Pedido foi feito ao Ministério Público do Rio de Janeiro e inclui quebra de sigilos bancário e fiscal de Maria de Fátima Sampaio Moreira, viúva do apresentador.
Os filhos do jornalista Cid Moreira, falecido em 2024 aos 96 anos, solicitaram ao Ministério Público do Rio de Janeiro a abertura de um novo inquérito contra Maria de Fátima Sampaio Moreira, viúva do apresentador. O pedido, feito pelos herdeiros Roger e Rodrigo Moreira, inclui a quebra dos sigilos bancário e fiscal da viúva e a apuração de um suposto enriquecimento ilícito e ocultação de bens.
Segundo o advogado da família, Ângelo Carbone, a movimentação tem como base um relatório pericial que aponta desvio superior a R$ 100 milhões em bens do apresentador ainda em vida. O documento alega que a evolução patrimonial de Fátima seria incompatível com os rendimentos declarados, reacendendo uma disputa que já dura anos entre os filhos e a última esposa do ex-âncora do Jornal Nacional.
A origem do conflito entre os filhos e a viúva
O litígio familiar envolvendo Cid Moreira começou em 2021, quando os filhos alegaram que o pai sofria maus-tratos e manipulação patrimonial.
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Na época, os irmãos tentaram interditar o apresentador, afirmando que ele apresentava fragilidade cognitiva e emocional e era influenciado pela esposa.
O caso ganhou repercussão nacional, mas a Justiça negou o pedido de interdição, entendendo que o jornalista ainda demonstrava autonomia para gerir seus próprios bens e decisões pessoais.
Mesmo assim, o processo expôs uma relação marcada por desconfiança e afastamento familiar, que persistiu até a morte do comunicador.
O que pedem os filhos de Cid Moreira
Agora, os herdeiros solicitam uma investigação formal sobre a origem dos bens de Maria de Fátima, apontando possível transferência irregular de patrimônio antes do falecimento do apresentador.
A defesa sustenta que os valores movimentados pela viúva seriam “incompatíveis com sua renda” e que parte do acervo financeiro e imobiliário do pai teria sido desviado por meio de procurações e doações.
De acordo com o pedido encaminhado ao Ministério Público, o objetivo é verificar se houve dilapidação do patrimônio de Cid Moreira, que apresentou o Jornal Nacional por 26 anos e se tornou um dos comunicadores mais longevos e emblemáticos da televisão brasileira.
Dois peritos independentes foram contratados para analisar os documentos e elaborar o relatório entregue junto ao requerimento.
Procurada, a defesa de Fátima Sampaio informou que não irá se manifestar oficialmente neste momento.
O silêncio da viúva ocorre após a divulgação dos novos pedidos de investigação, que, se aceitos, podem reabrir a disputa judicial em torno da herança e dos bens do apresentador.
Mesmo após a morte de Cid Moreira, o caso continua a gerar impasses legais e familiares. O patrimônio do comunicador, acumulado ao longo de décadas de trabalho na TV, é avaliado em dezenas de milhões de reais, incluindo imóveis, investimentos e direitos de imagem.
A trajetória pessoal e profissional de Cid Moreira
Nascido em Taubaté (SP), em 1927, Cid Moreira construiu uma das carreiras mais respeitadas da comunicação brasileira. Sua voz grave e inconfundível marcou gerações à frente do Jornal Nacional, da Rede Globo, entre 1969 e 1996.
Fora do telejornalismo, também se destacou por narrações bíblicas e trabalhos em publicidade, consolidando uma imagem de credibilidade e solenidade.
Ao longo da vida, foi casado quatro vezes. Do primeiro matrimônio, com Nelcy Moreira, teve a filha Jaciara, falecida em 2020.
Nos anos 1970, uniu-se a Olga Verônica Radenzev Simões; depois, em 1993, casou-se com Ulhiana Naumtchyk Moreira, com quem teve o filho biológico Rodrigo e adotou Roger, sobrinho de Ulhiana. Em 2000, casou-se com Fátima Sampaio, jornalista com quem viveu por quase 25 anos.
A nova denúncia reacende uma das disputas familiares mais comentadas do meio artístico, envolvendo não apenas herança, mas o legado moral e simbólico de um dos maiores nomes do jornalismo televisivo brasileiro.
A decisão do Ministério Público sobre a abertura ou não do novo inquérito será determinante para definir os próximos passos dessa controvérsia.
E você, acredita que a investigação deve ser reaberta? Considera que há indícios suficientes para uma nova apuração sobre os bens de Cid Moreira? Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem acompanha o caso de perto.