Honda GB350 faz 45 km/l e entrega 21 cv, já é febre na Índia, mas ainda não tem previsão para chegar ao Brasil.
A Honda GB350 é uma daquelas motocicletas que carregam o DNA clássico, mas com a eficiência e confiabilidade moderna da engenharia japonesa. Lançada primeiro no Japão e depois levada à Índia, ela rapidamente conquistou uma legião de fãs pelo estilo retrô, pelo consumo impressionante de 45 km/l e pela robustez de um motor pensado para durar décadas. No país asiático, onde o segmento de médias cilindradas cresce aceleradamente, a GB350 já é considerada uma nova queridinha das ruas, competindo com modelos tradicionais da Royal Enfield, até então líderes absolutas no segmento.
No Brasil, porém, a história é bem diferente: a moto não tem previsão oficial de lançamento, e os fãs brasileiros acompanham de longe o sucesso da máquina que poderia preencher um espaço ainda pouco explorado por aqui.
O motor que une tradição e eficiência
A GB350 é equipada com um monocilíndrico de 348 cc refrigerado a ar, capaz de entregar 21 cv de potência a 5.500 rpm e um torque de 30 Nm em baixas rotações.
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Não é uma moto feita para velocidade máxima, mas sim para oferecer condução suave, confiável e econômica. O câmbio de cinco marchas trabalha em conjunto com o motor de forma equilibrada, priorizando retomadas lineares e eficiência no uso urbano.
O grande destaque é, sem dúvida, o consumo: em ciclos urbanos e rodoviários, a GB350 alcança médias que superam os 45 km/l, um número expressivo para a categoria e que a torna uma das motos mais econômicas da Honda na faixa acima de 300 cc.
O design clássico que conquistou os indianos
No visual, a GB350 resgata elementos que lembram motocicletas dos anos 1970: tanque arredondado, farol circular em LED e bancos largos e confortáveis. Essa aposta no estilo retrô dialoga diretamente com o mercado indiano, onde há forte demanda por motos com identidade clássica, mas sem abrir mão da tecnologia atual.
O painel mescla analógico e digital, com velocímetro clássico e uma pequena tela LCD para informações modernas, como indicador de marcha, consumo médio e odômetro parcial. Além disso, a moto conta com recursos de segurança como ABS de série e controle de tração Honda Selectable Torque Control (HSTC).
A rivalidade com a Royal Enfield
A chegada da GB350 à Índia não foi um movimento aleatório. A Honda sabia exatamente onde estava entrando: no território dominado pela Royal Enfield Classic 350, moto que simboliza tradição no país.
A estratégia deu certo: em pouco tempo, a GB350 passou a disputar espaço direto com a rival indiana, oferecendo maior confiabilidade mecânica e melhor eficiência energética, dois pontos muito valorizados em mercados emergentes.
Esse duelo gerou manchetes locais como “a batalha das 350”, reforçando o impacto que a Honda conseguiu criar com sua investida.
O que impede a chegada ao Brasil
Apesar do potencial, a Honda não sinalizou nenhum plano oficial de trazer a GB350 ao Brasil. Há três grandes motivos para isso:
Posicionamento de mercado – No Brasil, a marca prioriza motos de alta demanda, como CG, Bros, Titan e a linha CB. Modelos retrô de média cilindrada ainda são considerados de nicho.
Preço final – A GB350 custa cerca de US$ 2.400 na Índia (aprox. R$ 12.500), mas se fosse importada para o Brasil, chegaria facilmente acima de R$ 25 mil devido a impostos e logística. Isso a colocaria em uma faixa onde poucos consumidores buscam estilo retrô.
Concorrência indireta – Aqui, marcas como a Royal Enfield já atuam nesse segmento e criaram uma base fiel de consumidores. A Honda, por ora, parece não querer entrar em uma guerra de nicho.
O desejo dos brasileiros
Mesmo sem previsão de lançamento, a GB350 já aparece em grupos de motociclistas brasileiros como “a moto dos sonhos acessível”. O motivo é simples: ela combina consumo de moto pequena, robustez de média cilindrada e design de moto clássica.
Se fosse lançada, poderia disputar espaço não apenas com Royal Enfield, mas também com modelos maiores de entrada no mercado nacional, especialmente para quem busca uma moto versátil para uso urbano e viagens curtas.
Futuro: pode chegar?
Especialistas acreditam que, se a Honda enxergar crescimento consistente no segmento retrô no Brasil, a GB350 poderia sim ser avaliada para importação, especialmente em versão CKD (montada no país para reduzir impostos).
Outra possibilidade é o lançamento de modelos inspirados na GB350, mas adaptados ao mercado brasileiro, com foco em custo-benefício e produção local.
A Honda GB350 é hoje um exemplo claro de como uma moto pode se tornar febre em um país e invisível em outro. Na Índia, ela já é vista como um marco na disputa contra a Royal Enfield e consolidou a Honda no segmento retrô.
No Brasil, porém, ela segue como um sonho distante, alimentado por fichas técnicas e vídeos internacionais.
Enquanto a Honda não se pronuncia, os motociclistas brasileiros só podem se perguntar: será que um dia a GB350 vai cruzar nossas estradas?
Eu compraria, a começar que detesto a tal “refrigeração líquida” com sua dezena de peças a mais para dar defeito, motor de moto tem de ser o robusto, confiável e de pouca manutenção resfriado a ar.