Trabalhadores dos Correios entram em greve por tempo indeterminado em nove estados, exigindo reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Os trabalhadores dos Correios de nove estados brasileiros decidiram “cruzar os braços” na última quinta-feira, 8 de agosto, deflagrando uma greve por tempo indeterminado. A decisão de parar as atividades foi aprovada em assembleias realizadas em diferentes estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. As negociações entre a categoria e a empresa até agora não produziram um acordo, e a greve promete ser um dos maiores desafios recentes enfrentados pelos Correios, que já vinham de um período de dificuldades financeiras e reestruturações internas. A paralisação reflete o descontentamento generalizado da categoria, que reivindica melhorias salariais, melhores condições de trabalho e mudanças no plano de saúde oferecido pela empresa.
Motivações da greve dos Correios
As principais reivindicações dos trabalhadores envolvem questões salariais, condições de trabalho e a ampliação do quadro de funcionários.
Os grevistas exigem um reajuste salarial que consideram justo e válido ainda para o ano de 2024.
- Internet de Elon Musk (Starlink) chega ao Brasil com desconto de MAIS DE 50% visando acabar com a concorrência e inovar na conectividade brasileira, chegando em QUALQUER parte do país
- Crise sem fim! Volkswagen enfrenta demissões em massa e crise tecnológica: será o próximo caso Kodak e Nokia?
- Umas das maiores BR do Brasil será transformada! Rodovia terá duplicação de 221km e R$ 7 bi em investimentos, podendo gerar até 100 MIL empregos
- Noruega investe R$ 350 milhões em energia solar no norte de Minas Gerais
Eles também pedem a realização de novos concursos públicos para aumentar o número de empregados nos Correios, uma medida que consideram essencial para melhorar a eficiência dos serviços prestados.
Outro ponto de discordância entre os funcionários e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) diz respeito ao plano de saúde oferecido pela empresa.
Os trabalhadores criticam o alto custo do plano, que inclui coparticipação, e reivindicam uma redução para 15% nos custos de procedimentos como consultas e exames.
Em uma carta aberta, a Findect expôs suas reivindicações e explicou as condições atuais enfrentadas pelos funcionários dos Correios, convocando mais trabalhadores a aderirem à greve.
O sindicato também criticou a “postura intransigente” da ECT nas negociações, alegando que a empresa não tem demonstrado disposição para atender às demandas dos trabalhadores.
A aderência à greve e os estados afetados
A greve foi aderida por sindicatos em nove estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Alagoas, Maranhão, Piauí e Tocantins.
Nesses estados, os serviços dos Correios foram impactados de forma variada, com algumas localidades enfrentando atrasos e interrupções na entrega de correspondências e encomendas.
Em São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram grandes volumes de correspondências e encomendas, a adesão à greve foi particularmente significativa, segundo o sindicato.
Em outros estados, como Alagoas e Tocantins, a paralisação também gerou preocupações sobre a continuidade dos serviços, especialmente em áreas mais remotas.
Resposta dos Correios
Os Correios, por sua vez, afirmam que, apesar da greve, os serviços estão “operando normalmente em todo o país”.
Em comunicado oficial divulgado na quinta-feira (8), a empresa informou que tomou medidas para minimizar os impactos da paralisação, como o remanejamento de profissionais e a realização de horas extras para cobrir as ausências de funcionários grevistas.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, declarou em nota que a empresa acredita no diálogo e na transparência como ferramentas essenciais para construir uma empresa mais forte e responsável.
Ele destacou que a instituição mantém sua disposição para negociar, mas que enfrentou dificuldades nos últimos anos devido ao processo de quase privatização e à extinção de direitos históricos dos trabalhadores, medidas implementadas pelo governo anterior.
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos argumenta que tem buscado dialogar com os sindicatos e que apresentou propostas para atender a algumas das demandas dos trabalhadores.
Entre as propostas, a empresa ofereceu um aumento salarial de 6,05%, a ser aplicado a partir de janeiro de 2025, e um aumento nos benefícios para os funcionários já em agosto de 2024.
Além disso, os Correios se comprometeram a abrir concurso público para algumas vagas, com o objetivo de reforçar o quadro de funcionários e melhorar a prestação de serviços.
Apesar dessas propostas, os sindicatos consideram que as ofertas da empresa são insuficientes para atender às necessidades dos trabalhadores.
A Findect critica o percentual de reajuste salarial proposto, alegando que não corresponde ao aumento do custo de vida e às perdas salariais acumuladas nos últimos anos.
Além disso, a entidade sindical insiste que a ampliação do quadro de funcionários é essencial para garantir melhores condições de trabalho e para que a empresa possa cumprir suas obrigações com a população.
Impactos da greve na população
A greve dos Correios traz preocupações para a população, especialmente para aqueles que dependem dos serviços postais para a entrega de correspondências e encomendas.
Em regiões onde a adesão à greve foi alta, os usuários podem enfrentar atrasos significativos na entrega de cartas, documentos importantes e produtos adquiridos pela internet.
A paralisação também pode afetar empresas que dependem dos Correios para a logística de seus negócios, como e-commerces e fornecedores de serviços que utilizam a rede postal para distribuir seus produtos.
Com a greve se estendendo por tempo indeterminado, a expectativa é que o impacto na economia e na vida cotidiana dos brasileiros aumente se não houver um acordo entre os grevistas e a empresa.
Até o momento, não há previsão de término para a greve. A Findect se mantém firme em suas reivindicações e insiste que os trabalhadores não retornarão ao trabalho até que suas demandas sejam atendidas.
Os Correios, por sua vez, continuam a afirmar que estão dispostos a negociar, mas que também têm a responsabilidade de manter a continuidade dos serviços prestados à população.
Com as negociações em um impasse e a greve em curso, o cenário é de incerteza tanto para os trabalhadores dos Correios quanto para a população que depende dos serviços postais.
Resta saber se as partes conseguirão chegar a um acordo que atenda às necessidades dos trabalhadores e ao mesmo tempo garanta a continuidade dos serviços à população brasileira.