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Ferrovia vai tirar mais de 400 caminhões da BR: conheça o projeto de 933 km, 65 pontes e zero impacto em áreas indígenas que promete poupar R$ 8 bilhões por ano

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 07/09/2025 às 16:57
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Projeto de ferrovia entre Sinop e Miritituba, com 933 km de extensão, promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e impactos ambientais, além de evitar áreas indígenas e estimular a economia da região Norte.

A apresentação do projeto atualizado da Ferrogrão, ferrovia de 933 quilômetros que ligará Sinop, no Mato Grosso, a Miritituba, no Pará, trouxe à tona novos detalhes sobre a infraestrutura e impactos dessa obra considerada estratégica para a logística nacional.

Conforme informações do portal Pensar Agro, o anúncio foi feito durante evento em Sinop, a proposta contempla um traçado que evita áreas indígenas e o Parque Nacional do Jamanxim, além de prever a construção de 65 pontes ferroviárias e estimar uma economia anual de até R$ 8 bilhões para o setor agrícola brasileiro.

Ferrogrão: licenciamento ambiental e cronograma de obras

O projeto, apresentado pelo empresário Guilherme Quintela, presidente da Estação da Luz Participações, responsável pela idealização do empreendimento, especifica que a Ferrogrão seguirá paralela à BR-163, principal corredor logístico da região Centro-Oeste ao Norte do país.

De acordo com informações fornecidas durante a apresentação, o novo traçado elimina a necessidade de túneis e realocação de comunidades, reduzindo potenciais conflitos e atrasos na implementação.

Segundo Quintela, o Ministério dos Transportes já avança nas negociações para obtenção da licença ambiental, considerada a última etapa antes do lançamento do edital de concessão federal.

A expectativa oficial é que a licitação seja realizada até março de 2026, possibilitando o início das obras no mesmo ano e conclusão do trecho até 2035, caso os prazos sejam mantidos.

Os dados apresentados ainda destacam a existência de 60% da faixa de domínio já desmatada ao longo do percurso da Ferrogrão, facilitando a implantação do empreendimento.

O estudo ambiental elaborado para o projeto indica que a ferrovia irá ocupar apenas 0,1% da área original do Parque Nacional do Jamanxim.

Para mitigar impactos ambientais, está prevista a compensação com o plantio de 2 mil hectares de vegetação nativa, reforçando o compromisso de reduzir ao máximo os efeitos negativos sobre o bioma amazônico.

Ferrogrão: nova ferrovia de 933 km promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e emissões, e evitar áreas indígenas. Confira detalhes.
Ferrogrão: nova ferrovia de 933 km promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e emissões, e evitar áreas indígenas. Confira detalhes.

Estrutura e obras de engenharia da ferrovia de Sinop a Miritituba

Entre os principais destaques do projeto está o conjunto de obras de arte especiais.

Além das 65 pontes ferroviárias, que somam juntas 81 quilômetros de extensão, estão planejados quatro viadutos ferroviários (totalizando 493 metros), dez viadutos rodoviários e 48 pátios de cruzamento, fundamentais para o escoamento eficiente das cargas.

A maior ponte do trajeto será construída sobre o rio Peixoto, entre os municípios de Matupá e Peixoto de Azevedo, com extensão de 250 metros.

O estudo aponta que não haverá impacto direto em territórios indígenas, eliminando um dos principais entraves enfrentados por grandes obras na região Norte do Brasil.

O redesenho do traçado foi motivado por decisões judiciais e pressões de grupos ambientais e sociais, como a ação apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu temporariamente o avanço da ferrovia em anos anteriores sob alegação de impactos em áreas protegidas.

Redução de custos logísticos e benefícios econômicos

Com potencial para transformar a matriz logística nacional, a Ferrogrão deverá promover redução de até 20% no custo do frete agrícola, segundo estudos apresentados pela Estação da Luz.

Esta queda representa uma economia anual estimada em R$ 8 bilhões para os produtores rurais, valor significativo para a competitividade do agronegócio brasileiro nos mercados nacional e internacional.

A ferrovia será capaz de transportar até 69 milhões de toneladas por ano até 2095, conforme as projeções do projeto.

Ferrogrão: nova ferrovia de 933 km promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e emissões, e evitar áreas indígenas. Confira detalhes.
Ferrogrão: nova ferrovia de 933 km promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e emissões, e evitar áreas indígenas. Confira detalhes.

Cada composição ferroviária, com capacidade para 16,9 mil toneladas, substituirá cerca de 422 caminhões no trajeto entre Sinop e Miritituba.

Com isso, estima-se que mais de 400 caminhões deixarão de circular diariamente pela BR-163, contribuindo para redução do tráfego pesado e, consequentemente, para o aumento da segurança viária na região.

Impacto ambiental e integração logística no Arco Norte

Outro destaque do empreendimento é o potencial de redução nas emissões de gases de efeito estufa.

Segundo o estudo de impacto ambiental, a mudança modal proporcionada pela Ferrogrão deve resultar em uma diminuição de 40% nas emissões de CO₂, o que corresponde à redução anual de aproximadamente 3,4 milhões de toneladas desses poluentes.

Esse impacto é especialmente relevante diante dos compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris e no contexto de discussões globais sobre sustentabilidade.

A integração entre os diferentes modais também foi ressaltada durante a apresentação.

Além dos terminais ferroviários previstos para Sinop e Miritituba, o projeto inclui a construção de quatro novos portos fluviais nos municípios de Santarém, Barcarena, Itacoatiara e Santana (Amapá).

Esses investimentos ampliarão a conectividade da região Norte com o restante do país, fortalecendo o chamado Arco Norte, corredor logístico alternativo para exportações do agronegócio brasileiro.

Ferrogrão: nova ferrovia de 933 km promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e emissões, e evitar áreas indígenas. Confira detalhes.
Ferrogrão: nova ferrovia de 933 km promete revolucionar a logística agrícola, reduzir custos e emissões, e evitar áreas indígenas. Confira detalhes.

Mudanças para caminhoneiros e perspectivas do transporte multimodal

Embora a Ferrogrão represente uma alternativa ao transporte rodoviário de longas distâncias, o modelo proposto não elimina a importância dos caminhoneiros no sistema logístico nacional.

De acordo com Guilherme Quintela, o transporte rodoviário permanecerá indispensável para conectar as fazendas e centros de produção aos terminais ferroviários.

Na prática, os caminhões farão trechos menores, adaptando-se ao modelo de integração multimodal amplamente adotado em países com matriz logística avançada.

A expectativa do setor produtivo é que a ferrovia contribua para a estabilidade dos preços do frete, redução de custos operacionais, além de favorecer a regularidade do escoamento da produção, especialmente nos períodos de safra.

O projeto da Ferrogrão, ao evitar áreas de sensibilidade ambiental e indígena, busca compatibilizar desenvolvimento econômico, respeito à legislação ambiental e promoção da sustentabilidade na Amazônia.

E você, acredita que a Ferrogrão realmente sairá do papel ou será mais um megaprojeto brasileiro que ficará apenas na promessa? O que pensa sobre os impactos desse projeto?

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Antônio Guilhermino da Silva ferreira
Antônio Guilhermino da Silva ferreira
12/09/2025 22:57

Olha no Brasil tudo se torna mais difícil quando se trata de uma grande obra que serve muito pra o desenvolvimento do paise, simplesmente porque existe um bocado de leis que só serve para atrapalhar o desenvolvimento do nosso Brasil. Por exemplo existe um tal de Ibama outro cmbil que mesmo fundado pelo o governo só atrapalha como se fosse pouco ainda existe esses partidos de esquerda pra entrar com liminar no STF. Para parar grandes obras. Então eu torso para que saia essa grande obra do papel.

Arildo José Gobetti
Arildo José Gobetti
09/09/2025 18:18

Um projete muito bom para meia duzia de bilionários do agro negócio em detrimento a uma população de mais de duzentos mil trabalhadores e empreendedores, e múltiplos empreendimentos tais como:
fazendas, sítios, chácara e todo tipo de comércios existentes as margens da Br 163 que certamenta perderão seus valores. Essa população vieram de todos os Estados Brasileiros com suas famíliasa a mais de 50 anos e construiram a grandeza desta regiao formando inumeras Cidades e todo o futuro promissor que hoje existe ao longo da rodovia de Sinop a Miritituba. Essa ferrovia em sendo construída significa o morte existencial e financeira de todos e tudo o que foi construido no percurso em que se almeja a ferrovia.

Climaco cezar
Climaco cezar
09/09/2025 10:39

Com as secas frequentes e piorando do lago gatun com as mudanças climaticas mais a forte concorre da ferrovia norte sul – em paralelo – quem ira investir nesta?

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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