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Inovação: Cientistas espanhóis revelam como o silício pode acabar com a dependência do petróleo

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 31/07/2024 às 21:57
Inovação: Cientistas espanhóis revelam como o silício pode acabar com a dependência do petróleo
Imagem: Projeto Amadeus/Divulgação

Na busca incessante por alternativas ao petróleo, cientistas da Espanha fizeram uma descoberta revolucionária: o uso do silício fundido a 1.000 ºC para armazenar energia solar e eólica de forma eficiente. Será que finalmente estamos prestes a nos livrar da dependência do petróleo?

A indústria automotiva e o mundo como conhecemos podem estar prestes a mudar radicalmente. Cientistas do Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madrid descobriram uma forma inovadora de acabar com a dependência do petróleo. E não, isso não é ficção científica, é pura ciência, é silício.

Imagine poder armazenar a energia do Sol em caixas. Sim, você ouviu bem! Estamos falando sobre baterias termofotovoltaicas revolucionárias que prometem ser o adeus definitivo aos combustíveis fósseis. Então, sente-se, pegue a pipoca e prepare-se para uma viagem ao futuro da energia.

O problema do petróleo

Todos sabemos que o petróleo é o rei dos combustíveis fósseis, mas seu reinado está chegando ao fim. É um recurso não renovável e um grande poluente. Enquanto as energias solar e eólica prometem ser limpas e eternas, ainda enfrentamos o desafio de como armazenar e produzir essa energia de forma barata e sob demanda.

Cientistas do Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madrid

É aqui que entra nosso herói ibérico. Um grupo de cientistas do Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madrid desenvolveu baterias termofotovoltaicas capazes de armazenar grandes quantidades de eletricidade renovável e liberá-la quando necessário. Esse avanço, publicado na revista científica Joule com o título “Baterias Termofotovoltaicas de Calor Latente”, pode ser a solução que o mundo estava esperando.

Metais econômicos como o silício ou ligas de ferrossilício a temperaturas superiores a 1.000 ºC

Os cientistas descobriram como usar o excesso de energia renovável, como a solar e a eólica, para fundir metais econômicos como o silício ou ligas de ferrossilício a temperaturas superiores a 1.000 ºC. E por que fundir metal, você pergunta? Porque o silício tem uma capacidade incrível de armazenar energia durante seu processo de fusão. Um litro de silício fundido pode armazenar mais de 1 kWh de energia em forma de calor latente, equivalente à energia contida em um litro de hidrogênio pressurizado a 500 bar.

A grande vantagem do silício é que ele pode fazer isso a pressão atmosférica, tornando-o muito mais seguro e econômico. Além disso, este sistema patenteado pelos pesquisadores combina dois efeitos impressionantes: o térmico e o termofotovoltaico. Basicamente, ele converte diretamente o calor em eletricidade sem necessidade de contato físico com a fonte de calor.

Brilho como uma estrela

Quando o silício se funde a mais de 1.000 ºC, ele brilha intensamente como uma pequena estrela. Esse brilho pode ser transformado em eletricidade usando células fotovoltaicas, é como ter um pequeno sol dentro de uma caixa!

O Projeto Amadeus

Vamos aprofundar no funcionamento do protótipo desenvolvido sob o projeto europeu Amadeus. Este projeto é uma colaboração internacional destinada a criar tecnologias avançadas para o armazenamento de energia de alta temperatura. O protótipo utiliza uma combinação de materiais e tecnologias de ponta para armazenar e liberar energia de maneira eficiente e segura.

O processo começa com a captura do excesso de energia gerada por fontes renováveis, como painéis solares ou turbinas eólicas. Essa energia é usada para aquecer e fundir silício, que atinge temperaturas superiores a 1.000 ºC. Durante esse processo, o silício armazena uma grande quantidade de energia em forma de calor latente, que pode ser liberada posteriormente.

Os contêineres onde o silício fundido é armazenado são projetados para suportar altas temperaturas e minimizar as perdas de calor. Eles são isolados termicamente para manter a eficiência do sistema e garantir que o silício permaneça em estado fundido por longos períodos.

Conversão de calor em eletricidade

Quando é necessário, o sistema Amadeus usa um método inovador para converter o calor armazenado em eletricidade. Este método combina o efeito térmico, que converte o calor em elétrons livres, e o efeito termofotovoltaico, que converte a radiação térmica em eletricidade usando células fotovoltaicas. Este processo é altamente eficiente e permite a geração de eletricidade sob demanda, resolvendo um dos maiores desafios das energias renováveis: a intermitência.

Primeiro protótipo em escala de laboratório deste sistema já está disponível

O primeiro protótipo em escala de laboratório deste sistema já está disponível no Instituto de Energia Solar da Universidade Politécnica de Madrid, representando mais de 10 anos de intensa pesquisa. Embora ainda necessite de mais investimentos e desenvolvimento para chegar ao mercado, os resultados são promissores.

O próximo passo é escalar essa tecnologia e testar sua viabilidade em aplicações de grande escala. Este avanço não só tem o potencial de revolucionar a forma como armazenamos e utilizamos a energia renovável, mas também pode reduzir significativamente nossa dependência dos combustíveis fósseis.

Energia solar e eólica possa ser armazenada de maneira eficiente

Imagine um mundo onde a energia solar e eólica possa ser armazenada de maneira eficiente e liberada quando necessária, sem depender do petróleo nem de outros combustíveis poluentes. Em tempos históricos, chegamos à conclusão de que a Espanha está na vanguarda de uma revolução energética que pode mudar o mundo. Este avanço nas baterias termofotovoltaicas é apenas o começo. Com mais pesquisa e desenvolvimento, poderíamos estar testemunhando o início do fim da nossa dependência do petróleo e o início de uma era de energia limpa e sustentável.

Então, pessoal, fiquem atentos! O silício pode ser o herói que finalmente nos livrará do petróleo. Com tecnologias como esta, o futuro da energia limpa está mais próximo do que nunca. Vamos torcer para que esses avanços continuem e que, em breve, possamos dizer adeus aos combustíveis fósseis de uma vez por todas.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 2.300 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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