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GM traz Spark elétrico da China para competir com BYD Dolphin no Brasil e acirra disputa com montadoras chinesas

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 14/09/2025 às 17:30
O Spark elétrico, lançado pela GM no Brasil para enfrentar o BYD Dolphin e outras montadoras chinesas, será importado da China em kits SKD e montado no Ceará, marcando novo capítulo da disputa pelos elétricos de entrada.
O Spark elétrico, lançado pela GM no Brasil para enfrentar o BYD Dolphin e outras montadoras chinesas, será importado da China em kits SKD e montado no Ceará, marcando novo capítulo da disputa pelos elétricos de entrada.
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A General Motors confirmou a chegada do Spark elétrico ao Brasil, produzido na China e montado em kits SKD no Ceará, em uma estratégia para enfrentar diretamente o BYD Dolphin e outras montadoras chinesas.

O Spark elétrico já está à venda no Brasil por R$ 159.900 e promete ser a principal aposta da GM no segmento de elétricos de entrada. O modelo será inicialmente importado da China, fruto da parceria entre GM–SAIC–Wuling, e chegará ao mercado nacional em regime de montagem local a partir do fim de 2025.

A iniciativa coloca a montadora americana no centro da disputa com gigantes chinesas como a BYD e a GWM, que avançam rapidamente no setor automotivo brasileiro.

Spark elétrico: origem chinesa, marca americana

Apesar de carregar o emblema da Chevrolet, o Spark elétrico não é um projeto totalmente americano.

O carro foi desenvolvido em conjunto com as chinesas SAIC e Wuling e é vendido na Ásia sob o nome Baojun Yep Plus.

Essa origem expõe uma contradição estratégica: para enfrentar a expansão das montadoras da China no Brasil, a GM aposta justamente em uma plataforma concebida no país asiático.

A decisão reforça uma tendência global de integração produtiva, mas também levanta questionamentos sobre a real capacidade da GM em oferecer tecnologia própria no campo da eletrificação.

O movimento se soma à corrida por participação de mercado, em que a procedência dos modelos parece ser secundária diante da urgência de atender a um público em expansão.

Montagem local no Ceará: aposta na antiga fábrica da Troller

O Polo Automotivo do Ceará (Pace), instalado em Horizonte, será a base de montagem nacional do Spark.

O espaço foi assumido pela empresa Comexport após o fechamento da fábrica da Troller pela Ford em 2021.

Nesse polo, os veículos chegam da China em kits SKD (Semi Knocked Down) e passam pela finalização no Brasil, com expectativa inicial de 400 unidades por mês.

Esse processo segue um padrão já adotado por outras montadoras: começar pela montagem parcial e, conforme a escala aumenta, nacionalizar componentes e ampliar a rede de fornecedores locais.

A GM afirmou em comunicado que esse é o “primeiro passo rumo à industrialização da tecnologia elétrica sob a marca Chevrolet no Brasil”.

Disputa com BYD e efeitos no setor automotivo

O lançamento do Spark elétrico acontece em um cenário de intensa competição. A BYD prepara a produção em Camaçari (BA), enquanto a GWM já opera em Iracemápolis (SP).

Ambas utilizam antigas fábricas da Ford, sinalizando uma transformação do mapa da indústria automotiva nacional.

Com a chegada do Spark, a GM mira diretamente o BYD Dolphin, hoje referência entre os elétricos de entrada.

O preço, a rede consolidada de concessionárias e a montagem local são os principais trunfos da marca americana.

Ainda assim, a dependência de tecnologia chinesa revela os paradoxos da estratégia, já que a disputa se dá com produtos de mesma origem.

O debate sobre tarifas e competitividade

A entrada do Spark também reacende discussões sobre política industrial.

A Anfavea criticou recentemente o pedido da BYD para reduzir tarifas de importação de kits SKD/CKD, alegando risco à cadeia produtiva nacional.

A GM, por outro lado, frisou que não solicitou redução de alíquotas e que sua operação segue as regras atuais, diferenciando-se da rival chinesa.

Mesmo assim, a adoção do regime SKD é vista por analistas como um caminho natural para novos projetos.

A grande questão é até que ponto esse modelo será nacionalizado ou se o país continuará dependente de importações de componentes para sustentar a produção local.

Um novo round na guerra dos elétricos

Na prática, o Spark elétrico é mais um capítulo da guerra comercial e tecnológica entre americanos e chineses pelo consumidor brasileiro.

A GM aposta no peso de sua marca e em uma estratégia híbrida de importação e montagem local para conquistar espaço.

Porém, ao recorrer a um carro concebido na China, evidencia o grau de influência que as montadoras chinesas já exercem sobre o setor.

E você, acredita que o Spark elétrico tem chances reais de desbancar o BYD Dolphin no Brasil ou será apenas mais um concorrente em meio à hegemonia chinesa? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem acompanha de perto essa disputa no mercado automotivo.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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