Nova ação do INSS leva peritos e assistentes sociais a cidades distantes para antecipar perícias, reduzir deslocamentos e acelerar a concessão de benefícios como BPC e auxílio por incapacidade.
O INSS lançou uma frente de atendimento itinerante para antecipar perícias e avaliações sociais e, com isso, reduzir o tempo de resposta em benefícios como BPC e Benefício por Incapacidade Temporária.
A iniciativa, batizada de “Do Oiapoque ao Chuí”, concentrou equipes em Oiapoque (AP) em 8 de outubro e realizou mais de 80 atendimentos em um único dia.
A próxima etapa ocorrerá no Chuí (RS) em 15 e 16 de outubro, com foco em evitar deslocamentos longos de segurados até outras cidades.
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Como funciona o novo modelo de atendimento
A ação leva peritos médicos, assistentes sociais e servidores para pontos distantes dos grandes centros, onde a demanda é reprimida e a infraestrutura local é limitada.
Ao concentrar as agendas em poucos dias e no próprio município do segurado, o INSS consegue antecipar etapas essenciais do processo e diminuir a fila administrativa, já que o cidadão cumpre todas as exigências sem cruzar o estado em busca de vaga.
Segundo o órgão, o desenho dá resposta mais rápida a quem aguarda perícia médica ou avaliação social, etapas determinantes para sair do status “em análise” para a concessão ou manutenção do benefício.
Por que a antecipação reduz prazos do BPC e do auxílio
Para liberar ou renovar o BPC e o Benefício por Incapacidade Temporária, o processo exige perícia médica e, quando cabível, avaliação social.
Quando essas etapas ocorrem na cidade do segurado, as pendências são resolvidas de uma só vez, sem interrupções entre marcações e sem viagens adicionais.
Na prática, o procedimento local encurta o tempo total até a decisão, tanto pela realização imediata das avaliações quanto pela possibilidade de corrigir documentos na hora, durante o atendimento presencial.
É esse encadeamento de atos, feito no mesmo endereço e no mesmo dia, que tira o processo da inércia e antecipa a concessão quando os requisitos são cumpridos.
O que foi feito em Oiapoque
Em 8 de outubro, a Agência da Previdência Social de Oiapoque recebeu equipes para um mutirão que somou mais de 80 atendimentos.
Além das perícias e avaliações sociais antecipadas, o posto ofereceu serviços administrativos como requerimento de benefício, consulta de extratos e atualização cadastral, permitindo que o segurado completasse o processo sem sair do município.
O objetivo foi evitar deslocamentos até Macapá, capital a cerca de sete horas de estrada, e reduzir a espera de quem já tinha agendamento para datas posteriores.
Próxima etapa: atendimentos no Chuí em 15 e 16 de outubro
O roteiro segue para o extremo sul do país.
No Chuí (RS), a operação está programada para os dias 15 e 16 de outubro, com atendimentos administrativos no Centro Cultural Chuí (Avenida Uruguay, 1.538).
A ação, realizada em parceria com a prefeitura local, replica o modelo de Oiapoque: prioridade a serviços previdenciários, orientação no local e suporte para pedidos e consultas, enquanto as avaliações que dependem de agendamento prévio são organizadas conforme a capacidade instalada.
O planejamento do INSS estima atender cerca de 200 pessoas ao longo dos mutirões previstos para outubro nos dois extremos do território.
Como o cidadão participa e faz o agendamento
Os serviços administrativos podem ser buscados espontaneamente nos locais e horários divulgados para cada etapa.
Já perícia médica e avaliação social exigem agendamento prévio pelos canais oficiais: Central 135 ou aplicativo/site Meu INSS.
Esse filtro garante organização do fluxo e evita filas desnecessárias, além de permitir que a equipe dimensione o volume de atendimentos por dia.
Em Oiapoque, por exemplo, a seleção de casos agendados ajudou a adiantar procedimentos que estavam marcados para datas futuras, reduzindo a espera previamente indicada ao segurado.
O que muda para quem vive longe dos grandes centros
Para moradores de fronteira e áreas isoladas, a dependência de grandes cidades para cumprir exigências do INSS resulta em custos de viagem, perda de renda e exposição a deslocamentos longos, muitas vezes inviáveis para quem tem limitações de saúde.
O novo formato inverte a lógica: o serviço vai até o segurado, e não o contrário.
Com isso, a autarquia diminui barreiras de acesso e melhora a taxa de comparecimento às avaliações, o que tem impacto direto em prazos de análise e na manutenção regular dos benefícios.
Ao mesmo tempo, a padronização do atendimento e a oferta de múltiplos serviços no mesmo espaço aceleram correções documentais que costumavam exigir retorno posterior à agência.
O papel das equipes médicas e sociais
Peritos e assistentes sociais atuam de forma coordenada.
Enquanto o perito verifica nexo e incapacidade para fins previdenciários, o assistente social avalia condições socioeconômicas em casos como o BPC, benefício assistencial vinculado a renda familiar e requisitos legais.
A execução conjunta, no mesmo período, evita lacunas entre marcações que tradicionalmente arrastam processos.
Quando a documentação está completa e o laudo é concluído, a instrução do processo segue sem interrupção, reduzindo a necessidade de reagendamentos e de deslocamentos a outras cidades.
Expansão e comunicação das próximas ações
O INSS informa que a agenda do “Do Oiapoque ao Chuí” é divulgada nos canais oficiais e no portal gov.br/inss, com datas e endereços dos pontos de atendimento.
A orientação é acompanhar as publicações para saber quando a equipe estará na sua região e, se necessário, agendar a perícia ou a avaliação social pelos canais digitais ou pela Central 135.
Até aqui, o órgão reporta que mutirões em outubro priorizam os dois extremos do país, enquanto outras localidades poderão receber o mesmo modelo conforme a distribuição de demanda e a capacidade operacional.