Com preço de VW T-Cross, o GAC Aion V aposta em luxo extremo, como geladeira que esquenta e massagem, para brigar no Brasil.
O mercado brasileiro de SUVs elétricos presencia um novo e agressivo concorrente: o GAC Aion V. Lançado com um preço surpreendente de R$ 220 mil, o modelo entra na faixa de SUVs compactos a combustão, como o VW T-Cross, mas sua proposta é radicalmente oposta. Conforme avaliação detalhada do canal Carro Chefe, o veículo não economiza em tecnologia e oferece um pacote de luxo até então visto apenas em categorias premium.
O grande diferencial do Aion V não está apenas na propulsão elétrica, mas em itens de conforto e conveniência. O SUV chinês vem equipado com uma geladeira no console central que também funciona como aquecedor (chegando a 50°C), bancos dianteiros com massagem e ventilação, e um sistema que permite ao banco do passageiro reclinar totalmente, transformando o espaço traseiro em uma cama com 1,70m de comprimento.
O que o GAC Aion V oferece por R$ 220 mil?
A característica mais impressionante, destacada pelo Carro Chefe, é a modularidade interna. Com um comando, o banco do passageiro dianteiro avança e deita completamente, alinhando-se ao banco traseiro. Isso cria um espaço plano de 1,70m, permitindo que dois adultos possam descansar confortavelmente. A GAC inclusive planeja vender um colchão inflável opcional na China para o modelo, transformando o carro em um “modo descanso” real.
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Além da “cama”, o console central abriga uma geladeira funcional. Diferente de simples compartimentos refrigerados, ela atinge baixas temperaturas e, inversamente, pode aquecer alimentos ou bebidas até 50°C, funcionando quase como um micro-ondas. Para completar o pacote de luxo, os bancos dianteiros não contam apenas com ajustes elétricos, mas também com sistemas de ventilação, aquecimento e múltiplos modos de massagem, recursos raros nesta faixa de preço.
Desempenho, autonomia e recarga rápida
Sob o capô (que, segundo o Carro Chefe, peca por não possuir um porta-malas dianteiro, o “frunk”), o GAC Aion V utiliza um motor elétrico dianteiro. O SUV tem tração frontal, entregando 204 cv de potência e 24,5 kgf·m de torque instantâneo. Pesando 1.920 kg, o modelo teve um desempenho de 0 a 100 km/h registrado em 7,4 segundos nos testes do canal, ligeiramente melhor que os 7,9s oficiais divulgados.
A autonomia declarada pelo Inmetro é de 389 km com uma carga completa. No entanto, em uso real urbano, o Carro Chefe estima que o número possa chegar a 430 ou 440 km, já que veículos elétricos tendem a ser mais eficientes no trânsito “para-e-anda”. Um dos trunfos técnicos do Aion V é sua arquitetura de carregamento rápido: ele aceita até 180 kW em carregadores DC, permitindo recuperar de 30% a 80% da bateria em apenas 16 minutos.
Acertos e pecados do interior chinês
O acabamento interno foi um ponto alto na avaliação. O SUV utiliza materiais soft touch e couro em abundância, sem plásticos rígidos aparentes, transmitindo uma sensação de qualidade superior. O espaço traseiro é vasto, beneficiado pela abertura de portas em 90 graus, facilitando o acesso. Outro destaque positivo foi a presença de um teto solar panorâmico com persiana elétrica, uma crítica direta a concorrentes como o BYD Seal e o Volvo EX30, que obrigam o uso de películas no Brasil.
Apesar dos luxos, o GAC Aion V sofre de problemas de usabilidade comuns em carros chineses modernos. O primeiro, e mais bizarro, é a ausência total de um porta-luvas. Segundo o Carro Chefe, o motorista fica sem local para guardar documentos, tendo que improvisar. Além disso, a dependência da central multimídia é total: até o ajuste dos retrovisores exige toques na tela. O canal também notou uma falha de design: o para-sol do passageiro, quando aberto, obstrui a visão do retrovisor central.
O dilema: produto vs. marca nova
O veredito do Carro Chefe para o GAC Aion V foi uma nota 9.5 de 10. O produto em si é considerado excelente, entregando um nível de conforto, tecnologia (incluindo um sistema ADAS que funciona bem no trânsito) e luxo que o coloca muito acima de qualquer concorrente na faixa dos R$ 220 mil. A comparação com o T-Cross é usada para ilustrar o salto de equipamentos que o consumidor pode ter pelo mesmo valor.
Por que não nota 10? O único ponto de interrogação é a própria GAC. Sendo uma marca recém-chegada ao Brasil (cerca de 5-6 meses), ainda não há histórico de pós-venda, confiabilidade de peças ou valor de revenda. Embora a GAC seja a 6ª maior montadora da China e produza carros para Honda e Toyota localmente, o consumidor brasileiro assume o “risco da novidade”. A garantia oferecida é de 8 anos ou 160.000 km.
O GAC Aion V redefine o que se espera de um carro na faixa dos R$ 200 mil, oferecendo mimos de categoria superior. Mas a agressividade chinesa esbarra na desconfiança natural do mercado.
Diante de tantos itens de luxo, você trocaria um SUV tradicional e estabelecido, como um T-Cross ou Creta, por essa novidade elétrica? Acha que a geladeira que esquenta e a “cama de casal” são diferenciais reais ou apenas marketing para atrair compradores? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber o que o consumidor pensa dessa nova realidade.