A distribuidora havia alertado sobre os possíveis riscos do projeto de privatização da refinaria Reman ao mercado do Norte do Brasil. A Fogás agora aponta para o forte crescimento nos preços do GLP cobrados às distribuidoras na venda do produto.
O cenário do mercado de combustíveis no Norte do Brasil não está nada favorável para as distribuidoras nesta sexta-feira, (27/01). Após a privatização da Refinaria Reman, em Manaus, ocorrida em novembro de 2022, os preços do GLP cobrados às distribuidoras do Amazonas e de Roraima subiram em até 35%. A Fogás alerta para as consequências do projeto de desestatização no abastecimento do combustível na região neste início de ano.
Fogás aponta problemas no mercado de distribuição de GLP nos estados de Roraima e Amazonas após a privatização da refinaria Reman
O projeto de privatização das refinarias da Petrobras continua gerando consequências graves para o mercado de combustíveis nacional neste início de 2023.
Após a privatização da refinaria Reman, em Manaus, ocorrida em novembro de 2022, o mercado de distribuição de GLP em Roraima e no Amazonas foi fortemente afetado.
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A companhia distribuidora Fogás aponta para o aumento nos preços cobrados às distribuidoras para a venda do produto.
Desde a venda da refinaria, o preço do GLP para distribuidoras aumentou R$ 1.240 por tonelada, 35% acima do preço médio cobrado pela Petrobras em outras regiões.
Durante o processo de privatização, a Fogás disse ao Cade e à ANP que, se o novo proprietário aumentasse os preços, os consumidores locais seriam afetados, já que Amazonas e Roraima dependem exclusivamente da Reman para o abastecimento de combustível.
A venda da refinaria da Petrobras para a Atem Distribuidora vem causando fortes conflitos na distribuição do GLP no Norte do país.
De acordo com a Fogás, a Reman atribuiu o aumento de preço à venda do GLP da Petrobras para a Atem pelo mesmo preço que vende para as distribuidoras de Coari, no Amazonas.
Coari é um importante terminal de gás natural, que distribui a produção dos campos de gás natural da Petrobras na bacia do Solimões, no polo de Urucu, um dos maiores do Brasil.
Dessa forma, a comercialização do GLP para os consumidores desses estados pode ser fortemente afetada ao longo dos próximos meses.
Fogás divulga carta aberta à ANP alertando os altos preços cobrados pelo GLP no mercado de combustíveis do Norte do país após privatização da refinaria
Após a privatização da refinaria Reman e os aumentos excessivos dos valores do GLP, a Fogás divulgou uma carta aberta à ANP.
Nela, a distribuidora destaca que, mesmo com as piores condições de vida das regiões do Brasil, os moradores da região Norte ainda estão tendo que pagar os maiores preços pelos combustíveis.
Segundo a Fogás, o GLP está sendo comercializado em Belém pelo mesmo preço de Coari, sem considerar os altos custos de transporte fluvial e pilotagem entre as duas localidades.
“Esse subsídio injustificável, que equivale a mais de 10 reais por botijão, permite, por exemplo, que as distribuidoras de GLP com sede em Belém possam ter preços mais competitivos para operar na maior parte do estado do Amazonas e até mesmo em Manaus”, afirmou a distribuidora.
A companhia disse que, antes de tomar qualquer decisão interna quanto ao futuro de suas operações na distribuição do GLP, precisa saber qual a postura da Petrobras quanto à política de preços do GLP em Coari.
Agora, a Fogás espera que as autoridades do setor de combustíveis possam intervir no cenário instável da comercialização do GLP, causado pela privatização da refinaria Reman.