As usinas podem destinar mais ou menos cana para fazer açúcar ou etanol, dependendo de qual produto oferece melhor retorno, diz o presidente executivo da BP Bunge Bioenergia
A britânica BP anunciou que deseja elevar consideravelmente a produção de energia a partir de fontes renováveis. Apesar da companhia mirar no etanol no Brasil, devido a pandemia, é a produção de açúcar que tem pago as contas da petrolífera. Está em busca de emprego? Contratos em Macaé, RJ e SP da multinacional do petróleo Baker Hughes demanda muitas vagas de emprego hoje, 14 de outubro
Leia também
- 200 mil empregos no Brasil gerados através da implantação de energia solar fotovoltaica
- ANP deseja facilitar a venda direta de Etanol flexibilizando as restrições de comercialização do biocombustível no Brasil
- Petrobras quebra alta de preços dos combustíveis; apesar de reajuste, gasolina e diesel nas refinarias representam menos da metade do preço final ao consumidor
Com a crise causada pelo novo coronavírus, onde a população teve que cumprir regime de quarentena, reduziram drasticamente a circulação dos carros e por conseguinte a demanda de etanol, e fez com que o açúcar desse mais retorno do que o biocombustível, que deve abaixar em 10% este ano no Brasil.
No Brasil, o segundo maior produtor mundial de etanol depois dos EUA, o setor também foi atingido pela limitação do preço da gasolina durante sete anos, que prejudicou a demanda.
- Falta de mão de obra qualificada no Brasil é principal ameaça para importante setor, diz pesquisa
- Governo tem data para lançar projeto ambicioso que recupera trecho de rodovia fundamental para o agro e indústria
- Dinheiro fácil? Só que não! Golpe do Petróleo faz mais de 5 MIL vítimas e rombo de R$ 15 MILHÕES
- Donald Trump aciona Elon Musk e pede que bilionário resolva um dos maiores desafios da Nasa nos últimos tempo: trazer de volta astronautas presos no espaço
De acordo com Mario Lyndenhayn, responsável pelas operações da BP no Brasil, a britânica administra atualmente no país 11 usinas de açúcar e etanol juntamente com a gigante americana do agronegócio Bunge. Isso significa que a joint venture foi forçada a transformar mais cana em açúcar às custas da produção do biocombustível — e logo no primeiro ano de operação.
Em setembro, a companhia prometeu reduzir a produção de petróleo e gás em 40% ao longo da próxima década e multiplicar por 20 a produção de energia renovável. O etanol brasileiro é fundamental para alcançar essa meta.
“Os preços do açúcar em reais saltaram para um nível muito atraente para as usinas no Brasil”, disse Geovane Dilkin Consul, CEO da joint venture, em entrevista a Bloomberg. Esse movimento permitiu que a indústria “não sofresse muito”.
As usinas podem destinar mais ou menos cana para fazer açúcar ou etanol, dependendo de qual produto oferece melhor retorno. Enquanto a maior parte do açúcar é exportada, o etanol abastece a frota doméstica de carros flex.
BP garante o lucro com o açúcar
Afim de garantir o lucro com o açúcar, a petrolífera BP fez contratos de hedge para toda a atual safra a preço quase recorde em reais. Para a safra do ano que vem, os contratos garantidos foram a preço 10% maior.
Quando compraram usinas de açucar e etanol, as multinacionais focaram demais em ativos industriais em vez da qualidade dos canaviais, “Nossa curva de aprendizado foi dolorosa”, acrescentou Lyndenhayn, que também atua como presidente executivo da BP Bunge Bioenergia.
Ainda assim, a BP mira no etanol brasileiro. A joint venture planeja gastar mais de R$ 1 bilhão nos canaviais e R$ 200 milhões adicionais em ativos industriais. A joint venture pretende economizar cerca de R$ 1 bilhão em três anos a partir da captura de sinergias.