Reserva com 1.100 toneladas pode superar mina sul-africana e transformar o mercado internacional do ouro
Uma descoberta mineral sem precedentes foi anunciada oficialmente pela China em dezembro de 2024, atraindo atenção internacional.
Trata-se de uma jazida de ouro localizada no campo de Wangu, na província de Hunan, com potencial de atingir 1.100 toneladas do metal precioso, avaliada em cerca de US$ 83 bilhões (R$ 447,1 bilhões na cotação atual).
Esse achado pode redefinir o papel da China no comércio global de ouro, além de alterar o equilíbrio do setor de mineração nos próximos anos.
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Estudo técnico confirma potencial inédito
De acordo com relatórios divulgados em 2024, as primeiras escavações identificaram 40 veias de ouro a até 2 mil metros de profundidade.
Com auxílio de tecnologia 3D, especialistas projetaram que a jazida pode alcançar 3 mil metros de profundidade, consolidando-a como uma das maiores reservas do planeta.
Ainda segundo o especialista em prospecção Chen Rulin, “muitos núcleos de perfuração mostraram ouro visível”, o que reforça a qualidade e a raridade do minério encontrado.
- Profundidade inicial identificada: 2.000 metros.
- Profundidade máxima estimada: 3.000 metros.
- Quantidade avaliada: 1.100 toneladas.
- Valor estimado: R$ 447,1 bilhões.
Além disso, a concentração máxima registrada foi de 138 gramas por tonelada de rocha, índice considerado elevado para padrões internacionais.
Impactos econômicos e reflexos no mercado internacional
A notícia repercutiu em janeiro de 2025 com impacto imediato. O preço do ouro alcançou US$ 2.700 (R$ 14,5 mil) por onça, equivalente a 31 gramas, marcando uma das maiores valorizações recentes.
Caso as projeções se confirmem, a mina chinesa superará a South Deep, na África do Sul, atualmente reconhecida como a maior reserva do mundo, com 930 toneladas.
Esse cenário projeta intensa movimentação entre mineradoras internacionais, que deverão disputar participação em contratos de exploração, além de impulsionar investimentos globais no setor.
A China e a liderança mundial na produção
Segundo dados do Live Science, em 2023 a China já liderava a produção mundial, com 380 toneladas de ouro extraídas, o que representava 10% da produção global.
Entretanto, a demanda interna chinesa foi três vezes maior do que a produção, criando dependência de importações para atender ao consumo doméstico.
O ranking de maiores produtores de 2023 mostra a dimensão desse mercado:
- China: 380 toneladas.
- Rússia: 310 toneladas.
- Austrália: 290 toneladas.
- Canadá: 200 toneladas.
- Estados Unidos: 160 toneladas.
Com a nova jazida, a China pode não apenas manter a liderança, mas também reduzir gradualmente sua dependência de fornecedores externos.
Perspectivas econômicas e estratégicas
Especialistas avaliam que a confirmação da jazida em Wangu poderá redefinir a estratégia chinesa no setor mineral.
O país passa a ter condições de fortalecer sua posição geopolítica, ao mesmo tempo em que cria oportunidades de negócios no mercado interno e externo.
Assim, a mineração chinesa deverá receber investimentos significativos, com ênfase em tecnologia de exploração profunda e parcerias internacionais.
O futuro do mercado do ouro
O achado em Hunan coloca a China em uma posição privilegiada para moldar o futuro do mercado.
A escala da reserva e o valor envolvido sugerem que novas políticas de exploração devem ser implementadas, alinhando expansão econômica e sustentabilidade.
Portanto, a questão que se impõe é: a China priorizará uma exploração acelerada para consolidar sua liderança ou optará por um modelo sustentável para preservar recursos e impactos ambientais?