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Falta de mão de obra chega na engenharia e setor sofre com a falta de 75 MIL trabalhadores no Brasil

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/12/2024 às 16:29
Brasil enfrenta déficit de 75 mil engenheiros, afetando infraestrutura e tecnologia. Investir em educação é a chave para mudar o cenário.
Brasil enfrenta déficit de 75 mil engenheiros, afetando infraestrutura e tecnologia. Investir em educação é a chave para mudar o cenário.
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Falta de engenheiros no Brasil ameaça setores cruciais como infraestrutura e tecnologia. Com evasão escolar crescente e currículos desatualizados, o país precisa de soluções urgentes, desde investimentos na educação básica até reformas no ensino superior.

A engenharia, tradicionalmente associada ao progresso e à inovação, enfrenta um desafio inquietante no Brasil.

Apesar de ser uma das áreas mais estratégicas para o desenvolvimento do país, a escassez de profissionais ameaça travar o avanço de setores cruciais como infraestrutura e tecnologia.

O cenário é alarmante: faltam 75 mil engenheiros para atender às demandas do mercado, expondo um déficit que é tanto educacional quanto estrutural.

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De acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a formação de engenheiros no Brasil não acompanha a necessidade crescente do mercado.

A evasão escolar, os currículos desatualizados e a falta de investimentos em educação básica e infraestrutura criaram um gargalo difícil de superar.

Este panorama é reflexo de problemas que atravessam décadas e que, se não enfrentados com urgência, podem comprometer o futuro do país.

Formação insuficiente e comparações internacionais

O Brasil forma cerca de 40 mil engenheiros por ano, um número que parece irrisório quando comparado a outras nações emergentes.

China e Rússia, também integrantes dos BRICS, formam mais de 450 mil profissionais anualmente. Essa discrepância escancara o atraso brasileiro em um setor essencial para a competitividade global.

Entre 2014 e 2021, aproximadamente 150 mil estudantes abandonaram os cursos de engenharia no Brasil, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Essa evasão resulta de fatores como a crise econômica e a baixa perspectiva de empregabilidade.

Conforme Marcos Gabriel Oliveira de Souza, estudante de engenharia mecatrônica na UnB, “trabalhar como engenheiro exige obstinação e, muitas vezes, conexões familiares que facilitem o acesso ao mercado.”

Deficiências no ensino básico e desinteresse pela área

O problema começa muito antes da entrada no ensino superior.

A qualidade deficiente do ensino básico em matemática e ciências exatas dificulta a formação de uma base sólida para futuros engenheiros. Especialistas, como Michelly de Souza, da Fundação Inaciana Pe.

Saboia de Medeiros (FEI), defendem a necessidade de estimular o interesse por exatas desde cedo.

Segundo ela, “o interesse precisa ser despertado de forma lúdica, mostrando como resolver problemas reais.”

Iniciativas como as promovidas pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) buscam reduzir esse desinteresse, oferecendo estágios e parcerias com instituições renomadas.

Mônica Vargas, superintendente do CIEE, ressalta que esses esforços são essenciais, mas ainda insuficientes para superar a aversão à matemática ou o desconhecimento sobre as possibilidades da engenharia.

Currículos desatualizados e evasão universitária

Outro entrave significativo está nos currículos dos cursos de engenharia, considerados ultrapassados por estudantes e especialistas.

As grades curriculares, muitas vezes focadas em disciplinas experimentais sem aplicação prática, não refletem a realidade do mercado.

“Temos muitas matérias que não agregam à prática da profissão”, critica Marcos Gabriel, da UnB.

Michelly de Souza sugere uma reforma urgente, enfatizando a inclusão de experiências práticas e projetos conectados ao mercado. Além disso, ambientes universitários mais acolhedores, com laboratórios modernos e metodologias ativas, poderiam reduzir a evasão, especialmente nos primeiros semestres.

Impactos da falta de engenheiros no Brasil

A escassez de engenheiros já impacta setores fundamentais.

A expansão de infraestrutura, o desenvolvimento tecnológico e até mesmo a execução de grandes obras sofrem atrasos e custos adicionais devido à ausência de profissionais qualificados.

Conforme relatado pelo Correio Braziliense, áreas como transporte e energia enfrentam grandes desafios, enquanto multinacionais e órgãos públicos oferecem as únicas oportunidades atraentes para esses profissionais.

Marcos Gabriel destaca que muitas empresas sequer cumprem o piso salarial da categoria, estimado em R$ 7 mil no Distrito Federal.

Isso desestimula ainda mais os jovens a seguir na profissão, aumentando o ciclo de dificuldades enfrentado pelo setor.

Soluções possíveis para um futuro sustentável

Embora o cenário seja desafiador, há caminhos possíveis para reverter a crise.

Investir na educação básica, promover reformas curriculares e ampliar o acesso a estágios são passos essenciais para tornar a engenharia mais atrativa.

Além disso, comunicar à sociedade a importância da engenharia para problemas reais pode ajudar a atrair novos talentos.

Como conclui Michelly, “a engenharia tem um papel fundamental na construção de um futuro mais justo e sustentável, com tecnologias limpas e soluções para otimizar recursos.”

Mas o Brasil está preparado para enfrentar esse desafio e valorizar seus engenheiros?

E você? Acredita que o Brasil conseguirá superar esse déficit e colocar a engenharia no lugar de destaque que ela merece? Deixe sua opinião nos comentários!

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Wilson Lang
Wilson Lang
14/01/2025 04:43

Nenhum dos pontos apontados é realmente o problema . O sistema governamental brasileiro é perdulário, investe recursos extraordinários para sustentar áreas como advocacia e saúde e não se preocupa com um projeto de desenvolvimento da nação . É muito dinheiro jogado fora apenas para sustentar interesses pessoais e eleitoreiros .

CARLOS P
CARLOS P
30/12/2024 14:18

Esse escritorzinho medíocre só podia mesmo ter tirado essa publicação RIDÍCULA do fundo da própria imaginação podre, enquanto estava sentado no trono do seu fracasso. Um festival de baboseiras lançado na véspera de um ano que termina sendo tão insuportável quanto a sua escrita!

E essa realidade não fica muito atrás. A indústria continua um show de desrespeito! Contratam Engenheiros(as) como Auxiliares de Engenharia e têm a audácia de justificar isso com a desculpa esfarrapada da falta de experiência. É um festival de burlas: pejotização, salários indignos, e uma total desvalorização de quem estudou e se dedicou à profissão.

Pois eu, como profissional formado, aprendi algo importante: não vou gastar nem mais um pingo da minha energia com esses absurdos. Para esses tipos de contratações, digo apenas uma coisa: ME RECUSO!

Jane
Jane
29/12/2024 07:50

Não acredito! Que notícia MENTIROSA! Muitos engenheiros recém formados ou com muita experiência estão desempregados no Brasil, ou os que conseguem colocação, trabalham feito feito mula sem receber se quer o piso salarial, as vezes é contratado como analista para trabalhar como engenheiro e não reivindicar o piso…. até para conseguir estágio está difícil! Aí vem essa notícia justificar com qualidade de ensino e evasão ( kkkkk ). A engenharia se aprende na prática, mas para consolidar precisamos do ensino teórico também! O que temos é mercado de trabalho fraco, com muitos altos e baixos e ultimamente, só com baixos….

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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