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Indústria do gás foi tema central de debate sobre sustentabilidade e novas tecnologias no dia 27 | Rio Energy 2021

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 28/05/2021 às 07:24
Atualizado em 07/07/2021 às 16:25
Rio Energy 27 de maio de 2021 Mercado de Gás
Painel da Rio Energy e palestrantes do dia 27 de maio/ Fonte: Rede Petro

A indústria do gás natural é importante para um futuro sustentável e inovador no Brasil. Saiba nesta reportagem que envolve especialistas.

A indústria do gás natural esteve no centro do debate no segundo dia da Rio Energy 2021, promovido pela Rede Petro Rio. Estiveram presentes no encontro virtual desta quinta-feira (27) o diretor- presidente da instituição, Carlos Cavalcanti e os palestrantes Giancarlo Ciola, especialista em energia e O&C; Cláudio Makarovsky, da Microsoft Energy e Marcelo Accorsi da ETM. Leia também sobre o painel do dia 26 de maio aqui.

O mediador do encontro intitulado “Gás natural e a transição energética: novas tecnologias, inovação e sustentabilidade” foi Evandro Consenza da Quality Assurance.

O gás natural é matéria prima fundamental na indústria petroquímica, capaz de substituir o óleo combustível, o diesel, os carvões mineral e vegetal e o urânio nas centrais termoelétricas. Uma das apostas para a redução de poluentes em todo o mundo, mas que ainda precisa de muitos investimentos.

Para contribuir no sistema regulatório da indústria do gás, recentemente foi sancionada a Lei nº 14.134, de 2021, conhecida como a Nova Lei do Gás. A elaboração do texto envolveu agentes da indústria, especialistas, sociedade civil, entre outros segmentos que fazem parte do promissor o setor de gás natural brasileiro.

A Nova Lei do Gás esteve inserida nas falas dos especialistas durante a Rio Energy. Veja a seguir.

A Nova Lei do Gás amplia a economia de baixo carbono no setor?

“É uma sinalização muito forte dos caminhos que nós iremos seguir para buscar uma maior competitividade no mercado do gás e estimular o aumento uso do hidrocarboneto por toda a indústria, não só como combustível, mas também como matéria prima, para reduzir custos e interior o uso. Estimluar a integração do ponto de vista de geração de energia elétrica. Entre os combustível foceis, o gás é o mais verde. Estamos caminhando para o sentido correto”.

Giancarlo Ciola.

No entanto, Marcelo Accorsi fez um contraponto. Destacou que em nenhum momento a Nova Lei do Gás trata diretamente da redução de gases de efeito estufa no texto.

“A Lei foi feita com objetivo de liberalizar o mercado, aumentar a competitiva e baixar o preço do gás. Tem muita tecnologia que a gente pode aproveitar na transição utilizando o gás. Vai gerar redução do efeito estufa por conta da substituição dos combustíveis, mas se considerar um horizonte mais longo que é 2050 onde existe 120 país no mundo que estão prometendo zero emissões até lá, o gás vai ter que ser descarbonizado também.

Marcelo Accorsi

No Brasil, 83% da matriz elétrica e 45% da matriz energética é renovável. No entanto, o país ainda tem um desafio social a superar: 14 milhões de pessoas ainda cozinha com lenha ou carvão e pelo menos dois milhões ainda não têm acesso à nenhuma eletricidade.

Se a gente, com a Nova Lei, reduzir o preço do milhão gás, que hoje no Brasil está em torno de 9,70 (uso industrial), para 4,00 dólares, até o ano de 2050 teremos 25 giga watts novos sendo gerados.

Cláudio Makarovsky

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Quais sãos as novas tecnologias para o uso consciente do gás?

Os serviços e produtos de consumo adequado, elaboração de dados e distribuição do gás são fatores que se misturam a um futuro promissor da indústria do gás natural e a sustentabilidade ambiental.

Com personagens de referência no assunto juntos num mesmo debate na Rio Energy 2021, o debate sobre as novas tecnologias para o uso do gás não poderia deixar de acontecer.

O especialista em energia e O&C, Giancarlo Ciola, destacou o mundo da termoelétrica.

“Nós temos hoje turbina altamente eficientes, quando falamos de geração de energia, especialmente em ciclo combinado, com a integração de turbina a vapor junto com a de gás natural. Temos muita motorização madura utilizando o gás natural, seguindo o espirito do Brasil os motores flex (diesel e gás natural).

Giancarlo Ciola

A Petrobras está fazendo um estudo piloto utilizando uma turbina de CO2 supercrítico. O equipamento tem um décimo do tamanho de uma turbina a vapor comum.

“Tem tecnologia nova surgindo aí e ‘já está na nossa esquina'”

Cláudio Makarovsky

Essa tecnologia, no entanto, segundo os especialistas, vai continuar emitindo alguma porcentagem de CO2. Para Marcelo Accorsi o ideal é que as turbinas queimem diretamente o hidrogênio ou sejam misturadas no gás.

“Misturando o hidrogênio ao gás, diminui o percentual de carbono na mistura ou pode queimar diretamente o hidrogênio. É mais fácil misturar porque a tecnologia de hoje em dia já é possível de ser usada numa turbina com poucas adaptações.

Marcelo Accorsi

A indústria direta e indireta do gás natural precisa investir para se adaptar ao futuro

Toda a cadeia de fornecedores do gás natural tem que se desenvolver para se adaptar aos novos modelos de serviços e indústria, para acompanhar os avanços tecnológicos e sustentáveis.

A captura, utilização e estoque de carbono é um dos fatores a ser pensado. Mas tudo isso passa por investimentos.

“Só tem um jeito, na minha opinião, de todo se adaptar à era do baixo carbono é pesar no bolso”

Cláudio Makarovsky

Para Marcelo Accorsi, “adaptação” não é a palavra correta que define a situação. É necessário uma verdadeira “revolução”, nas palavras do representante da ETM, baseada em investimentos financeiros.

Números da revolução do gás natural no Brasil

  • R$ 60 bilhões devem ser incrementados na indústria do gás natural, segundo a Confederação Nacional das Indústrias por ano
  • 4.3 milhões de empregos nos próximos anos
  • 2 mil quilômetros de novos dutos para escoamento e transporte (R$ 20 bilhões de investimentos)
  • 2 milhões de royalties adicionais para municípios, estados e União

Os desafios que o país precisa enfrentar para aproveitar o gás na matriz energética

A responsabilidade politica, a interiorização do consumo e os meios de produção interna foram as questões levantadas pelas especialistas para que o Rio de Janeiro e o Brasil aproveite o gás na matriz.

“Esse gás não pode limitar e nem constranger a produção do petróleo, dar um jeito se separar o CO2, desenvolver a infraestrutura para trazer o gás e não esquecer que a gente precisa desenvolver demanda”.

Giancarlo Ciola

Para Cláudio Makarovsky, é importante uma regulamentação a nível federal.

“Temos que ter sensibilidade para que as regras deixem de ser regras de governo e virem regras de estado”

Cláudio Makarovsky

Marcelo Accorsi também é defensor da harmonização das regulamentações da indústria do gás e se destaca ainda a qualificação da mão de obra.

“Temos que pensar na qualificação de pessoas. Engenheiros, técnicos, especialista… temos que montar um forte esquema para fornecer uma forte mão de obra para a grande demanda que está vindo aí.

Marcelo Accorsi

A íntegra do debate você confire abaixo O Rio Energy 2021 volta com sua agenda no dia 1 de junho com negociações virtuais a partir das 15h. O evento vai até o dia 2.

Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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