FMI projeta que a Índia terá o maior crescimento global em 2025, com PIB acima de 6%, atraindo investimentos e ganhando peso no cenário econômico mundial.
A economia mundial atravessa um cenário de incertezas: desaceleração da China, juros altos nos Estados Unidos e desafios energéticos na Europa. Em meio a esse quadro, um país desponta como protagonista: a Índia. O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou em sua última projeção que o país asiático será a economia que mais cresce em 2025, com avanço superior a 6% do PIB, superando todas as principais nações do G20. Esse desempenho coloca a Índia como a nova locomotiva do crescimento global, capaz de atrair bilhões em investimentos e alterar o eixo de poder econômico da Ásia.
Crescimento sustentado acima de 6%
Segundo o FMI, a Índia deve crescer 6,5% em 2025, impulsionada por consumo interno robusto, digitalização acelerada e investimentos em infraestrutura.
- Em 2024, o país já havia crescido 6,3%, mantendo ritmo superior ao da maioria das economias avançadas.
- A previsão é que, até 2027, a Índia mantenha taxas acima de 6% ao ano, consolidando uma trajetória de expansão estável.
Enquanto isso, a China enfrenta uma desaceleração significativa, com crescimento projetado em torno de 4,6%, afetada por crise imobiliária e tensões comerciais.
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O peso do mercado interno indiano
Com mais de 1,4 bilhão de habitantes, a Índia já é o país mais populoso do planeta. Esse fator garante uma base de consumo gigantesca, que se torna motor de crescimento interno.
A classe média indiana está em rápida expansão e deve ultrapassar 600 milhões de pessoas até 2030, segundo a consultoria McKinsey. Isso representa um mercado consumidor maior do que toda a população da União Europeia.
Setores como tecnologia, telecomunicações, saúde e educação são os que mais se beneficiam desse dinamismo.
Investimentos estrangeiros em alta
A atratividade da Índia também se reflete nos fluxos de investimento externo. De acordo com o Reserve Bank of India, o país captou mais de US$ 70 bilhões em Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2024, e a tendência é de crescimento.
Gigantes globais como Apple, Samsung, Tesla e Foxconn estão ampliando suas fábricas no país, aproveitando os incentivos do governo e a estratégia de “China+1”, que busca diversificar cadeias produtivas para fora da China.
Esse movimento coloca a Índia como novo polo industrial e tecnológico do mundo, com potencial para competir diretamente com Pequim.
Transformação digital acelerada
Outro fator-chave é a revolução digital em curso. O programa India Stack, criado pelo governo, oferece infraestrutura digital integrada para pagamentos, identificação e serviços públicos.
- O sistema de pagamentos UPI (Unified Payments Interface) já realiza mais de 10 bilhões de transações por mês, superando qualquer outro sistema no mundo.
- O acesso massivo à internet móvel transformou o país em um mercado estratégico para empresas de tecnologia e fintechs.
Esse ecossistema digital facilita negócios, atrai startups e cria um ambiente fértil para inovação.
Infraestrutura como motor de crescimento
O governo indiano também vem investindo pesado em infraestrutura. O programa National Infrastructure Pipeline prevê mais de US$ 1,4 trilhão em obras até 2030, incluindo ferrovias, portos, rodovias e energia renovável.
Esses investimentos não apenas geram empregos, mas também aumentam a competitividade da economia, reduzindo gargalos logísticos históricos.
O impacto na geopolítica econômica
O avanço da Índia tem implicações geopolíticas diretas. O país, que já é membro dos BRICS e do G20, busca ampliar sua voz em fóruns internacionais.
Com crescimento consistente, a Índia se torna uma alternativa estratégica para países ocidentais que buscam reduzir dependência da China. Esse reposicionamento pode alterar o equilíbrio de poder na Ásia, transformando Nova Déli em um novo polo de influência econômica e diplomática.
Desafios ainda no horizonte
Apesar do otimismo, a Índia enfrenta desafios importantes:
- Desigualdade social: parte significativa da população ainda vive em condições precárias.
- Infraestrutura deficiente: apesar dos investimentos, o país ainda sofre com gargalos logísticos.
- Dependência energética: a importação de petróleo e gás expõe a Índia a choques externos.
- Emprego: a geração de vagas precisa acompanhar o crescimento demográfico.
Esses obstáculos mostram que a trajetória indiana não está isenta de riscos.
Índia: a nova fronteira do crescimento global
As projeções do FMI deixam claro: a Índia será a estrela do crescimento mundial em 2025, superando outras potências em ritmo de expansão.
Com um mercado interno gigantesco, investimentos recordes em tecnologia e infraestrutura e uma estratégia clara de inserção global, o país se posiciona como a nova fronteira do crescimento global.
O centro de gravidade da Ásia começa a se deslocar de Pequim para Nova Déli — e os próximos anos mostrarão até onde essa transformação pode ir.