seis helicópteros da frota americana, Biden observou de perto os devastadores efeitos da seca extrema, o avanço do desmatamento e as marcas do fogo que assola a floresta tropical.

Segundo informações da Folha, estavam ao lado do presidente na aeronave o cientista brasileiro Carlos Nobre, da Universidade de São Paulo (USP), e John Podesta, conselheiro de clima do governo americano. Ambos trouxeram uma visão técnica e contextualizada sobre os fenômenos climáticos que moldam a região e seus impactos na biodiversidade e na população local.

Nobre, reconhecido globalmente por seus estudos na Amazônia, é coautor do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) que rendeu o Nobel da Paz em 2007. Podesta, por sua vez, interrompeu sua participação na COP29, realizada no Azerbaijão, para acompanhar Biden na viagem ao Brasil.

Joe Biden ficou impressionado essas informações

Após o voo, Nobre relatou que Biden testemunhou focos de incêndio ativos na floresta. “O presidente e eu vimos dois incêndios ocorrendo no meio de uma floresta. Não era numa pastagem, era no meio de uma floresta. Alguém botou incêndio ali“, destacou o pesquisador. Ele ainda sugeriu que a ação poderia ter sido deliberada, em razão da visita presidencial.

Ao cruzar o rio Negro, foi possível observar os efeitos da seca extrema. “Descendo o rio, deu para ver uma área super desmatada. Na altura do encontro com o rio Solimões, há uma área imensa degradada, e deu para ver dezenas de navios presos na área que secou“, relatou Nobre.

Segundo ele, Biden ficou visivelmente impressionado com a dimensão dos danos.

John Podesta, em conversa com jornalistas, também mencionou a constatação de incêndios como resultado da ação humana. “O presidente ficou muito interessado nesse ponto, de que 96% dos incêndios na Amazônia são causados por pessoas“, disse. Ele também destacou as “impressões digitais” das mudanças climáticas na região, evidentes no nível crítico do rio Negro e nas margens devastadas.

Uma crise histórica e persistente

A situação vivenciada pelo estado do Amazonas ilustra a severidade de dois anos consecutivos de secas extremas. Os ciclos naturais de cheia e estiagem, que normalmente se alternam de forma previsível, foram interrompidos por condições climáticas intensificadas.

Entre os fatores que agravam a crise estão o fenômeno El Niño, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, o desmatamento acelerado e o uso do fogo como método de degradação florestal. Essas forças, somadas às mudanças climáticas globais, resultam em cenários sem precedentes para a região.

Segundo dados da Defesa Civil do Amazonas, todos os 62 municípios do estado permanecem em situação de emergência. Cerca de 850 mil pessoas enfrentam impactos diretos, incluindo isolamento de comunidades ribeirinhas e dificuldades de transporte fluvial.

Em Manaus, o rio Negro atingiu a cota de 12,11 metros em outubro, marcando o ponto mais baixo em 122 anos de medições. Embora o nível esteja subindo gradualmente, a recuperação ocorre em ritmo lento, prolongando os efeitos devastadores da estiagem.

Queimadas e a crise de saúde pública

As queimadas permanecem um problema crítico. Até 14 de novembro, foram registrados mais de 25 mil focos de calor no estado, um aumento de 31,5% em relação ao mesmo período de 2023. Essas queimadas não apenas destroem a floresta, mas também geram ondas de fumaça que prejudicam a qualidade do ar em Manaus e outras cidades.

Durante os meses de agosto e setembro, as sucessivas ondas de fumaça atingiram comunidades ribeirinhas e áreas urbanas, causando problemas respiratórios e agravando a crise de saúde pública. Mesmo em novembro, a presença de fumaça no ar continua perceptível, embora em menor intensidade.

O futuro da Amazônia em debate

O impacto das mudanças climáticas observado por Biden destaca a necessidade urgente de ação global. Os Estados Unidos, o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, têm uma responsabilidade significativa nesse cenário, assim como outros grandes emissores, como a China.

“Os efeitos da seca extrema, aliados à degradação causada pelo fogo, deixam claro que a floresta está em risco”, comentou Nobre. Para ele, a conservação da Amazônia requer um esforço internacional conjunto, envolvendo ciência, políticas públicas e a participação das comunidades locais.

Biden, ao final de sua visita, reforçou seu compromisso com as questões climáticas. Durante sua passagem pelo Museu da Amazônia (Musa), ele elogiou iniciativas de preservação e destacou o papel fundamental da Amazônia no equilíbrio climático global.

A visita de Biden à Amazônia reforça a mensagem de que os impactos da crise climática não são apenas um desafio local, mas uma ameaça global. A degradação da maior floresta tropical do mundo tem implicações que vão além das fronteiras brasileiras, afetando ciclos climáticos, biodiversidade e até a segurança alimentar mundial.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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