Protótipo mostrado no Japan Mobility Show 2025, em Tóquio, antecipa ergonomia baixa, torque ajustável por eixo e painel com câmeras no lugar dos retrovisores; parte das soluções pode migrar a modelos de produção
O Honda EV Outlier Concept é um laboratório sobre como será pilotar na próxima década, não um produto pronto. A marca apresentou o estudo no Japan Mobility Show 2025, em Tóquio, como uma visão “além de 2030”.
A proposta redefine proporções e dinâmica: motores elétricos nas duas rodas e posição de condução rebaixada criam nova sensação de controle e velocidade. O objetivo é repensar do zero o papel da eletrificação nas duas rodas.
Segundo a Honda, o conceito explora o que só a arquitetura elétrica permite: pacote de bateria central, distribuição de massa otimizada e ajuste fino de torque dianteiro/traseiro diretamente pelo painel.
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A montadora liga o projeto às metas de neutralidade de carbono até 2050 e o posiciona como manifesto de design. Países e mercados receberão ecos dessas soluções ao longo da década.
O que a Honda mostrou no Japão
O EV Outlier traz motores “in-wheel” integrados aos cubos, um na frente e outro atrás. Isso elimina corrente ou cardã e libera novos caminhos para chassi e ergonomia, inclusive uma silhueta longa e baixa.
A suspensão frontal adota duplo braço oscilante, solução incomum em motos de rua e mais vista em projetos experimentais. Atrás, o conjunto prioriza centralização de massas.
O desenho mistura superfícies limpas e elementos mecânicos expostos, com assinatura de LEDs contínua na dianteira e traseira minimalista. O resultado remete ao visual “cyberpunk” citado por publicações internacionais.
Como será “pilotar em 2030”: gliding, ecstasy e low

A experiência foi pensada em três sensações. Gliding é deslizar em silêncio, com entrega linear e contínua dos motores, algo próprio de EVs e intensificado pela tração nas duas rodas.
Ecstasy vem do torque instantâneo e da resposta imediata. O ajuste de distribuição de força entre eixos pelo painel busca precisão em arrancadas e curvas, ampliando a margem de controle.
Low define a ergonomia: assento rebaixado e encosto tipo “bucket” seguram o piloto em acelerações fortes, usando o corpo como eixo para contornar curvas com mais confiança.
O painel exibe duas telas e troca retrovisores por câmeras, solução comum em conceitos e já vista em carros. A proposta amplia campo de visão e reduz arrasto aerodinâmico.

No cockpit, o controle de torque por eixo vira uma função central. A interface dá ao piloto leitura rápida de velocidade, energia e tração, com ajustes dinâmicos conforme o uso.
A soma de silêncio, posição baixa e tração integral sugere uma condução distinta de motos a combustão, com estabilidade em baixa e aceleração que “empurra” sem trocas de marcha.
Tecnologia e design: por que o “fora da curva” interessa
Liderado por Yuya Tsutsumi, o time declara o desejo de “resetar valores” e abandonar amarras do motor a combustão. O próprio nome Outlier indica a intenção de sair da curva.
Ao embutir motores nos cubos, o projeto remove eixos intermediários e libera espaço para bateria central. Isso facilita balanceamento, melhora empacotamento e reduz perdas mecânicas.
A tração nas duas rodas pode beneficiar arrancadas em piso irregular, trechos molhados e saídas de curva, ao permitir a vetorização simples de torque entre frente e traseira.
A suspensão de duplo braço promete leitura mais previsível de carga e geometria estável na frenagem, ainda que exija soluções de peso e custo para eventual produção.
O uso de câmeras no lugar de espelhos melhora campo de visão, porém depende de regulamentação local. No Brasil, o Contran já regula itens de segurança, e mudanças exigiriam atualização normativa.
No conjunto, o EV Outlier funciona como plataforma de testes para ergonomia, integração digital e arquitetura elétrica, mais do que um “teaser” de um único modelo final. Honda Global
E o que isso diz ao Brasil: da vitrine ao chão de fábrica
Para o público brasileiro, a mensagem é clara: design e eletrificação caminham juntos e devem influenciar scooters e motos urbanas nesta década, inclusive nas linhas CB/CG elétricas futuras.
A viabilidade local depende de infraestrutura de recarga, incentivos e custos de bateria. Conceitos como o Outlier ajudam a baratear tecnologias ao migrarem gradualmente a produtos.
Marcas avaliam também serviços conectados e atualizações remotas. A central digital do Outlier antecipa software como diferencial de segurança e desempenho nas duas rodas.
Se adotada em série, a tração dupla pode surgir primeiro em edições limitadas ou nichos premium, enquanto ergonomia baixa e iluminação em LED migram a modelos urbanos.
A discussão passa por reparabilidade e rede técnica. Moto com motores nos cubos exige capacitação específica, algo que os fabricantes já mapeiam na transição ao elétrico.
Para pilotos e entregadores, autonomia e custo por km seguem centrais. O conceito não traz números, mas sinaliza ganhos de eficiência por perdas menores na transmissão.
Vai virar produto? O que esperar dos prazos
A Honda trata o EV Outlier como estudo de design e engenharia. A imprensa especializada fala em pós-2030 para uma derivação chegar às ruas, se houver decisão de produção.
Antes disso, elementos como ergonomia “dynamic & low”, câmeras e ajuste de torque podem aparecer em séries conceituais e, gradualmente, em motos reais.
A empresa vincula o programa às metas climáticas de 2050, usando o protótipo como farol do portfólio elétrico de duas rodas, de mobilidade pessoal a alta performance.
O que você acha que mais importa numa moto elétrica: autonomia real, preço de entrada ou tecnologia de tração dupla como a do EV Outlier? Comente abaixo, defenda seu ponto e diga se a ergonomia baixa faz sentido nas nossas ruas ou é só vitrine de salão.

 
                         
                        
                                                     
                         
                         
                         
                        
 
        
 
                     
         
         
         
         
         
         
         
        
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