Grupo Guararapes, controladora das lojas Riachuelo em Fortaleza, encerrou suas atividades com a demissão de aproximadamente 2 mil colaboradores, que agora buscam uma recolocação no mercado.
O grupo Guararapes, controlador das lojas Riachuelo em Fortaleza, realizou a demissão de aproximadamente 2 mil colaboradores da Guararapes Confecções nesta terça-feira (10), devido ao encerramento das atividades da empresa em Fortaleza, no Ceará. O grupo afirma que centralizará a produção em Natal, no Rio Grande do Norte, mas dados mostram que os demitidos não devem conseguir recolocação de forma rápida. O número representa 60% do contingente afetado.
Empresa afirma que os prejudicados em Fortaleza contarão com assistência
Segundo o Grupo Guararapes, a decisão compõe o planejamento estratégico da empresa, que tem como objetivo otimizar a operação fabril para intensificar a eficiência, diversificação e competitividade dos produtos. O grupo ainda afirma que o modelo de negócio integrado da companhia permanece inalterado, preservando a cadeia de fornecimento brasileira.
O controlador da Riachuelo afirmou ainda que todos os colaboradores demitidos afetados pelo fechamento da empresa em Fortaleza contarão com assistência e um pacote extra, como auxílio neste período.
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De acordo com a empresa, em nota, foi oferecida a todos a extensão do plano de saúde pelo dobro do aviso prévio e o valor de meio piso salarial. As máquinas de costura industrial foram doadas às costureiras e, aos outros funcionários, foi disponibilizado um adicional de mais um salário.
A expectativa de Daniel Gomes, presidente do Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas no Estado do Ceará (SindConfecções CE), é de que os 40% restantes sejam absorvidos logo, sendo estes, principalmente, profissionais de costura aptos a atuarem com máquinas especiais. O executivo ressalta que os demais devem demorar um pouco mais para conseguirem uma recolocação no mercado de trabalho, principalmente de atividades mais simples, como limpeza.
Sindicato se mobilizará após demissão feita pelo Grupo Guararapes
Segundo Gomes, o Sindicato buscará empresas que necessitam de mão de obra para que os colaboradores demitidos pela controladora da Riachuelo possam ser absorvidos. Como eles também foram beneficiados com as máquinas, o Sindicato espera que o restante empreenda e produza para marcas parceiras.
O presidente da instituição ainda lamenta o encerramento das operações da empresa e pontua a estratégia da companhia, sendo esta uma grande perda para o segmento, visto ser uma empresa muito grande, com muitos colaboradores que perderam o emprego. Foi uma estratégia da empresa terceirizar a produção e ficar apenas com as lojas. O Grupo Guararapes sempre teve sucesso em Fortaleza e produzia bem, mas está optando por fechar parcerias.
Procurado, Salmito Filho, secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, limitou-se a se manifestar sobre o assunto. Em uma publicação, o gestor afirmou que é muito triste quando uma empresa fecha, pois com ela se fecham oportunidades econômicas e sociais para a população, como aconteceu em Fortaleza.
Salmito afirma que o Governo Estadual se compromete a apoiar as empresas a atraírem ainda mais colaboradores, com o melhor ambiente de negócio possível. O secretário não entrou em detalhes sobre as medidas concretas que serão feitas para reduzir o impacto do fechamento do Grupo Guararapes.
Voz dos funcionários após demissão
Embora a conversa tenha surgido meses antes, o que de certa forma preparou os empregados, alguns tinham esperança que dali continuaria saindo o sustento da família ainda por algum tempo. É o caso da costureira de 49 anos, Rosângela Maciel, que dedicou 13 anos de sua vida à empresa.
Segundo a ex-funcionária, ainda havia um pouco de esperança, mas agora está sem chão, pois ainda não “caiu a ficha”. Sendo mãe de três filhos de 19, 25 e 29 anos, Rosângela se emociona ainda mais quando pensa nas colegas mães de família, com filhos ainda pequenos, além de companheiros de trabalho que dependiam do emprego para pagar o aluguel.