Setor de celulose planeja R$ 105 bilhões em novos investimentos até 2028, ampliando fábricas e gerando milhares de vagas de emprego.
A indústria de papel e celulose brasileira está se preparando para um novo ciclo de crescimento e modernização. Com uma projeção de investimentos que totalizam R$ 105 bilhões até 2028, o setor visa expandir sua capacidade produtiva, aprimorar suas infraestruturas logísticas e impulsionar a geração de vagas de emprego. Esse plano ambicioso foi anunciado recentemente pelo presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, durante um encontro no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Confiança no Brasil e na indústria de celulose
Durante o anúncio, Geraldo Alckmin destacou a importância desses investimentos para o país. Segundo ele, “esse é um anúncio superimportante, que mostra confiança no Brasil”. O vice-presidente ressaltou ainda que a indústria de papel e celulose é um exemplo da “Nova Indústria Brasil”.
Ele enfatizou a competitividade do setor, que além de ser inovador e sustentável, é um grande exportador e contribui significativamente para o saldo da balança comercial brasileira.
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Atualmente, o Brasil é o maior exportador e o segundo maior produtor de celulose do mundo.
A IBÁ representa 47 empresas do setor e 10 entidades estaduais ligadas a produtos derivados da indústria, como painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa.
Entre os maiores projetos anunciados, alguns já em execução, estão investimentos das empresas Arauco (R$ 25 bilhões), Suzano (R$ 22,2 bilhões), CMPC (R$ 25 bilhões), Bracell (R$ 5 bilhões) e Klabin (R$ 1,6 bilhão).
Geração de vagas de emprego
Os investimentos anunciados devem gerar um impacto significativo no mercado de trabalho.
Segundo as empresas envolvidas, serão criados 36 mil vagas de emprego durante as obras de construção das novas fábricas e outros 7,3 mil empregos diretos e indiretos quando as unidades entrarem em operação.
Paulo Hartung explicou que esses investimentos serão destinados a novas fábricas em regiões com baixo dinamismo econômico, seguindo um programa do Ministério da Agricultura que promove a conversão de áreas de baixa produtividade de pastagens em florestas cultivadas.
Ele destacou que as indústrias de celulose estão em plena expansão, com crescimento de 19% na área de produção nos primeiros seis meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O setor é um dos grandes empregadores do país, gerando 2,6 milhões de vagas de emprego diretas e indiretas em 2022.
Outro destaque é o compromisso com a sustentabilidade, uma vez que 90% da energia consumida nas operações industriais do setor provém de fontes renováveis.
Principais projetos de investimentos das indústrias de celulose
Arauco — Inocência (MS): Projeto Sucuriú (R$ 25 bilhões)
A Arauco, empresa chilena, está investindo em sua primeira fábrica de celulose no Brasil, prevista para inauguração em 2028.
A unidade terá capacidade inicial de produção de 2,5 milhões de toneladas por ano, com potencial para dobrar até 2032.
O projeto também inclui a geração de 400 MW de energia limpa, assegurando a autossuficiência energética da planta.
A construção deve gerar 12 mil vagas de emprego no pico das obras para a indústria de celulose, além de 2,3 mil empregos diretos e indiretos na fase operacional.
Suzano — Ribas do Rio Pardo (MS): Projeto Cerrado (R$ 22,2 bilhões)
A Suzano está investindo R$ 15,9 bilhões na construção de uma nova fábrica e mais R$ 6,3 bilhões em infraestrutura logística e formação de base de plantio.
A nova unidade terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas anuais de celulose de eucalipto, sendo a maior linha única de produção de celulose do mundo.
As operações começaram em julho deste ano, com a criação de 3 mil vagas de emprego diretos e indiretos, além de 10 mil empregos durante as obras.
CMPC — Barra do Ribeiro (RS): Projeto Natureza CMPC (R$ 25 bilhões)
A multinacional chilena CMPC planeja investir R$ 25 bilhões em uma nova planta industrial de celulose e em um terminal portuário.
A nova fábrica terá capacidade de produção anual de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto.
O projeto deve gerar 12 mil vagas de emprego durante a construção e mais 1,5 mil empregos quando a planta estiver em operação.
Outros projetos das empresas no Brasil são:
Bracell — Lençóis Paulista (SP): Projeto Tissue – Bracell Papéis (R$ 5 bilhões)
A Bracell, controlada pela Royal Golden Eagle (RGE), investirá R$ 5 bilhões em uma nova fábrica de papel tissue (papel sanitário).
A construção deve gerar 2 mil vagas de emprego para a indústria de celulose, com mais 550 postos de trabalho permanentes na operação.
Klabin — Piracicaba (SP): Projeto Figueira (R$ 1,6 bilhão)
A Klabin, produtora de papéis para embalagem, está finalizando um investimento de R$ 1,6 bilhão em Piracicaba.
O projeto envolve a expansão da capacidade produtiva da empresa na região.
Eldorado Brasil — Três Lagoas (MS): R$ 25 bilhões
A Eldorado Brasil planeja investir R$ 25 bilhões na construção de uma segunda linha de produção em Três Lagoas, além de um novo ramal ferroviário para escoar a produção.