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Fapesc e UFSC inauguram laboratório para impulsionar transição energética

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 15/07/2025 às 07:48
Vista aérea do campus da UFSC ao meio-dia com iluminação intensa e carros estacionados em frente ao prédio principal.
Fachada principal da UFSC sob o sol do meio-dia, com destaque para a arquitetura moderna e estacionamento com veículos.
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Iniciativa da Fapesc e UFSC cria espaço de pesquisa para hidrogênio verde e fortalece a inovação científica na transição energética em Santa Catarina

O Brasil ocupa posição estratégica na transição energética global, pois conta com uma matriz relativamente limpa. Além disso, o país tem investido de forma crescente em fontes renováveis.

Nesse contexto, Santa Catarina dá mais um passo decisivo para se destacar como polo de inovação científica. Isso ocorre com a inauguração de um novo espaço dedicado à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), inaugurou um laboratório voltado ao estudo do hidrogênio verde e à modernização da matriz energética estadual.

O MultiLab – Laboratório Multiusuário para Estudos de Hidrogênio Verde – está localizado no campus da UFSC, em Florianópolis. Dessa forma, a inauguração representa mais do que um investimento em infraestrutura científica.

Na prática, ela fortalece a conexão entre universidades e instituições públicas, justamente na busca por soluções sustentáveis.

Com um aporte de R$ 2,5 milhões, a Fapesc viabilizou o projeto por meio do Edital 15/2023 do Programa MultiLab SC. Assim, a iniciativa promove o uso coletivo de equipamentos científicos em áreas como automação, engenharia e energias renováveis.

A história e os papéis da Fapesc e da UFSC no avanço científico

Desde sua criação, em 1996, a Fapesc atua como motor de fomento à ciência, à tecnologia e à inovação em Santa Catarina. Por esse motivo, sua fundação atendeu à necessidade de estruturar políticas públicas capazes de impulsionar o desenvolvimento científico.

Ao longo do tempo, a Fapesc fortaleceu parcerias com universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Consequentemente, sua atuação se tornou ainda mais relevante diante das urgências climáticas e da busca por fontes energéticas alternativas.

Além disso, a fundação adotou uma abordagem ativa, ao criar editais temáticos e estruturantes, promovendo inovação aberta. Com isso, conseguiu conectar a produção acadêmica às demandas reais da sociedade e da indústria.

Graças a essa estratégia, Santa Catarina passou a ser reconhecida como um dos estados mais inovadores do país.

Por outro lado, a UFSC também desempenha papel fundamental no avanço científico e tecnológico. Com mais de seis décadas de trajetória, a universidade se consolidou como referência em ensino superior, pesquisa e extensão.

Ao formar milhares de engenheiros, pesquisadores e profissionais qualificados, a UFSC contribui diretamente para o desenvolvimento de projetos estratégicos. Portanto, a colaboração com a Fapesc reafirma o compromisso da universidade com a ciência aplicada e com a construção de soluções sustentáveis para os desafios atuais.

O papel do MultiLab na transição energética

O laboratório nasceu com um objetivo claro: desenvolver tecnologias voltadas ao hidrogênio verde, uma das soluções mais promissoras para substituir os combustíveis fósseis.

Esse tipo de hidrogênio é produzido a partir da eletrólise da água, utilizando energia solar ou eólica. Dessa maneira, o processo é limpo e alinhado às metas de descarbonização da economia.

Por essa razão, governos, empresas e instituições científicas vêm direcionando esforços para explorar esse potencial.

No MultiLab, os pesquisadores contam com uma estrutura altamente avançada. O espaço simula microrredes com painéis solares, baterias, células a combustível, eletrolisadores e inversores.

Assim, é possível estudar todas as etapas de geração, armazenamento e consumo do hidrogênio.

Essa abordagem integrada permite simular operações próximas da realidade industrial, o que facilita a aplicação prática dos resultados.

Além disso, o laboratório realiza testes detalhados em componentes críticos, como células a combustível e eletrolisadores. A partir desses dados, os cientistas desenvolvem melhorias na eficiência energética e na confiabilidade das tecnologias.

Como consequência, o conhecimento gerado no MultiLab contribui diretamente para soluções aplicáveis tanto ao setor público quanto à iniciativa privada.

Uma política pública para inovação sustentável

Durante a inauguração do laboratório, o presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, afirmou que o MultiLab integra uma política pública sólida.

Segundo ele, o projeto traduz o esforço do governo estadual em consolidar uma matriz energética mais limpa, moderna e preparada para o futuro.

Assim, o investimento realizado representa mais do que a construção de uma estrutura: ele reflete uma visão estratégica de longo prazo.

Ao mesmo tempo, o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, celebrou a inauguração como um avanço significativo para a universidade e para o estado.

De acordo com ele, a estrutura do MultiLab amplia as possibilidades de pesquisa aplicada, inovação e formação de novos talentos.

Por isso, o laboratório foi concebido como um ambiente aberto, acessível e interdisciplinar, reunindo estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da indústria.

Parcerias e projeção internacional

De forma complementar, o MultiLab já conta com importantes parcerias internacionais.

Universidades como Sevilla, Almería e La Plata, além de centros como o Instituto Fraunhofer (Alemanha) e o SINTEF (Noruega), integram a rede de colaboração do laboratório.

Dessa forma, as trocas científicas ganham escala e qualidade, proporcionando avanços em pesquisa conjunta e inovação tecnológica.

Além das instituições acadêmicas, o laboratório também atraiu o interesse de empresas como Newcharge, Reivax e Atlas Power.

Com isso, o setor produtivo passa a participar ativamente do desenvolvimento e teste de novas soluções.

Essa aproximação entre universidade e indústria fortalece o ecossistema de inovação de Santa Catarina, promovendo crescimento econômico com base no conhecimento.

Por meio do Programa MultiLab SC, a Fapesc destinou R$ 111 milhões à estruturação de 50 projetos científicos. As iniciativas envolvem 19 instituições de ensino superior em diversas regiões catarinenses.

Assim, o programa promove a descentralização da pesquisa e a ampliação do acesso a laboratórios de ponta, o que fortalece a ciência em todo o estado.

Uma resposta à urgência climática

Diante das emergências ambientais e sociais, Santa Catarina responde com ações estruturadas e conectadas ao conhecimento.

Por isso, o MultiLab representa mais do que um espaço físico — ele simboliza um novo modo de pensar a ciência: aplicado, colaborativo e voltado ao bem comum.

A união entre Fapesc e UFSC mostra como o investimento em pesquisa pública pode gerar impactos positivos e duradouros.

A transição energética exige planejamento, inovação e articulação entre diferentes setores.

Portanto, ao reunir governo, universidades e empresas, o estado dá um exemplo claro de como enfrentar os desafios do século XXI com inteligência, estratégia e compromisso ambiental.

Nesse cenário, o MultiLab assume papel de protagonismo. Ele transforma conhecimento acadêmico em soluções práticas e inspira outros estados e países a seguir caminhos semelhantes.

Afinal, o futuro da energia depende de iniciativas que unam ciência, tecnologia e responsabilidade social.

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Hidrogênio verde: UFSC inaugura primeira usina da fonte de energia do Estado | Balanço Geral Florianópolis

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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